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quinta-feira, 3 de maio de 2018

Onde se ganha o pão...




A japonesinha  não tinha  o corpo característico da raça e sim  um corpo abrasileirado: bunda grande, seios chamativos e cheínha, mas não cheínha como naturalmente se interpreta  ao ouvir  a palavra.  Era esplendorosa, gostosa de uma maneira que os olhos se enchiam de malícias ao vê-la. Ao ponto de ser difícil  olhá-la e  não enlevar os pensamentos às delícias do erotismo.

Só tinha um defeito, era casada. Claro, como não poderia deixar de ser: as belas e formosas são fisgadas antes mesmo de amadurecerem e ela fora fisgada cedo, cedo  quando ainda tinha 20 anos. Agora já  uma mulher madura, parecia nadar contra a maré, sim, numa fase em que a formosura passa por uma metamorfose degenerativa a oriental continuava com tudo encima e   por onde  passava  cabeças se viravam para uma parte específica  do seu corpo.

Um dia naquela empresa foi  admitido um  funcionário  e ele,  como o resto dos mortais,  ficara encantado com a formosura da nissei. Não só com sua beleza, mas também com sua simpatia que era igualmente encantadora. Seu  sorriso, aquele olhos rasgados, suas curvas que pareciam serem redesenhadas até  o ponto de causar tormenta ao sexo oposto.  

O tempo foi passando e quanto mais a conhecia  mais  o rapaz alimentava aquela gana inexplicável para com ela.   Todos sabiam que era casada e ninguém por mais inquieto que ficasse  se aproximava dela com segundas intenções. Até agora. Este perdera o escrúpulo há  muito e não se importou quando  no momento que ela veio lhe cumprimentar como fazia sempre,  lascar- lhe  um beijo na boca. Ela rubicunda reagiu com a indignação peculiar de  uma dama  quando é violada na sua essência. Levantou a mão numa reação espontânea  e a acomodou estampida  no rosto do cobiçoso que se curvou ao impacto daquela mão certeira.

No recinto  pequeno e cuja acústica favorecia não demorou  para sala encher de olhos curiosos e  estupefatos  pelo ocorrido. Ao verem  a cena composta pela japonesa  corada e contrariada  e o outro com as mãos sobre a face dolorida e marcada pela mão da ninja  desenhada no rosto, logo  ganharam o lance do que  tinha  acontecido. ´

Não houve reações de solidariedade só de constrangimentos  diante do quadro que pairou  por semanas.

 As pessoas receavam  falar  do ocorrido  entre os envolvidos por ter sido demasiadamente  estranho, mas quando nenhum dos dois presentes,  o assunto corria solto pelos corredores em  conversas que remetiam ao fato e com os tradicionais bochichos   em  assuntos que dão o que falar.  Assim, entre corredores e risinhos a galhofa  ganhou  o mundo. Não houve viva alma que não soube do contratempo  e caiu na zombaria,  o que foi demais para o atrevido que por onde passava  notava sorrisinhos maldosos e  zombeteiros  até  se tornar insuportável suas idas e vindas pelos corredores da empresa..

Não suportando tamanho revertério não lhe sobrou opção a não ser pedir demissão.
 
Assim ficou conhecido  o ditado: onde se ganha o pão não se tenta  comer a carne.   

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