Walter
se gabava de sua fina extirpe e poderosa capacidade de seduzir mulheres de todo
estado civil: casadas, solteiras, divorciadas e desquitadas. O único ponto
exigido no curriculum é que fosse bonita, corrijo, dois: e gostosa. Por causa de
sua fama gostava de ser chamado de Walter tietada. Contava com orgulho suas
proezas e se vangloriava todas as vezes em que uma
desavisada caia na sua rede. Embora gostasse de contar vantagem, inusitadamente ele não chegava aos finalmente. O que ele
gostava mesmo era de ver as moças praticamente implorando para que ele
concluísse o que ritualisticamente começara. Não, isso não. Ele era um homem
casado e sua religião não permitia. E tinha mais, a lei do carma é irrefutável,
segundo seus princípios. (Sim, ele tinha princípios) Fazia a magia mas não dava o sabor e sendo
assim não se importava com o resultado do seu bendito fruto espalhado naqueles
que se sentiam ofendidos: maridos, namorados e afins. Certa feita um candidato a ser
contemplado com um par de chifres foi tirar satisfação com
Walter tietada, queria saber quem era o desvirtuoso a quem sua
mulher deixara o bom caminho. Aquele dia ele temeu pelo pior, mas o que o marido
queria mesmo é que ele libertasse a mulher daquele feitiço.
Depois do susto Tietada se sentiu praticamente um deus por ter sobre sua mão o
poder de separação ou continuidade daquele casamento. Assim suas aventuras e seu nome perpetuava entre aqueles corações cuja magia tietada enfeitiçara. Quis o destino que o feitiço se tornasse contra o feiticeiro. Neste dia conheceu Isis, mais uma para meus proventos, pensou ele, já se engraçando como de costume. Algum tempo se passou e seu novo investimento parecia bem sucedido. Tudo parecia ir de acordo com o de sempre. Isis, seria mais um coração partido por sua insensibilidade em retribuir amor a quem deixava um vale de lágrimas. Tramara o destino que caça e caçador se encontrassem e desta vez tietada meteu os pés pelas mãos. Depois da noite de amor, Tietada não conseguia mais pensar em nada a não ser na dita cuja. Noutro dia empolgado queria repeteco. Qual não foi sua frustração quando lhe dito que tudo fora apenas uma diversão: repeteco não. Nem naquele dia nem noutros. Tietada não se conformou e por dias insistiu, persistiu sem nenhum crédito. Sua mulher cismada com seu comportamento mudado, quis saber o que acontecia. Depois de muita especulação bateu na porta de Isis, solicitando que deixasse seu marido em paz.
Como diz o velho ditado quem tem dente sente e quem tem palha se ressente ou como quiser: Aqui se faz aqui se paga.
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