Pretensão, claro! Quem poderia
transcrever o porquê nos tornamos chatos.
Mas, pense em ramificações. Quando você lê a palavra no que você
pensa? Eu imagino fios vindos de toda parte, se
estendendo desordenadamente. Talvez como
os neurônios. É difícil imagina-los já que o que conhecemos é o que os
especialistas dizem . Milhões e milhões ativos e trabalhando dentro de nosso
corpo, conexões infinitas dentro do nosso cérebro. Eis, aí a questão. Trabalho
demais requer praticidade, praticidade, rotina e rotina automação. Um caminho
que agiliza muito as coisas e nos faz perito em atividades que de outra forma
seríamos eternamente abobados. Tirar e colocar roupa, pegar xícara, tomar café,
escovar dentes, dirigir carro, executar um trabalho diário. Diria que nossa mente começa a fazer coisas
do cotidiano como se no piloto automático. Mas, há um revertério nesta conduta de precisão: a zona
de conforto. Quando somos jovens zonas de conforto são constantemente
desafiadas, quase não temos uma rotina preestabelecida para comportamento,
afinal estamos em fase de aprendizado e toda novidade é bem vinda. Então um dia,
ficamos independentes, ganhamos nosso
próprio dinheiro, escolhemos nosso próprio modo de fazer as coisas... Parece bom,
e é. Não fosse os tais padrões criados de automação. Eles são ótimos, como
disse. Ai, chamo atenção para a palavra ramificações. Somando-se a automação de
comportamentos, temos nossas
preferências, gostos, vontades, egoísmo, medos: do desconhecido, de se
aventurar, de se dar mal, de adoecer entre outros. Porque nos tornamos chatos?
O que é ser chato? Quando penso numa pessoa chata logo penso naquele tipo que não
deixa você falar. Você começa expressar uma ideia e ele logo atropela. É chato
demais isso. E aquela pessoa que você esta fazendo algo e ele te olhando com
aquela cara de desaprovação, parece que nada nunca o agrada.
Ou então aquela que quando você pergunta se tudo está bem. Reclama,
reclama e reclama... Existe aquela que pra tudo que você sugere ela diz : Ah, não
quero! Ei, está passando um filme ótimo vamos ver?
Ah, não quero... Poxa, vamos, vai!
Ah, não quero! Vai ser legal, depois podemos comer uma pizza. Ah, não
quero! Nossas ramificações sempre interagem com nossos padrões estabelecidos.
Assim, se deixei um copo lavado em determinado lugar e quando for procurá-lo aquele intruso que está invadindo
meu espaço tirou-o do lugar, vou dar um chilique. A tampa do vaso precisa estar
fechada. Nada de toalha em cima da mesa. E nada, sério! Nada pode ser diferente
daquilo que quero. Nossos padrões de comportamento berrando nossas vontades e desventuras. O centro
do mundo é meu umbigo e ele é tão
bonitinho! Mas e os outros que me circundam
e que deles preciso? Foda-se? Com o decorrer dos anos vividos tendemos a ficarmos
mais chatos. Porque o status, o cansaço
e a vivência traz mais processos automáticos de que quando jovens e, quebrá-los precisa-se de esforços. E quem diz
que queremos esforços. Já trabalhamos muito, já nos divertimos muito, já batemos
muito a cabeça, deixa isso para os mais
jovens. É como se atestássemos o fim das novidades. Nosso mundo é o vivido e não
o experimentado. Aí, concordo: fudeu!.
someone lyke you
sábado, 29 de novembro de 2014
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Olhando pro céu.
Deitei no chão
Buscando perfeição
Daí mudou tudo: pra
reflexão
Reentrei em lembranças passadas
Ali no chão olhando pro céu, do nada.
Quis como outrora sonhar
O passado nas nuvens resgatar
Transformar nuvens em fantasias
Ali tentando ... E nada acontecia.
Caçando nas nuvens um tesouro antigo
Que no passado era
divertido
Fiquei ali buscando,
E nada encontrando.
O que será que perdi?
O que dantes tão fácil
Agora: um vazio no espaço.
Há tempos idos, olhando pro céu
Das nuvens fazia meu pincel.
Agora ali caçando no infinito
E nada parecendo definido.
Agora nuvens são só nuvens
Realidade transformada
Perdi a inocência com a dureza da estrada?
Ou perdi o portal da
alma?
Nasce-se tão provido de beleza
Fartura de ilusões sobre a mesa
E no caminhar fica-se desmilinguido.
Um homem num menino perdido.
Porque se foi a simplicidade
E levou a felicidade.
Porque se dá e depois se tira?
É um gozador este tirano de uma figa
Que lhe dá a sublimação, depois reivindica.
Um desperdício de sabão. Curta vida.
E as nuvens lá no céu, intento.
Imagens e fantasias resgatar.
O homem que há em mim, tentando,
O menino libertar
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Canalha
Gente vil, reles, infame ou velhaco, segundo o dicionário.
Você já foi chamado de canalha? Se sim,
provavelmente a pessoa que o fez estava imbuída de uma ira incontrolável
desencadeada por algo que você fez e que a afetou diretamente, ainda que o
feito, ao seu ver, não fosse motivo para tal. Pressupondo que para alguém ter-lhe chamado assim, precisaria estar numa relação e quebrar a confiança, da pessoa com você envolvida, sem prévio
aviso. Clássico caso de um homem que tem compromisso com alguém e anda com
outra ou, outras... e para nenhuma delas
diz a verdade. Assim, quando descoberto, a vítima sente-se imensamente
humilhada, enganada, traída... Geralmente
o termo está associado ao sexo masculino, eu particularmente nunca vi uma
mulher ser chamada de canalha e sim do seu corresponde, e não sinônimo, puta (libertina).
Diferente do homem a mulher não precisa
ter um relacionamento de compromisso, basta que ela resolva se envolver com vários
homens para que seja rebatizada. Um comportamento condizente com as
profissionais, mas sem que ajam ganhos, embora aja dolo, porque nem sempre os envolvidos sequer
suspeitam do seu comportamento. Se sentindo exclusivos ou parte de uma relação
que só existe unilateralmente. A falta de opção de escolha sugere que existe
enganação, o que, por conseguinte, se descoberto, causará os mesmos
ressentimentos causados por um canalha. Neste sentido a palavra canalha e puta
se correspondem embora divergentes porque no final das contas causam
irremediavelmente a sensação de traição, de descaso... de humilhação. Fico
surpreso quando penso no bovarismo que assola há tantos, que os leva à procura de uma satisfação
nunca encontrada e no sofrimento que uma
procura aparentemente frívola gera. E se por uma lado somos responsáveis pelo
que cativamos também somos quando nos
deixamos levar pela candura fomentada pelos nossos próprios anseios. Vítimas e vitimados num mesmo script. Modulando uma frequência até então
desconhecida despertada por necessidades não supridas.
Ps: Esta é uma observação pessoal.
domingo, 16 de novembro de 2014
Somos farinha do mesmo saco?
Lembro-me ter ouvido esta frase
algumas vezes na infância e no decorrer da vida outras tantas. Nunca parei pra
pensar muito nisso. Mas, hoje, pergunto-me. Lembro-me da primeira vez que a ouvi.
Foi numa discussão entre duas pessoas
conhecidas. No meio da confusão, um dos ofendidos
soltou a frase. Aprendi que há uma
contextura considerável de valores que distinguem pessoas. Existe aqueles que
terão uma integridade impar e inabalável. Valores incutidos que permeará toda
sua vida. Talvez na visão de alguém cujo perfil não seja tão estável , nem
considere que isso seja possível e questione o que digo. Verdade, eu sou um mutante quando se trata de valores. Já
aderi tantos e já descartei tantos que realmente almejo que como eu, existam
poucas pessoas. E que além do meu vislumbre da realidade, existam tantos
outros e estes sejam inseridos elevando
o padrão moral das pessoas. Claro que existem pessoas declinando de valores que
considero absolutamente necessários. Quando digo necessário não penso na
individualidade de cada um, mas no coletivo que exige que se tenha
certa restrição daquilo que acreditamos para no final das contas beneficiar a
maioria. Sei que cada ser tem sua
individualidade, crença, personalidade e que muitos fazem um caminho
inverso: saem do abismo para a luz e outros que saem da luz para o
abismo. E que estes extremos não são os
únicos. Apesar de toda esta variedade, será que somos farinha do mesmo saco, como diz o ditado? Batatas, quando penso nelas penso no seu sabor.. Batata tem sabor de batata,
embora saiba que exista uma diversidade
de tipos e esta diversidade contribui para que continuemos a ter batatas: fritas,
cozidas, purês... O sabor da batata é inconfundível e sua diversidade a torna
resistente. Como humanos. Temos necessidades de amor, intimidade e
passamos por experiências semelhantes quando se trata de sentimentos. Nutrimos
dos mesmos princípios, sentimentos, medos, inseguranças. Ainda que nos sintamos
diferentes nossas necessidades básicas de amor são muito parecidas. Sim, somos
farinhas do mesmo saco. Todavia nosso caráter é marca registrada que nos
individualiza como pessoas e que habilita para em certas circunstâncias podermos levantar a
questão Alguns a utilizam para declararem sua superioridade social, outros
para dizerem que são refinados nos tratos com os outros e outros até para se gabarem da sua força
moral. Mas como batatas nosso sabor por assim dizer não é muito diferente um do
outro. Pense num floco de neve. Não há
sequer um deles que seja igual, e eles sao milhares, milhões. Mas se você olhar aquela massa branca no chão
quase não dá pra fazer distinção. Nossa diversidade faz-nos compatíveis... e
inconscientemente nossa sobrevivência como espécie precisa de associações que
garantam seres mais fortes, como a variação das batatas. Em suma somos sim,
farinhas do mesmo saco apesar de nossas diversidades, gostos, necessidades..
Mesmo que alguns sintam-se no direito de bater no peito mostrando sua
superioridade somos apenas pó e como
dito: Do pó fomos feitos e ao pó voltaremos.
domingo, 2 de novembro de 2014
INTUIÇÃO
Ouço falar que não existe e dos
muitos debates que já ouvi sobre o assunto uma coisa é certa não há um consenso
comum. Intuição é uma palavra mística pela incerteza que gera nos meios, sim entre
nós. Dizem até que as mulheres possuem
um senso intuitivo mais aguçado que os homens.
É, pode ser sim. Há tantas questões incertas e que ao advento de novas
descobertas caem como fruta podre. Mas,
também acho que o sexto sentido como já ouvi tanta gente chamar seja um misto de ações acionadas pela mente, poder de observação e consciência
do que ocorre do seu lado, se bem que num nível inconsciente. Confuso, né? Em
palavras sim, mas presenciamos isto a todo instante. Lembro-me quando criança tinha uma percepção
muita aguçada. E isto fazia eu ver coisas que outras pessoas não viam. Alguns
até chamam de desconfiança. Mas, como ter desconfiança de alguém que você
acabou de conhecer e não sabe nada a respeito? Talvez apenas mais uma
incógnita; ou talvez não. Quem garante
que como tantas outras coisas que a ansiedade, medo e insegurança nos roubam, a
intuição não seja um sentido além dos cinco que temos que agraciam certas pessoas. Em nível de exemplo. Dizem que nascemos respirando corretamente, respiração pelo diafragma. Bem, esta seria a forma correta de respirar, mas
por algum motivo, alheio a nossa vontade, perdemos esta capacidade, em alguma
fase da vida. Desdenhamos a forma correta e adotamos talvez uma respiração mais
condizente com as intempéries que a vida nos apresenta. Isto é apenas uma
teoria, mas, existe uma lógica incrível nas teorias induzidas pela razão. E de certa forma isso faz muito sentido. Porque
senão como se explicaria e você, provavelmente já pressentiu ou conhece alguém
que pressentiu uma situação surgida do nada. Um pensamento errático, de uma situação
que não se tinha dados para mera conclusão. O pensamento apareceu ali como um bolo sem receita. Você não se deu ao
trabalho de misturar os ingredientes, não mexeu a massa, e quando olhou dentro
do forno, lá estava ele, prontinho. Como se explica pensamentos e ideias que
surgem assim? As vezes trazendo duvidas
sobre comportamentos, às vezes denegrindo um caráter aparentemente íntegro, às
vezes lembrando de uma pessoa que há muito
você não tinha notícias. Dizem que em
nível de subconsciente nada conhecemos. Esta, talvez seja mais uma habilidade tirada mas, garantem que
é no subconsciente que as coisas
acontecem. É nele que nosso nível de conhecimento se manifesta magnânimo.
Todavia é um tesouro que não sabemos
usar. Temos um grande orquestrador de realizações, de manifestações, de desdobramento
mas não conseguimos usá-lo. Porque?
Onde perdemos estas habilidades que parecem inerentes em nós, e que não temos acesso? Certa vez um livro descrevia perfeitamente a diferença entre nossa mente
consciente e o nosso subconsciente. Dizia: Nossa mente consciente é como vermos um poço
com água. Sabemos que ali tem água limitada pelas dimensões do poço. Não há muito que explorar. Nosso
subconsciente, entretanto é como se entrássemos
no poço e no fundo dele desembocássemos num mar infinito, gigantesco, com milhares de possibilidades a desvendar. Certo é que quando penso na
intuição, ainda que hoje já não desfrute da habilidade que um dia tive, e apesar
dos insights que ainda tenho, penso, se realmente não é um sentido vituperado pelas
ansiedades da vida. Minha intuição
pulula feito água fervendo levando
minha mente ao desconhecido, a conclusões, questionamentos, aflições que mediante fatos submergem inexplicáveis. Com que finalidade?
Qual objetivo? Será que se não fechássemos os olhos para ela
erraríamos menos? Sei que a
intuição é um grande dilema mas, aqueles que não a reprimem acabam descobrindo
que estavam certos naquilo que os afligia. Bom, mas também pode haver pessoas que foram frustrados por ela. Não sei. Mas eu temo
um confronto daquilo que minha mente trás à tona com o conforto da minha
credibilidade. Parece que na vida moderna abrir os leques das possibilidades
é sinônimo de solidão.
Assinar:
Postagens (Atom)