A pergunta que não fazemos diante da barbárie
que vemos ser cometidas por alguém
contra outro é que: poderia ser comigo.
Sim, quando nos situamos desta maneira, como se passássemos por tudo o que a
vítima passou na mão dos seus detratores, pode ser que sintamos alguns dos
sentimentos sentidos por aquele numa situação final de vida, ou de crassa
violência. A sensação de impotência, a dor excruciante, a falta de sensibilidade, os gritos pavorosos esperando que apareça algum tipo de ajuda, a incompreensão ante a
violência imputada, os rogos ao ser supremo em busca da salvação, o arrependimento se por
alguma razão ele tenha pensando em não ir, de ter ido apesar desta intuição contrária, os últimos
suspiros, a consciência que a morte está chegando ... E no caso de não chegar a
este ponto, os traumas impostos pela violência aplicada, as memórias do
acontecido se repetindo indiscriminadamente, o medo que se instaura e que por
vezes demora a abandonar a vítima, quando abandona, por vezes a extensão desta dor
continua massacrante pela vida toda, impondo-lhe
além das recordações a possibilidade de reincidência.
Equiparando-nos ao papel
da vítima vemos o quão insensível pode ser o ser humano diante da dor
alheia.... ou, notar o quão de ódio
uma situação aparentemente frívola pode se transformar num verdadeiro filme de terror.
Em outra situação remetendo-nos
ao passado do agressor podemos identificar um desnível comportamental que
denunciava a qualquer momento uma deflagração impiedosa deste contra outros. E
que certamente havia indícios da sua formulação.
Devemos evitar pessoas cujo
temperamento é marcado pela instabilidade, devemos evitar ambientes em que não
podemos contar com ninguém que temos certo convívio, devemos evitar andarmos
com aqueles que a primeira vista não demonstram nenhum tipo de reserva ao
primeiro contato. Não que estes sejam indícios de um desfecho lamentável, mas
sim, porque precisamos ver os riscos numa situação em que o desconhecimento nos
deixa vulnerável.
Jamais devemos confiar cegamente em desconhecidos, é o que
aprendemos, não por uma questão de estatística, mas por uma questão de prudência.
Se servir de alerta, é necessário que diante de um ambiente que perdure a
superficialidade entre iguais precisamos ser explicitamente céticos. Se,
embarcamos na conversa de um estranho porque ele é agradável e muito
galanteador, se facilitamos o acesso ao nosso espaço pessoal ou se deixamos de
dar atenção a situações que sabemos ser perigosas apenas porque confiamos na
proteção divina, somos prováveis candidatos a uma situação que pode causar
muito arrependimento.
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