someone lyke you

terça-feira, 14 de novembro de 2017

O instante e agora



O pé de goiaba por onde passo todos os dias está com as folhas verdinhas e exuberantes. Enquanto as observava questiono  se nunca antes  havia  reparado em  suas folhas verdejantes  nas tantas outras vezes que ali  passei. Lembro-me   dos frutos tantas vezes colhidos, o pé recheado tão abundantemente que era  difícil não encher os olhos e as mãos.  Agora tentando lembrar da exuberância das folhas nada me ocorria, a mente vazia como se nenhuma  recordação perdurasse. Repriso em pensamentos as inúmeras vezes que percorri aquele mesmo caminho, garimpando na memória algum resquício de uma lembrança perdida. Nada. E desconfio daquele espaço vazio.  Será que por nenhuma vez as folhas tão belas não me chamaram atenção? Será que nunca dera a devida atenção a beleza que subitamente meus olhos agora viam? Ou não fiz noutras ocasiões o mesmo comentário?  Sei que o instante e agora se faz presente e se impõe com maior rigor. Sei que o presente num passado recente apaga o passado remoto com bastante ênfase. Ainda assim, um varredura na mente deveria trazer a tona algo adormecido se procurado com ímpeto.   Como quanto amamos. 
Não importa o quanto gostamos de alguém no passado o do instante e agora é sempre mais marcante sempre mais vivaz, sempre mais pungente. Sempre mais... E esfumaça o passado sobrepondo-o. Não que antigos amores perderam a importância. O que se foi foi. Ido deixam saudades mas não a perpetuidade. Não que foram menos  relevantes e sim porque já não atuam no agora,  porque se  perderam no seu instante  presente. Como  olhar  uma bela mansão de quem ali recorda  quando aquele lugar era  somente um terreno. Não há referência do passado  se não consultada na memória. 

  O instante e agora só perde para o passado quando sofremos alguma decepção, quando já vividos ou em vias de fato comparamos e relembramos o quanto estávamos bem antes de nos envolvermos com a decepção.  Mas, até neste caso, da mesma forma que sentimos com mais veemência os benefícios somos confortados com o presente nos lembrando de com providencial foi sua intervenção. Caso contrário estaríamos amargando os resultados de uma realidade não vivida e tirando conclusões  com base no que não vivemos.   O instante e agora   é sempre determinante para definirmos o que de fato é importante a ser considerado. O passado não evapora.  N presente é dele que vem a   experiência para nossas ações. 
 Aquelas folhas viçosas que indicam uma nova estação e que posteriormente trarão  os frutos tão apreciado perdem em importância quando sobrepostas pelos frutos que mostram o instante depois. No dado momento que  as folhas reinam absolutas e que os olhos batem e reconhecem nelas tanta beleza é o instante e  agora,  que quando os frutos vierem já estarão no passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário