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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Amor banal ou Banal amor?



Vejo muitas pessoas pronunciando  fácil e largamente a palavra amor. Eu te amo virou algo tão banal (trivial, corriqueiro, vulgar)  que a palavra banal está banalizada... O amor não é uma paródia  sem explicação, sem comprometimento, sem vontade (volitivo) Não se ama da noite para o dia e amor não é paixão, ok? Mas se você ainda está intimamente influenciado pelo amor romântico,  irá contestar avidamente minha posição alegando que cada caso é um caso e que você se distingue da maioria das   pessoas por ser diferente.  Balela!  Nós seres humanos, assim como os animais temos um comportamento casualmente comum. Nossos impulsos, nossas intenções, nosso comportamento, nossa postura diante da vida  é, não raro,  muito semelhante com a de nossos semelhantes.(E  isso não é redundância)   É como se o código genético de nossas primeiros pais fossem incutidos interinamente em nós. Basta que pra isso  observemos os animais... Um  cachorro quando vê outro na rua sente-se automaticamente atraído por ele.  Gatos por gatos. Um jovem quando mira outro automaticamente nota-o distintamente. Observe um bebê  quando tem outro por perto. Seus instintos parecem ganhar vida.  Assim como homens são atraídos espontaneamente pelo sexo feminino.Essa semelhança  entre iguais nos inclui na classe homem sapiens,   coletivamente deixando  para nossas particularidades apenas a escolha de quem permitiremos uma aproximação mais íntima... Esta idéia é muito diferente de acharmos que somos diferentes e que não estamos suscetíveis  a erros e acertos que outros seres humanos também estão.  Comumente ouço pessoas se sentindo ofendidas quando comparadas a outro ser humano que por suas atitudes mostraram-se vulneráveis no sentido amoroso e sucumbiram por assim dizer as suas anticonvicções. Aquilo que era ultrajante até então,  passa ser admissível, passa até mesmo a ser viabilizado por força dos acontecimentos. Isso inclui uma paixão arrebatadora que deflagra toda lógica que achava ter. Condições morais que cultivava e tinha como base para suas atitudes, conceitos  aprendidos e instalados como valores dogmáticos são assustadoramente traspassados.  Já ouvi mães alegarem desconhecerem o comportamento de uma filha quando esta,  cegamente apaixonada,  agia compulsoriamente alheia a razão... Ou filhos que entregues à drogas não tinham mais nenhuma característica reconhecível de quando ainda dispunham do controle sob suas vontades. Ouso dizer que a declaração abertamente relatada  como sendo diferente mostra o quão imaturo é a forma de pensar da pessoa. Quando ela acha que heroicamente se torna única em suas atitudes.
 O amor é uma haste que precisa ser amplamente alimentada para que de outro modo não produza frutos ruins, não supra   suas necessidades e fatalmente morra. O  amor precisa ser convocado e precisa estar presente não como num passe de mágica, mas como algo coerente, implantado por uma vontade consciente nascido da sua vontade impar de querer amar e ser amado. Existe um conceito* que compara a falta do amor a um tanque de gasolina vazio. E  um conceito muito bem elaborado e que me leva a crer que quando seco - desprovido da satisfação e plenitude - o ser humano tende a agir como louco. Biblicamente falando pode-se dizer que quando privado do amor  o homem perde a clareza da lógica de suas atitudes e fica no limbo de causas perdidas e com um comportamento totalmente alienado. Talvez seja incompreensível aos olhos dos amantes que tomados pela  paixão  ignoram todas as evidências explicitas que seu comportamento demonstra. Pois sob o efeito limerence,  a razão fica sufocada pelos vislumbres da paixão e ficam numa cegueira atrelada a sua própria incompreensão.  Isso não é exclusividade de jovens adolescentes sem experiências. Até pessoas adultas e já com muitos anos de experiência estão suscetíveis aos desmandos da paixão e não raro acabam enfiando os pés pelas mãos. O amor consciente é aquele amor que não  renega suas  próprias necessidades. Ele engrandece a você como a seu parceiro e não te reduz a querer viver exclusivamente para o ser amado. Não, isso não é amor. O amor é algo mais nobre. É  uma entrega sem esperar retornos, e dar para receber é fazer esforços em prol da pessoa amada e relegar seus prazeres a segundo plano.  É  estender sua capacidade de amar além do previsível e se doar.  Amor não é posse, mas se for torna-se flexível. Se flexível recua e se recua reconhece, e se reconhece renasce, se reinventa,  se renova . Pense nisso. Se diante do furacão da paixão ao menos se permitir pensar, estará a caminho do verdadeiro amor que tem por característica principal a volição que nada mais é do ser voluntário, concedido e desejado... Mas nunca imposto como é a paixão.
*  As 5 linguagens do amor – (Chapman)

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