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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Deixa rolar com responsa.



Tá cheio de vontades, né? Um colega dizia ao outro. Tinham ido numa festa e ela  estava bombando. O campo era fértil em todas as áreas. A bebida era farta, a comida passava como top model em passarela e as top models eram de esquecer a bebia e a comida, as mulheres normais também davam substância ao ambiente. Que festa, é esta? Dizia um ao outro celebrando a deslumbrante e magnânima e lotada festa.    A empresa tinha um portfólio de clientes considerável e os funcionários na sua maioria marcavam presença. Era uma festa para clientes e funcionários, mais para clientes, diga-se. Aos funcionários, os melhores, aqueles que estavam no topo das vendas. Sim, parecia uma ação discriminatória, mas era dito mais como um bônus para aqueles que tinham trazido os clientes de peso. O tal fulaninho chegou você viu? Disse um ao outro. O que vi é  que ele ficou em primeiro na lista de novo? O outro: pois, é.  Como ele consegue? Deu uma pausa para demonstrar toda sua revolta.  Sim, como? Nos esforçamos tanto quanto ele.. Mês passado fiquei praticamente 14 horas na empresa. Achei que este era meu mês...Meu mês! Porra, me esforço pra caramba. E este merda está sempre me fazendo parecer  idiota.  Olha só o jeito dele! Meu, nem dá pra acreditar que este cara é o melhor vendedor da empresa. Olha aquela calça? Fala sério, é uma piada, né não? O cinto do cara é marrom e o sapato é preto? Tem dó.  Quem não sabe que isto é ridículo? O outro que ouvia, mas provavelmente partilhava dá mesma opinião escutava atentamente o desmando do outro. Sabia muito bem que esta frustração era recorrente e refletida por muitos que ali estavam. Estar no topo era como ser um deus aos olhos dos outros vendedores. Era como se não houvesse ninguém acima. Esta pressão as vezes custava o bom convívio com outros vendedores, sobretudo àqueles que se destacavam,  mas era assim que funcionava. Afinal no mundo competitivo sobressai quem tem mais cartas na manga, E o tal fulaninho a cada mês demonstrava que tinha várias, na manga, nos bolsos, na cabeça... Enquanto ainda concluía seus pensamentos o fulaninho chegou sem ser notado.  Olha quem está aqui? A dupla de perdedores. Disse debaixo de um sorriso, escarnecendo da dupla que fora pega de surpresa pela presença inesperada do tal.  Aposto que estão falando de mim? Hahha! Sabe qual o mal dos perdedores? Eles não sabem perder. Em vez de se conformarem com o segundo e terceiro lugar estão sempre almejando o lugar de quem está acima deles. Isto é pecado, sabia?  Tudo bem, vocês chegam lá. E saiu assim como chegou com seu ar superior de quem todos odeiam mas que almejariam estar no lugar. Moral da história? As pessoas se importam com cada coisa;  Se olhassem do lado de fora aquele mendigo que está contente com a lavagem que retirou do lixo e comeu  e que achou deliciosa ou mais adiante trombassem com a mulher que estava contente por ter recebido 80,00 reais pela faxina do dia inteiro e respirava aliviada porque pagaria a conta de luz atrasada. Sim, mas também não podemos olhar o mundo por baixo, claro que não. Mas,  somos tão fúteis quando não somos agradecidos e tão pessimistas quando deixamos de ver o lado bom das coisas. Somos insaciáveis em tudo que conquistamos? Sempre queremos mais? E quando nos sobrevém o retrocesso fazemos o que? Sentimos pena de nós mesmos?  Não devemos ter parâmetros mas devemos ser um pouquinhos mais comedidos... Parece que como diz Salomão: queremos alcançar o vento. Tudo é vaidade um esforço inútil para alcançar o vento. Se nossa vaidade fosse traduzida  em palavras...Seríamos como o que? Lobos em pele de cordeiro?

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