"Falo mesmo não passo raiva"
"Se me incomoda falo mesmo"
"Falando o coração açaima."
"E não escuto se não devo"
No falar há tantos motivos
Há tantos motivos pra
falar
Falar pode ser lenitivo
Falar pode ser desgrenhar
No falar o coração se desprende
Dos males que nele habita
Guardar mágoas não é enfeite
Enfeite não é cantiga.
Se está muito contrito
Se o sol parece se
por
Procure um ombro amigo
Que seja bom ouvidor.
Pode parar.
Falar ato de se comunicar
Expressar o feio e o
belo
Se não há palavras há engano
E o dano parece singelo
Não há nada mais humano
Do que um ao outro tocar
Um toque pode ser oceano
Um toque pode ser o mar.
Quantas palavras ocultamos
Por medo que sejam repelidas
A forma que escutamos
Também provoca feridas.
Ouço palavras ressonando
Palavras que o ouvido captou
Escuto estou escutando
O som que o ar propagou.
São palavras são sílabas
Ditas para se comunicar
Ainda que não proferidas
Para alguém sentido fará.
Fale comigo febril
Dos sentimentos profundos
Compre um novo refil
Toque-me sem medo, bem fundo.
Sou labareda estelar
Sou gelo que quer derreter
Sou o doce do escutar
O tino que quer receber
Fale-me desprovida
Anseio o teu falar
Fale-me intertida
Pra minha sede matar.
Esta no ato de falar
O fogo da razão abrir
Quem não saberá escutar
Quem não saberá
discernir
Ouço vozes ladeando
Ouço o som do eco bom
O som que está propagando
Vem em alto e bom som.
Fale, fale que quero ouvir
Digo, jamais se cale
Expresse o som do porvir
Antes que seu mundo acabe.
Fale em silencio
Se o silencio é facundo
Disserte seu compêndio
Da teoria do absurdo.
Só fale, no xingar , no et cetera
No Ato de convergir
No ato de escutar
No ato de sorrir.
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