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domingo, 19 de agosto de 2018

Dor de dente e outras





Ao deitar o dente, sim, incomodava um pouco. Uma dor que surgira do  nada simplesmente se alojara. Fez-me pensar se estava sendo negligente: mentalizei o dia, rememorei  para ver se descumprira o obrigação e cuidados dentais. A dor levou-me a uma instrospecção como fazemos quando repentinamente algo nos atormenta, tira nosso sossego cotidiano.

 Você chega em casa e aquele clima revela algo no ar, e seu dia que até então tinha sido um bom dia, desaba subitamente. E aqueles perguntas clichês vem apurar onde você errou, ainda que o erro nem tenha sido seu. 

Quisera vivêssemos num ambiente de paz e segurança,  onde,  coisas que tememos abstraem aquilo que prezamos tanto.  Não queremos muito,  apenas a felicidade, o problema é que ela requer tantas  coisas. Queremos segurança, queremos bem  estar, queremos confiar nas pessoas que nos cercam, queremos ter uma vida satisfatória. 

Aquela súbita dor de dente desengatilhou um processo de inspeção que comumente fazemos diante de coisas mais complexas, mas naquele instante em que o aconchego da cama é tão convidativo aquele imprevisto desatinou toda uma ordem previamente estabelecida pela rotina diária. A noite de sono estava comprometida. Relembrei minha mãe com o rosto sangrando ela que saíra de casa tão alegre... Como poderia minutos depois estar naquele estado. Entramos num estado de fuga, fugiríamos do agressor . Rapidamente recolhemos aquilo que julgamos necessário e saímos debalde pela rua, num estado de vigilância alarmante pelo que poderíamos nos sobrevir.

 O dente ali latejando. A noite ia ser longa. Doce não era,  a escovação  depois de inspecionado cuidadosamente os dias anteriores  não fora negligenciada.  

 Levantei-me quando a dor tornou-se mais aguda. Fui ao banheiro peguei água oxigenada no volume adequado e fiz um bochecho. Retornei para cama frustrado. Nenhuma melhora.

 A ultima vez que falamos foi quando decidimos não mais nos vermos. Já faz acho que meses... Antes era insuportável tanto tempo sem vê-la e como fazia mediante dor,  revirava de um lado para o outro da cama e nada. A noite que era para ser de mansidão tornava-se aflita.  Onde errei, o que foi que nos afastou, porque simplesmente as coisas acontecem sem que possamos intervir  na sua medida, fórmula ou como nos afeta?

 Perguntas. Elas despontam em nós mostrando como estamos a mercê do desconhecido. Como não sabemos nada diante daquilo que nos sobrevém sem aviso. E são tantas e sobre tão variados temas, sobre tantas coisas que desconhecemos e que poderíamos agir com mais sensatez se soubéssemos. 

Nos braços de Morfeu o sono traspassou a dor, os pensamentos contrastante, a aflição de não conseguir descansar, os dilemas confusos que sobressaltaram a mente atormentada...  me levando a terra do desconhecido e lá,  parecia que nada tinha importância.

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