someone lyke you

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

O ato de falar





"Falo mesmo não passo raiva"
"Se me incomoda falo mesmo"
"Falando o coração açaima."
"E não escuto se não devo"

No falar há tantos motivos
  tantos motivos pra falar
Falar pode ser  lenitivo
Falar pode ser desgrenhar

No falar o coração se desprende
Dos males que nele habita
Guardar mágoas não é enfeite
Enfeite não é cantiga.

Se está muito contrito
Se o sol  parece se por
Procure um ombro amigo
Que seja bom ouvidor.

Pode parar.

Falar ato de se comunicar
Expressar  o feio e o belo
Se não há palavras há engano
E o dano parece singelo

Não há nada mais humano
Do que um ao outro tocar
Um toque pode ser  oceano
Um toque pode ser o  mar.

Quantas palavras ocultamos
Por medo que sejam repelidas
A forma que escutamos
Também provoca feridas.

Ouço palavras ressonando
Palavras que o ouvido captou
Escuto estou escutando
O som que o ar propagou.

São palavras são sílabas
Ditas para se comunicar
Ainda que não proferidas
Para alguém sentido fará.

Fale comigo febril
Dos sentimentos profundos
Compre um novo refil
Toque-me sem medo, bem fundo.

Sou labareda estelar
Sou gelo que quer derreter
Sou o doce do escutar
O tino que quer receber

Fale-me desprovida
Anseio o teu falar
Fale-me intertida
Pra minha sede matar.

Esta no ato de falar
O fogo da razão abrir
Quem não saberá escutar
Quem não saberá  discernir

Ouço vozes ladeando
Ouço o som do eco bom
O som que está propagando
Vem em alto e bom som.

Fale, fale que quero ouvir
Digo,  jamais se cale
Expresse o som do porvir
Antes que seu mundo  acabe.

Fale em silencio
Se o silencio é facundo
Disserte seu compêndio
Da teoria do absurdo.

Só fale, no xingar , no et cetera
No Ato de convergir
No ato de escutar
No ato de sorrir.

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