someone lyke you

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Fome saciada.





 
Apanho-o  desprevenido totalmente exposto.  A gana do desejo perturbando-me no   limiar. Desejoso, faminto e afoito  deixo-me levar pela gula insana, alimentada  por pensamentos fluidos. Aquela  visão maravilhosa da sua perfeição inundam  meus olhos que se iluminam sedentos... Pensamentos lacaios misturam-se a destemperança que me consome,  que me conduz a prevaricação. 

Difícil resistir os impulsos quando  a ansiedade parece puni-lo. Então,  a mercê do desejo sigo meus impulsos   enfiando-me em sua carne tenra e carnuda... Entrego-me absolutamente como se não houvesse amanhã. Vou  ao delírio e  para apimentar seu sabor nada melhor do que mel que misturo com sua já saborosa carne. Ah, como é saborosa esta mistura divina que acentua o  prazer sentido.

 A certa altura provoca-me tanto os  sentidos que um sentimento atípico de frustração toma-me por conta de um imprevisto e blasfemo diante do ocorrido. As vezes os acidentes tornam-se maiores do que a satisfação e maculamos aquele momento ímpar.  Afinal somos imperfeitos não somos? 

  Recolho a minha indignação e retomo toda minha atenção  as  primícias de suas delícias e  sabores despertados  por minha ignominiosa  necessidade de ti.  E quanto  ao paladar,  sou sublevado  ao paraíso declamando  poesias com os anjos... Salivando a sua essência.  Seu sabor é delicioso. Quem poderia contestar? Se naquele momento de glória o mundo para,  para ler minha história. Afinal,  assaz é o momento  vivido antes que lhe sobrevenha o arrependimento. 

  Saciado, vem o desconforto,  mais é tarde para lamentar   aquele banquete   de prazer. 

Nada mais a fazer   a não ser de ti abdicar. Jaz  desprovido de toda sua vivacidade  arremesso-te ao lixo. Parto pra outra. 

Como estava bom este  abacate.

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