someone lyke you

domingo, 3 de março de 2013

GRILHÕES



Quero me libertar dos grilhões do passado
Eles me fazem pequeno
Fazem-me parecer bobo, inseguro, ranhento
Outros grilhões virão
Emaranhados naquilo  que sou

Se navegar  em outras águas
Em  outras águas irei me afogar
Se me perder em outros braços
 Outros braços irão me afagar
Desvencilhar dos medos que me tornam pequeno
E dos pequenos que desvencilham meu medo.

De tantos atalhos que procurei
De tantos consolos que não dei
Dos pecados ocultos que cometi
Dos pecados que não vivi
Das mazelas que  fui venerado
E das brasas que a água apagou
Dos tropeços ornamentados
Dos impérios inventados
E da fonte que secou
Das palavras que repercutem insanas
Das traquinagens e ações levianas
Dos dissonantes  segredos ocultados
Do coração dilacerado
Dos medos que a vida cavou
Das avenidas que fazem o que sou.
Acorrentado no que me libertou

Um comentário:

  1. Estar livre e diante da beleza é um saber interno que conduz à avenidas iluminadas...Que poesia divina, parabéns

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