someone lyke you

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Menos feio



Aquela menina feia, beiçuda, dentuça
Gorducha, sardenta, antipática
Além de tudo é obtusa
É feia porque não é simpática

Vive de cabeça baixa,
Mesmo  feia se acha
É grossa e custa a admitir
É feia porque não sabe sorrir

Atrativos são inatos
Mas, nem por isto: maus tratos
Atrativos te levam além
Mas, nem por isto: vintém

Beleza é privilégio
Mas, sempre há paralelos
Se vestir bem por um pouco de cor
Faz você merecer mais valor.

É irônico tanto como injusto
Ser feio e ainda ser mudo
Se o que teme lhe sobrevirá
É melhor então falar.

A verdade é que podemos moldar
E o que parece feio bonito ficar
Não há nenhum impeditivo
Se é feio porque é negativo.

Seja simpático e fale abertamente
Não é a toa que tem tantos dentes
Para para o mundo se demonstrar
Se é feio por não saber relevar.

Olha o mundo a sua volta
Você não é idiota
Se olhar e ficar triste com o mundo
É feio porque se revolta com tudo.

Seja mais resplandecente
Não há quem não fique contente
Com pessoas que sabem sorrir
É feio porque não sabe fingir.





domingo, 19 de agosto de 2018

Dor de dente e outras





Ao deitar o dente, sim, incomodava um pouco. Uma dor que surgira do  nada simplesmente se alojara. Fez-me pensar se estava sendo negligente: mentalizei o dia, rememorei  para ver se descumprira o obrigação e cuidados dentais. A dor levou-me a uma instrospecção como fazemos quando repentinamente algo nos atormenta, tira nosso sossego cotidiano.

 Você chega em casa e aquele clima revela algo no ar, e seu dia que até então tinha sido um bom dia, desaba subitamente. E aqueles perguntas clichês vem apurar onde você errou, ainda que o erro nem tenha sido seu. 

Quisera vivêssemos num ambiente de paz e segurança,  onde,  coisas que tememos abstraem aquilo que prezamos tanto.  Não queremos muito,  apenas a felicidade, o problema é que ela requer tantas  coisas. Queremos segurança, queremos bem  estar, queremos confiar nas pessoas que nos cercam, queremos ter uma vida satisfatória. 

Aquela súbita dor de dente desengatilhou um processo de inspeção que comumente fazemos diante de coisas mais complexas, mas naquele instante em que o aconchego da cama é tão convidativo aquele imprevisto desatinou toda uma ordem previamente estabelecida pela rotina diária. A noite de sono estava comprometida. Relembrei minha mãe com o rosto sangrando ela que saíra de casa tão alegre... Como poderia minutos depois estar naquele estado. Entramos num estado de fuga, fugiríamos do agressor . Rapidamente recolhemos aquilo que julgamos necessário e saímos debalde pela rua, num estado de vigilância alarmante pelo que poderíamos nos sobrevir.

 O dente ali latejando. A noite ia ser longa. Doce não era,  a escovação  depois de inspecionado cuidadosamente os dias anteriores  não fora negligenciada.  

 Levantei-me quando a dor tornou-se mais aguda. Fui ao banheiro peguei água oxigenada no volume adequado e fiz um bochecho. Retornei para cama frustrado. Nenhuma melhora.

 A ultima vez que falamos foi quando decidimos não mais nos vermos. Já faz acho que meses... Antes era insuportável tanto tempo sem vê-la e como fazia mediante dor,  revirava de um lado para o outro da cama e nada. A noite que era para ser de mansidão tornava-se aflita.  Onde errei, o que foi que nos afastou, porque simplesmente as coisas acontecem sem que possamos intervir  na sua medida, fórmula ou como nos afeta?

 Perguntas. Elas despontam em nós mostrando como estamos a mercê do desconhecido. Como não sabemos nada diante daquilo que nos sobrevém sem aviso. E são tantas e sobre tão variados temas, sobre tantas coisas que desconhecemos e que poderíamos agir com mais sensatez se soubéssemos. 

Nos braços de Morfeu o sono traspassou a dor, os pensamentos contrastante, a aflição de não conseguir descansar, os dilemas confusos que sobressaltaram a mente atormentada...  me levando a terra do desconhecido e lá,  parecia que nada tinha importância.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Vira e mexe



Vira e mexe você se reinstala

Fez moradia na minha alma

NO meu coração faz escala

Quando bem quer nele se instaura



Faz tempo deste a última vez que veio

E entre os dois mundos fiquei no meio

Não sei se espero ou se sigo adiante

Ando há dias feito  roda gigante



Seu rosto impresso na mente

Aparece entre outros insistente

E basta um circuito ratear

Para você novamente se achar



Posso vê-la em outros braços

Parece-me inevitável este passo

Bela, tão bela manceba

Assim,  sem reprimenda.



Posso vê-la em outros braços

Fazendo o que com você já não faço

Delícias, afagos e tantas carícias.

É tão doloroso imprimir    estultícias.  



Oh, fogo é brando, dilacerante e profano

Renasce das cinzas e deveras me espanto

Como és de fulgor dominante

Queima a razão em tão breve instante.



E fujo dos ataques contumazes

Que sem trégua são tão vorazes

Faz se presente como  olhar de esguelha

Que num ciliar   reacende a centelha.



E imediato é o descompasso

Perco o ritmo mediante seus passos

Sacolejando pela minha cabeça

Desintegra o cérebro que já não compensa





Ninguém pode ver o estrago tamanho

Nem dimensionar como me sinto estranho

Que formulei esta  diatribe

Para justificar o que a razão não admite  

VIRA E MEXE VOCÊ SE  INSTALA
DESPERTANDO TORMENTOS QUE FALAM
DE TANTOS VÃOS ATÉ ADMITO
QUE PARA MEU BEM ME VIREI RESOLVIDO.