Como fico desamparado
Quando você não faz caso
Do meu abstrato
Como fico vazio
Quando abstratamente não
está comigo
E me pauto na lógica da minha imaginação
Tirando conclusões
Escarafunchando, procurando provas
Onde a lógica e mais ilógica
constatação
A cabeça cheia
O coração vazio
E a inércia contrasta com meus desvios
A agilidade dos meus
pensamentos
É um advento que me permeia
E o tic taque do relógio
Marca o compasso da minha
sublevação
Martelando os compassos na minha inquietação
Nesse vácuo interrogatório
E divago entre infinitas interrogações
Ser ou não ser eis a questão
Anelo a cura para os males do coração
Que ironiza minha razão.
As dolorosas constatações
Encontram guarida
No campo vasto da imaginação
Que amofina
E entrementes a
constatação é dúvida
Que no coração, duvida
E como saber qual o
seu idílio
Qual a raiz que viceja o tronco
Sou a razão que dobra
a cerviz
Ou a medula que lhe apraz o canto
E o tempo marca o canto triste
Melodiando todo desengano
A incerteza é a diretriz
Neste oceano que vou navegando.