A japonesinha não tinha
o corpo característico da raça e sim um corpo abrasileirado: bunda grande, seios
chamativos e cheínha, mas não cheínha como naturalmente se interpreta ao ouvir a palavra. Era esplendorosa, gostosa de uma maneira que
os olhos se enchiam de malícias ao vê-la. Ao ponto de ser difícil olhá-la e não enlevar os pensamentos às delícias do
erotismo.
Só tinha um defeito, era casada. Claro, como não
poderia deixar de ser: as belas e formosas são fisgadas antes mesmo de
amadurecerem e ela fora fisgada cedo, cedo quando ainda tinha 20 anos. Agora já uma mulher madura, parecia nadar contra a
maré, sim, numa fase em que a formosura passa por uma metamorfose degenerativa
a oriental continuava com tudo encima e por onde passava cabeças se viravam para uma parte específica do seu corpo.
Um dia naquela empresa foi admitido um funcionário e ele, como o resto dos mortais, ficara encantado com a formosura da nissei. Não
só com sua beleza, mas também com sua simpatia que era igualmente encantadora.
Seu sorriso, aquele olhos rasgados, suas
curvas que pareciam serem redesenhadas até
o ponto de causar tormenta ao sexo oposto.
O tempo foi passando e quanto mais a conhecia mais o
rapaz alimentava aquela gana inexplicável para com ela. Todos sabiam que era casada e ninguém por
mais inquieto que ficasse se aproximava
dela com segundas intenções. Até agora. Este perdera o escrúpulo há muito e não se importou quando no momento que ela
veio lhe cumprimentar como fazia sempre, lascar- lhe um beijo na boca. Ela rubicunda reagiu com a
indignação peculiar de uma dama quando é violada na sua essência. Levantou a
mão numa reação espontânea e a acomodou
estampida no rosto do cobiçoso que se
curvou ao impacto daquela mão certeira.
No recinto
pequeno e cuja acústica favorecia não demorou para sala encher de olhos curiosos e estupefatos
pelo ocorrido. Ao verem a cena
composta pela japonesa corada e
contrariada e o outro com as mãos sobre
a face dolorida e marcada pela mão da ninja
desenhada no rosto, logo ganharam
o lance do que tinha acontecido. ´
Não houve reações de solidariedade só de
constrangimentos diante do quadro que
pairou por semanas.
As pessoas
receavam falar do ocorrido entre os envolvidos por ter sido
demasiadamente estranho, mas quando
nenhum dos dois presentes, o assunto corria solto pelos corredores em conversas que remetiam ao fato e com os
tradicionais bochichos em assuntos que dão o que falar. Assim, entre corredores e risinhos a galhofa ganhou o
mundo. Não houve viva alma que não soube do contratempo e caiu na zombaria, o que foi demais para o atrevido que por onde passava notava sorrisinhos maldosos e zombeteiros até se
tornar insuportável suas idas e vindas pelos corredores da empresa..
Não suportando tamanho revertério não lhe sobrou opção
a não ser pedir demissão.
Assim ficou
conhecido o ditado: onde se ganha o pão
não se tenta comer a carne.
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