Apanho-o desprevenido totalmente exposto. A gana do desejo perturbando-me no limiar. Desejoso, faminto e afoito deixo-me levar pela gula insana, alimentada por pensamentos fluidos. Aquela visão maravilhosa da sua perfeição inundam meus olhos que se iluminam sedentos... Pensamentos lacaios
misturam-se a destemperança que me consome, que me conduz a prevaricação.
Difícil resistir os impulsos quando a ansiedade parece puni-lo. Então, a mercê do desejo sigo meus impulsos enfiando-me em sua carne tenra e carnuda... Entrego-me absolutamente como se não houvesse amanhã. Vou ao delírio e para apimentar seu sabor nada melhor do que mel que misturo com sua já saborosa carne. Ah, como é saborosa esta mistura divina que acentua o prazer sentido.
A certa altura provoca-me tanto os sentidos que um sentimento atípico de frustração toma-me por conta de um imprevisto e blasfemo diante do ocorrido. As vezes os acidentes tornam-se maiores do que a satisfação e maculamos aquele momento ímpar. Afinal somos imperfeitos não somos?
Recolho a minha
indignação e retomo toda minha atenção as primícias de suas delícias e
sabores despertados por minha ignominiosa necessidade de ti. E quanto ao paladar, sou sublevado ao paraíso declamando poesias com os anjos... Salivando a sua essência. Seu sabor é delicioso. Quem poderia contestar? Se naquele momento de glória o mundo para, para ler minha história. Afinal, assaz é o momento vivido antes que lhe sobrevenha o arrependimento.
Saciado, vem o desconforto, mais é tarde para lamentar aquele banquete de prazer.
Nada mais a fazer a não ser de ti abdicar. Jaz desprovido de toda sua vivacidade arremesso-te ao lixo. Parto pra outra.
Como estava bom este abacate.
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