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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Erro comum



Uma profecia enchia de esperanças os judeus escravos em  Roma. Um Messias libertador viria para libertá-los da sua situação cativa. Baseados nesta esperança esperavam ansiosos um grande líder que os lideraria numa  batalha vitoriosa  contra o império romano.  Quando no tempo devido apareceu Jesus  se intitulando o Messias,  eles não acreditaram. Não acreditaram porque esperavam um rei aos moldes de Davi que vencera batalhas épicas  com muito derramamento de sangue em batalhas  improváveis.   Então quando Jesus apareceu humilde declarando que seu reino não fazia parte  deste mundo (uma alusão ao governo messiânico), foi descartado e odiado por não atender as expectativas que tinham de libertação. Esta história mostra um erro comum. Criamos expectativas baseadas nos nossos anseios. E estes nos impulsionam a acreditar no que nossa imaginação cria devido às necessidades de nosso coração. Digamos que você conheceu num chat uma pessoa que tenha um bom papo e que seja encantador. Embora você nunca   a tenha visto criará uma imagem desta como se fosse a pessoa que você esperou a vida toda.  Talvez não consiga definir um rosto propriamente dito, mas baseado nas suas expectativas de pessoa ideal formalizará qualidades que se harmonizem com suas necessidades. Com o tempo quando as conversas se tornarem mais frequentes a ânsia de saber como esta pessoa é de fato  se tornará imediata e você num misto de curiosidade e empolgação com um que de por fim a suas ânsias buscará os meios de supri-la.  Esta necessidade premente não se extinguirá ate que se torne  real. Se por ventura a pessoa quando vista não atender suas expectativas,  toda empolgação resvalará por entre os dedos da sua empolgação se transformando em algo negativo e mediante fatos,  nem todas as qualidades antes vistas  e admiradas salvaguardará o desfecho decepcionante. 
 Por mais que estejamos cônscios desta nossa forma ilusória de dar andamento nas coisas, sempre caímos no mesmo roteiro orquestrado por nossas expectativas.  Da mesma forma quando ouvimos falar que determinado lugar é extraordinário e impressionante.  Com relatos tão expressivos criamos a necessidade de vivenciarmos os glamoures de  quem viveu a experiência e se abastou. Queremos sentir o êxtase vivido por quem nos relatou e corremos atrás para sentirmos o mesmo jubilo. Quando, porém estamos no lugar mencionado  buscando a mesma glória  e não a encontramos,   ficamos decepcionados.
Talvez devêssemos frear nossos impulsos românticos de vermos o mundo ou talvez não. Talvez nossas decepções aflorem nossos devaneios e isso nos traga experiências de como devemos ver as coisas como verdadeiramente são. Ou talvez devêssemos criar um filtro menos ilusório que nos permitisse ver além das expectativas e entendermos  que da mesma forma que criamos expectativas a pessoa que conosco se  corresponde também cria. Talvez fosse mais justo que além de nossas expectativas nos apegássemos ao que de fato interessa pelas qualidades e não pela embalagem.  Fato é que este erro comum perdura apesar de toda racionalização que possamos ter.  Talvez nossas expectativas ocultem  nossa ingenuidade desmedida em prol de nossas carências afetivas camufladas.

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