someone lyke you

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Fazermos ouvir nossa voz









Realmente falo baixo.  Ás vezes penso que minha voz parece de um velho que já não tem forças para falar. Talvez eu realmente seja mais velho do que minha aparência de velho diz ser.  Rsrs.

Pior que não falo tão baixo assim  e cantando, debaixo do chuveiro pareço ser capaz de quebrar uma taça de cristal facilmente.

Só que quando preciso da voz ela parece soar baixinho,  algo gutural, pra dentro,  voz de quem não tem voz, feia,  sem a profundidade e altura necessárias para se fazer ouvir.

Quando me ouço não gosto, claro. E, me vem aquela imagem de um velho nas últimas. É tão desgastante quando alguém fala: Oi? Não entendi, repete. Hum? Que? 

 Fico tão irritado que mentalizo mas não falo: Porque todo viado é surdo? 

  Murmurar é legal quando você precisa usar deste recurso quando vai falar mal de alguém,  quando não quer ser ouvido por fofoqueiros, quando está sussurrando no ouvido de um amante, amada ou    cochichando com alguém familiar. Mas, quando você precisa ser ouvido você quer ser ouvido. Quer que sua voz soe forte, alta, clara e em bom tom.  Se sua voz parece não sair por falta de uso é desconcertante. 

Talvez por isto fique tão irritado por ter que repetir qualquer coisa que seja. E  não só por isso.

Imagina que esteja falando   uma frase de efeito, sabe bem que,  não é só falar para ser compreendido,  existe toda uma dramaticidade que aquele  momento exige mas,  quando em vez de causar a emoção desejada você ouve: Oi? Não entendi. Quebra o clima, nao quebra? Ou, de repente vai  contar  uma piada.  E em vez de sorrisos: OI? A ligação tá ruim, fala mais alto!   Urgh! 

  Até falam que não tenho paciência o que é uma baita mentira. Mas, pesando bem:  Porque  todo viado é surdo?



Ah, sim, sobre o tema. Fazermos ouvir nossa voz... é mais do que isso, né?

Sentimentos não revelados



Não, não posso revelar o que vai no coração
Não posso porque o coração guarda segredos
E por mais que o incompreensível  cause indignação
Não falarei o que pra você seria desacerto


Não falaria  o que lhe causaria dor
Que cause em mim a dissonância exasperação
Não falarei sobre o que  não vejo solução.
De uma condição que não passaria indolor

Não nego que fiz de ti  um passatempo
E que a chuva da solidão causa tormento
E trancarei a sete  chaves o não falar
Para no fundo outro coração não machucar

E finjo no seu leito dividir a minha alma
Quando transpareço no alvoroço ter calma
E no seu corpo o desejo consumado
Fere a alma que já estava em frangalhos.

E sua boca aproveita o ensejo para dividir sua vida.
E falas da sua rotina como uma velha cantiga
E meus ouvidos que fazem seresta sem  te ouvir
Estão tão longe que é dificil te  iludir.

Suas palavras soam longe tão longe
E me transporto perto da minha alma amante
Onde meu corpo deveras queria estar
E minha alma insidiosa  foi até lá.

E lá estou em seus braços em plenitude
Mesmo que em outros braços me aqueço e nada  mude
E no tempo me deformo para com ela estar
Embora meu vivo corpo esteja no mesmo lugar

E a magia acontece! As palavras que ouço esvanecem
E o que é real vira fantasia e o tempo no próprio tempo se apinha.
E naquele   momento, um desacerto:   o tempo se perdeu
Faz com que aquele corpo que esta no meu corpo: seja o seu.





quarta-feira, 23 de maio de 2018

Fome saciada.





 
Apanho-o  desprevenido totalmente exposto.  A gana do desejo perturbando-me no   limiar. Desejoso, faminto e afoito  deixo-me levar pela gula insana, alimentada  por pensamentos fluidos. Aquela  visão maravilhosa da sua perfeição inundam  meus olhos que se iluminam sedentos... Pensamentos lacaios misturam-se a destemperança que me consome,  que me conduz a prevaricação. 

Difícil resistir os impulsos quando  a ansiedade parece puni-lo. Então,  a mercê do desejo sigo meus impulsos   enfiando-me em sua carne tenra e carnuda... Entrego-me absolutamente como se não houvesse amanhã. Vou  ao delírio e  para apimentar seu sabor nada melhor do que mel que misturo com sua já saborosa carne. Ah, como é saborosa esta mistura divina que acentua o  prazer sentido.

 A certa altura provoca-me tanto os  sentidos que um sentimento atípico de frustração toma-me por conta de um imprevisto e blasfemo diante do ocorrido. As vezes os acidentes tornam-se maiores do que a satisfação e maculamos aquele momento ímpar.  Afinal somos imperfeitos não somos? 

  Recolho a minha indignação e retomo toda minha atenção  as  primícias de suas delícias e  sabores despertados  por minha ignominiosa  necessidade de ti.  E quanto  ao paladar,  sou sublevado  ao paraíso declamando  poesias com os anjos... Salivando a sua essência.  Seu sabor é delicioso. Quem poderia contestar? Se naquele momento de glória o mundo para,  para ler minha história. Afinal,  assaz é o momento  vivido antes que lhe sobrevenha o arrependimento. 

  Saciado, vem o desconforto,  mais é tarde para lamentar   aquele banquete   de prazer. 

Nada mais a fazer   a não ser de ti abdicar. Jaz  desprovido de toda sua vivacidade  arremesso-te ao lixo. Parto pra outra. 

Como estava bom este  abacate.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Além do visto



Sinto logo vivo
Perdido num vasto labirinto
Ouço meus dilemas
Num céu que faltam estrelas.

Ando em trilhas
Desenvolvendo teses
Tão certo como o sol brilha.
Formulas suas anti-teses

Não é divergência é inconstância
Dançar conforme a música encanta
Se para o que dá importância
Revela sua irrelevância.

Ser o que fingimos ser
Para o vies não transparecer
O que verdadeiramente és
É menos do que quer

Quando  a ferida é exposta
A verdade vem como resposta
E a verdade é indigesta
Quando a  realidade contesta


O que de fato sou?
Pergunto quando  causo dor
E o que de fatos és?
Se numa sandála oculta seus pés

E o seu preconceito tem cheiro
E seu diagrama eu leio
Como é dificl entender
Se o que somos queremos esconder

Há em teus olhos um cisco
Que deforma a sensibilidade
Será verdade sua instabilidade
Ou enxergas além do visto.