Horário é
aquilo em que nos orientamos para não
perder a hora de chegar ao emprego. Talvez não, é que nos pegamos presos a horários
que parece que ele controla nossas vidas e não ao contrário. Habituamo-nos a determinados horários para
minimizarmos os danos que a falta dele nos traria. Tipo: Chegar atrasado aos compromissos...No
trabalho. Principalmente este, essencial para que possamos sobreviver e consequentemente viver. Por isto
estabelecemos na falta de outro meio de transporte ou por opção mais econômica
e menos trabalhosa considerando os transtornos que estacionar um carro numa
grande cidade podem envolver, claro e os gastos, o transporte público, que em
nosso país podemos dizer que ele e o
caos são primos bem próximos. Quem já ficou horas e horas no ponto de ônibus
tem sua própria descrição do fato. E, se pela sua rotina, estabeleceu um horário determinado para sua
condução é provável que verá rostos conhecidos que como você calcularam que
aquele seria o melhor horário para
atender suas pretensões. Ali, cada um
com suas manias determinarão o que fazer durante este percurso até seu destino. Uma coisa é certa cada um ali tem sua história
e nesta, sua cabeça é sobressaltada por um turbilhão de pensamentos. Alguém lê para
passar o tempo e de súbito algo que lhe preocupa ocupa sua mente, outro pensa
no filho doente, outro no erro que cometeu no dia anterior na empresa e na preocupação de como repercutirá neste
dia. Perderá o emprego, receberá advertência? Alguém pensa na colega de
trabalho que lhe tira do sério, outro na contabilidade que não bate... Outro
alguém nem pensa no serviço pensa na escola, no pai que bebeu demais, na mãe
doente, ou em alguma coisa que lhe preocupa e que vem lhe atormentando dias a
fio... Ou sei lá, em alguma coisa boa ou em algo que ninguém jamais
pensaria. Certo que nossa mente não da
trégua... Estamos conectados ao mundo das conexões neurais o tempo todo. Foge
de nós a ideia de quantos pensamentos nos atribulam ou em como pensamos sem
qualquer intenção de nossa parte... E tampouco paramos para pensar quantas
sinapses são executadas aleatórias a nossa vontade e que somadas naquele veículo
coletivo durante uma viagem seriam incalculáveis. E ali enquanto perdido em seus pensamentos tantos outros como você perdidos nos seus nem
se dê conta que durante sua locomoção passará por lugares em que outras pessoas
estarão ocupadas em seus afazeres, nas
mais variadas tarefas como limpar um quintal, lavar roupa, assistir televisão, tomar uma cerveja
num bar, se preparar para ir trabalhar, chegar do trabalho, namorar. Coisas que
não caberiam na sua rotina já que está ali no ônibus indo para seu local de
trabalho... E quantas outras pessoas com itinerários diferentes em todas as
partes do mundo que como você pensam nos seus problemas como sendo únicos e se
esquecem do resto do mundo. É medonho imaginar a grandeza do mundo se pararmos
para pensar em quantas profissões e ocupações existem e para cada uma delas
quantas cabeças pensantes pensam que são únicos, que são inigualáveis. Como num ônibus que te leva para seu trabalho
e que sob seu olhar diário se familiariza com alguns semblantes. Nesta rotina talvez
faça algumas amizades, vislumbre um relacionamento com aquele cara que vê
diariamente menos na sexta, quem sabe? Ou aquela guria linda que quando não
coincide de vê-la seu dia parece não ser a mesma coisa. Sim, ali,
num transporte coletivo que te leva para um destino enquanto você
naqueles momentos em que é entregue aos acontecimentos entre tantas mentes transitando incondicionalmente
em mão dupla nas vias dos pensamentos.
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