Quando criança ouvia a história de como os ratos enfim
descobriram uma forma de saber quando o gato estaria por perto. Colocariam um
sino no pescoço do felino e toda vez que
o sino tocasse eles fugiriam. No dia da grande ideia todos os ratos
se regozijaram de alegria. Daí em diante não precisariam mais temer o gato. Entretanto havia
uma questão a ser resolvida: Quem poria o sino no gato? A ideia era ótima mas quem
a executaria eram outros quinhentos. Por falta de candidatos os gatos
continuam andando livremente a espreita
dos ratos.
Todos nos temos nossos medos e de
certa forma eles nos protegem. O medo de ousarmos diante do desconhecido tem
causado o mesmo efeito de que quando surgiu a questão sobre qual rato arriscaria por o sino no gato. Por conta do medo que zelamos piamente pelas pessoas que amamos .
Assim estabelecemos limites para nossos filhos porque entendemos que eles são necessários e que precisam. Vivemos
dizendo que crianças precisam de limites e procuramos estabelecê-los à medida
que vemos que determinadas coisas são perigosas. E quanto a nós? Nos também precisamos de limites e muitos
deles foram impostos quando ainda éramos crianças e nossos pais evidentemente
nos coibiam como agora fazemos com nossos filhos. Isto transmitia mais
tranquilidade e consciência de que os
tais limites nos protegeriam. Assim uma mulher casada era respeitada por sua condição, os
mais velhos eram respeitados por serem velhos, uma criança por ser uma criança... A ideia do
medo, da restrição nos dá certa segurança e nos conscientiza do espaço
alheio. Sim, nosso espaço é limitado quando esbarramos no espaço alheio. E
isso parecia muito bom. Presumo que se focássemos o que diz a palavra de um
homem sábio do passado evitaríamos muitos danos ao nosso semelhante. Ele dizia:
"Deves amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo." Se
amarmos a Deus cumprimos suas normas e se amarmos ao próximo certamente
zelaríamos pelo que consideramos de valor, seja isso emocional ou físico. Hoje ao vermos
crianças cada vez mas sem limites ficamos de certa forma chocados. Aposto que quem se dirige para uma mulher após surgir um interesse por ela dizendo:
Você é casada? Ah, não importa eu não tenho ciúmes! Não aprendeu o que era limites na sua
infância ou se deixou levar pelas suas próprias concupiscências. Notoriamente vemos valores declinarem e a libertinagem imperar imponente, formosa e
leviana.
Não tenho noção do que implica nos tempos modernos esta
formação mais libertina, mas eu imagino que tendemos ao mesmo fim de que todas
as sociedades que perderam seus valores morais. ( Uma enciclopédia informa que
o princípio da derrocada de grandes potências do passado começou quando houve
um declínio de sua moral)
Se os ratos, enfim conseguissem por o famigerado sino no pescoço
do gato eu acho que provavelmente até nos seríamos suas vítimas. E de certa
forma somos gratos porque a ordem
natural das coisas continua bem, obrigado!!
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