someone lyke you

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Raposas voam.

 

A história narra que a raposa esperta ficava esperando a queda  das galinhas trepadas em suas arvores de repouso para então  saboreá-las sem o menor esforço.  Raposas nos contos infantis são relatadas como astutas e espertas. Com uma sagacidade que faz a vilã se tornar a heroína nos quiproquós da vida como ela é... Caça e caçador brigando pela  vida. Cada um procurando a sua sobrevivência.

Políticos também recebem esta definição. Raposas, velhas raposas ou qualquer referência que os qualifiquem  em astúcia.  Talvez não os admiremos por suas ações elaboradas, arquitetas e projetas para encher seus cofres pessoais, mas em campo tão fértil com fartura alimentar de dar inveja a qualquer um, não deixamos mesmo contrariados,  de enaltecer seus feitos... que faz das galinhas dorminhocas em seus poleiros a perfeita comparação com as pessoas que destes são vítimas, e;   como eles astutamente se desvencilham de situações vexatórias que doutra feita, se praticado por pessoas comuns, terminaria em  xadrez na certa. 

  Não dá pra fechar os olhos para tantas manobras espetaculares que articulam para se livrar dos seus infortúnios. Através destes aprendemos que não há justiça que não possa ser ludibriada ou manejada de forma a se ter certeza que provas não são suficientes para incriminar. Pode-se  impedir novos embustes, mas não podem responsabilizá-los  pelas galinhas já comidas.  Estes diplomatas escamosos são difíceis de serem apanhados.. 

Esta supremacia de ricochetear das balas mortíferas da lei   não é para qualquer um. Precisa ser  certificado como  velha raposa para lidar com esmero contra  aqueles que trabalham com a justiça. Estes podem ser raposas tão espertas quanto, mas falta-lhe coragem... Preferem aplicar a força da lei naqueles que não tem força... Tratando-se de raposas astutas sabem que terão muitos aborrecimentos, entrarão em grandes batalhas jurídicas longamente desgastantes... E este trabalho todo não vale o dinheiro que ganham. Sem contar que a repercussão pode não ser boa. E num meio onde o modo operantes exige astúcia e esperteza colocar a mão em cumbuca pode custar caro. 

Até  pode  aparecer um paladino  da lei resolvido a mudar o modo como  as coisas funcionam. Achar que pode enquadrar uma raposa destas. Pode acreditar que a lei está acima de qualquer ilicitude e que em nome dela está revestido de autoridade para desorganizar artimanhas organizadas.  

 Pode armar o cerco em torno das galinhas dorminhocas com o intuito de protegê-las e  pegar uma raposa astuta... Pode até acreditar.  E ficará admirado quando a raposa que parece  numa situação sem saída, deixando seus detratores certos que a justiça prevalecerá,  sobressaltados quando a velha raposa levantar voo diante dos seus olhos.  Chupa! Raposas voam. E não, não foi desta vez.  

 

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Diabruras

 

 

Ah, eu hoje chorei por você.

Deveras cedi a meu pranto

Um misto de dor e dever

Na hora que veio o quebranto.

 

Faz tanto que não penso em ti

No tempo que outrora se foi.

Momentos bons que vivi

Lembranças vívidas de  dois.

 

Se tenho   que me arrepender

Por ser tão medíocre.

Eu faço questão de dizer

Não sou maior que um bipe.

 

Hoje  o tempo dilacera

Laceração  em forma de lágrimas

O tempo que hoje quimera 

Ainda na boca amarga.

 

O que posso te dizer

Para desfazer o nó da alma

Nem tudo que se perde é perder

Nem tudo que se quebra são salvas.

 

Sei que fiz por merecer

Perder o amor pro conflito

Não sei o que posso fazer

Pra compreender o que digo.

 

Sem reacender a mágoa

Esta que fragmentada perdura

Sem desfazer todo trauma.

No veio  da sua estrutura.

 

O mal que causei não tem cura?

Vívidas me vem  diabruras.

Que ao corpo convém

Mas, que ferem tão bem.

Ressuscitando a criança que há em você. SQN.

 

Quando crianças  nossos pais nos protegiam e  éramos  solicitados a aprender  confiar nos adultos. Aqueles que conhecíamos,   com ressalva aos estranhos.  Crescemos num mundo um tanto complicado com diferenças sociais, econômicas, preconceitos. Entre tantas outras. Nossas preocupações, salvo interesse cultuado pelos a nossa volta, política não era algo que apreciávamos. Até que começamos a ter a responsabilidade de votar.  Ou ate que entendemos nossa responsabilidade  e da importância de bons representantes. 

É um desafio lermos e ouvirmos tantas opiniões desacertadas e tantas acusações de fraudes num lugar após outro. Naturalmente em consequência disso, vem  as mentiras em nome da defesa. E diga-se, defesa dos próprios interesses cabe ressaltar já que a defesa dos interesses de quem os elegeram fica  para trás esquecida. 

 Sabemos ou deveríamos saber que qualquer decisão move uma série de outras que por  consequência alteram a perspectiva senão todo um processo de acontecimentos. Quando crianças não tínhamos que pensar em tantas coisas. Agora temos.  E nada melhor do que ter que fazer algo com conhecimento do que  entregar pro bandido de mão beijada. Que é exatamente o que temos feito. Conferimos poder a lobos em pele de cordeiro. Vamos na onda por assim dizer e esquecemos que se,  votamos junto com a maioria assumimos um risco. Se,  votamos por falta de opção é porque desconhecemos os candidatos...  A classe política do  Brasil tem demonstrado que não sabemos votar. Agora que somos adultos e com algum grau de conhecimento deparamos constantemente com o descrédito àqueles em quem votamos.  E agora em novo patamar: o  desrespeito e  a subestima. Só pode ser isso. Porque as barbaridades que estamos vendo é coisa pra cego.  Nossos direitos conquistados as duras penas sendo leiloados a preço de banana.

Parece tão fácil tirar do pobre, mas quando cogitam tirar do rico, nossa, pra que! Aqueles em quem confiamos nossa representatividade nos traem se associando com grupos que visam seus próprios interesses e sua permanência no covil de salteadores onde as negociatas lapidam os direitos  dos pobres para satisfazer os ricos. Esquecem. Que sem passar a mão na maçaneta não se abrem as portas.

 Agora adultos não recomendamos que crianças confiem nos adultos. Estes por suas resolveram que ser criança é melhor do que ser adultos  e ressuscitam a criança que há neles. Assim podem fazer e acontecer. Podem inclusive brincar de jogar opositores na cova dos leões. Talvez porque se imaginar criança é melhor do que um outro sinônimo,  como  corrupto  ou ladrão.

Tudo tem a ver.  Com os olhos. Quando cegos confiamos nas pessoas e suas promessas. Se libertos das cegueiras precisamos separar o joio do trigo. Precisamos ver. Só isto.

 E também não podemos esquecer. Dizem que quem bate esquece e quem apanha não. Não é o que os fatos revelam. Tantos políticos que se dependessem da meritocracia estavam lavados... Mas, o que vemos é que escrúpulos não é uma palavra que conste nos seus vocabulários. E as notícias que nos chegam deveriam abrir nossos olhos.  Errar uma vez é humano. Mas, repetir isto vez após vez é burrice.  Somos o elo fraco da corrente, mas  precisamos ser burros?  Precisamos ouvir mentiras  deslavadas toda hora como se fôssemos  idiotas?  Precisamos ver teatro satírico  com coisa séria?

 Tem uma brincadeira que diz siga os passos.  Nesta  você é o detetive e investiga a pessoa que vai confiar uma certa responsabilidade. Pra vencer o jogo você precisa correr atrás das informações. Por que não podemos fazer isso quando envolve resultados que mexem com nossas vidas?

 

sábado, 12 de setembro de 2020

Mate a ingenuidade do que ouve.

 

Palavras são palavras. Elas podem vir recheadas de verdades ou mentiras. Que podem ser professadas pela mesma boca ou podem ser subvertidas a bel  vontade do próprio locutor. Não importa. Cabe ao ouvinte acreditar no que ouve.  Assim, o que nos imuniza da credibilidade ingênua? Ou o que demoniza aquele que diz alguma coisa que nos afeta negativamente? Estamos perdendo o critério de avaliação do que é verdade ou mentira ou estamos levando tudo pelo lado pessoal daquilo que nos compete no campo pessoal esquecendo por vezes que homens mentem conforme suas intenções   por vezes  sabendo porque o faz deliberadamente?  É como um lutador de boxe que estuda seu adversário.  Se ele é bom nos  ganchos, nos uppercut. O desafiante tentará neutralizar ou  criar uma defesa contra seus golpes certeiros. Pessoas com o dom da palavra fazem o mesmo. 

   Suas palavras são articuladas metodicamente para causar o efeito baseado no estudo de quem os ouve.  Quem fala, fala o que quer para atingir um objetivo e isto não tem nada a ver com boas ou más intenções.  Boas intenções podem se tornarem catastróficas e más intenções podem da mesma forma ser benéficas. Por isto não é o que é dito e sim o que  é feito. A nós ouvintes cabe a rigorosa capacidade de não acreditar simplesmente. Tornando crível o que na verdade pode ser apenas demagogia.  Deveríamos adotar um principio de sabedoria de acreditar desacreditando. Se nos deixarmos levar por palavras comoventes, bem faladas e que satisfaçam nossas conveniências muito provavelmente deixaremos de ver os descalabros por trás das intenções.  

  Até quando ouviremos ingenuamente um palavreado requintado como sendo verdade? Ou até quando nos debruçaremos a negativa do mal feito,  do roubo e da contravenção  bastando uma refutação dos atos onde as provas estão saltando na nossa cara como letrinhas douradas mostrando a mentira  para quem quer ver? Até quando ficaremos obtusos vendo a verdade sendo lapidada por defensores que treinados para burlar, burlam e que vasculham a letra da lei com interpretações torpes criadas por sua 'interpretação' em defesa dos seus próprios interesses e de seus clientes. O erro não são destes se analisarmos pois cumprem seu papel. Cabe a quem houve ser criterioso. Ainda que esta palavra não represente com precisão o que significa critério meticuloso e sem parcialidade. Isto tem a ver com a natureza dos ouvintes e sua maturidade. Não queremos ser malandros ingênuos dando crédito a quem debita da nossa credibilidade prejuízos da nossa falta de astúcia.  É sabido que somos tendenciosos e se envolve nossas paixões e nossas crenças  desacreditamos o resto. Um mal nato do ser humano que precisamos lutar contra. Isso envolve não acreditarmos no dito por apenas uma pessoa. E seja  o que for implementado como norma não fique nas mãos de um,  e sim de um  grupo heterogêneo de pensadores imparciais para solução de um problema comum. 

Toda vez que achamos que estamos acima dos demais,  nosso julgamento é parcial e por conseguinte apesar de toda clareza que possa existir na nossa conclusão pessoal,  ela não será  isenta  da parcialidade. 

 Assim fica claro, e assim espero que não compita ver, ouvir e dar um veredicto baseado no que ouvimos de apenas uma fonte. De apenas   uma boca. Como também não nos compete proferir condenação baseado em nossa opinião quando não imunes daquilo que nos afeta