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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Transporte conectivo


 

Horário é aquilo em  que nos orientamos para não perder a hora de chegar ao emprego. Talvez não, é que nos pegamos presos a horários que parece que ele controla nossas vidas e não ao contrário.  Habituamo-nos a determinados horários para minimizarmos os danos que a falta dele nos traria.  Tipo: Chegar atrasado aos compromissos...No trabalho. Principalmente este, essencial para que possamos sobreviver  e consequentemente viver. Por isto estabelecemos na falta de outro meio de transporte ou por opção mais econômica e menos trabalhosa considerando os transtornos que estacionar um carro numa grande cidade podem envolver, claro e os gastos, o transporte público, que em nosso país podemos dizer que  ele e o caos  são primos bem próximos.  Quem já ficou horas e horas no ponto de ônibus tem sua própria descrição do fato. E, se  pela sua rotina,  estabeleceu um horário determinado para sua condução é provável que verá rostos conhecidos que como você calcularam que aquele seria o melhor horário  para atender suas pretensões.  Ali, cada um com suas manias determinarão o que fazer durante este percurso até seu destino.  Uma coisa é certa cada um ali tem sua história e nesta,   sua cabeça é sobressaltada por  um turbilhão de pensamentos. Alguém lê para passar o tempo e de súbito algo que lhe preocupa ocupa sua mente, outro pensa no filho doente, outro no erro que cometeu no dia anterior na empresa  e na preocupação de como repercutirá neste dia.  Perderá o emprego, receberá  advertência? Alguém pensa na colega de trabalho que lhe tira do sério, outro na contabilidade que não bate... Outro alguém nem pensa no serviço pensa na escola, no pai que bebeu demais, na mãe doente, ou em alguma coisa que lhe preocupa e que vem lhe atormentando dias a fio... Ou  sei lá, em  alguma coisa boa ou em algo que ninguém jamais pensaria.  Certo que nossa mente não da trégua... Estamos conectados ao mundo das conexões neurais o tempo todo. Foge de nós a ideia de quantos pensamentos nos atribulam ou em como pensamos sem qualquer intenção de nossa parte... E tampouco paramos para pensar quantas sinapses são executadas aleatórias a nossa vontade e que somadas naquele veículo coletivo durante uma viagem seriam incalculáveis.  E ali enquanto perdido em seus pensamentos  tantos outros como você perdidos nos seus nem se dê conta que durante sua locomoção passará por lugares em que outras pessoas estarão  ocupadas em seus afazeres, nas mais variadas tarefas como limpar um quintal, lavar  roupa, assistir televisão, tomar uma cerveja num bar, se preparar para ir trabalhar, chegar do trabalho, namorar. Coisas que não caberiam na sua rotina já que está ali no ônibus indo para seu local de trabalho... E quantas outras pessoas com itinerários diferentes em todas as partes do mundo que como você pensam nos seus problemas como sendo únicos e se esquecem do resto do mundo. É medonho imaginar a grandeza do mundo se pararmos para pensar em quantas profissões e ocupações existem e para cada uma delas quantas cabeças pensantes pensam que são únicos,  que são inigualáveis.  Como num ônibus que te leva para seu trabalho e que sob seu olhar diário se familiariza com alguns semblantes. Nesta rotina talvez faça algumas amizades, vislumbre um relacionamento com aquele cara que vê diariamente menos na sexta, quem sabe? Ou aquela guria linda que quando não coincide de vê-la seu dia parece não ser a mesma coisa.  Sim, ali,  num transporte coletivo que te leva para um destino enquanto você naqueles momentos em que  é entregue aos acontecimentos entre  tantas mentes transitando incondicionalmente em mão dupla nas vias dos pensamentos.

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