O
laboratório de exames estava abarrotado de gente. Ao chegar e ver aquele monte de gente era desanimador
imaginar o tempo ali perdido. Procurando
se orientar você se informaria para
saber a ordem de chamada e, outra pessoa no mesmo barco, senão uma das assistentes lhe indicaria o local para
retirada de uma senha. Depois procuraria
um local para se sentar munido de paciência. A observação do funcionamento meio que
obrigada pela falta do que fazer lhe atentaria para as pessoas, o atendimento e a dinâmica do
ambiente senão por curiosidade pela
mera abstração do estar ali presente,
atento ao painel digital que indicaria o
próximo número de chamada que também determinaria o tempo que ali ficará, salvo contratempo que notaria
acontece comumente em qualquer local em que o tempo parece conspirar contra. Ali preso pela circunstância atrelada a
necessidade nada a fazer a não ser
esperar... Os olhos vagueando entre um e outro, definindo a esmo a beleza dos
presentes e os que depois de você passarão
pelo mesmo martírio, a indumentária, a
classe social e outros rompantes que sua mente em funcionamento vai observar furtivamente.
Observará aqueles que aparentemente estão saudáveis e ali estão por obrigação
para atender demanda de uma empresa e aqueles que estão capengando visivelmente, os impacientes que lhe causarão impaciência ou
uma critica e os que como você por motivos que só você sabe. Alguns mais exaltados que outros.
De repente você sai do seu mundo...E divaga:
Deus, deve estar cansado. Com sua onipresença
observar tudo deve ser cansativo. Tantos laboratórios como aquele; hospitais, agências bancárias, escritórios,
restaurantes.,. e complemente com feitos mais pessoais: casamentos, aniversários, churrascos e vá
adiante. Sempre as mesmas buscas, os mesmos objetivos. Imagine você vendo o mesmo filme 40 vezes. A
rotina das pessoas adoentadas, desesperançadas, gerações e gerações buscando o
que chamam de sobrevivência sobressaltada pela rotina. Acuados por uma enfermidade ou qualquer outra
atividade, ora buscando o prazer
altaneiro, ora buscando assegurar um futuro mais estável, ora planejando, ora tramando, ora se
submetendo aos desmandos comuns da humanidade. Sempre achando que somos especiais, contando
que contamos com uma proteção que não temos e considerando que somos o que não
somos. Anos á fio geração após
geração... Se infiltrando em guerras, clamores, petições. Mudando apenas o CPF
mas com as mesmas indagações, aspirações e conduta. Para quem retém a capacidade
de tudo ver deve ser tudo muito maçante. Sim, Deus deve estar cansado. De ver e rever
incessantemente erros e acertos de presenciar nossas futilidades, nossos
quereres, nossos aspirações, nossos sonhos, nossos devaneios, nossas dores, nossas
maluquices, nossos dramas, nossos anseios, nossos... Constatando que fazemos tudo igual embora acreditemos que não. Ou você acha que é o único que passa por isto?
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