someone lyke you

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

VOU FICAR QUIETO.



Já cansei de tentar ser bonzinho. É patético. Bondade atrai maldade. Só pode. Toda atitude boa parece resultar num comentário maldoso: O bem, parece ser bobo... Bom parece ser ingênuo, Bom parece ser .... Vai com Deus! Bom treino! Vou torcer por você... Não que deixar de usar frases que expressam algo bom  mudem alguma coisa na  sua  vida.  Ironicamente talvez mude na  vida de quem você desejou.   Aliás, Você deveria se perguntar: Isto muda alguma coisa na minha vida? Vai com Deus? Boa viagem? E se der tudo errado? E se ao ir com Deus, a pessoa sofrer um acidente. E no boa viagem perder o avião? Se não muda nada na sua vida  Só diga: se cuide. 
Desnecessário já que falar coisas do tipo: Vá com Deus, boa sorte passa batido de tanto que usamos,  que a quem dito entra num ouvido e sai no outro. Não, não fiquei amargo, não estou amargo e não estou ressentido. Apenas consciente do que uma cilada destas pode gerar.  Ficar de boca fechada poder ser uma. Uma boa medida. Alias, errar pelo silencio  é melhor do que errar pelo excesso. Excessivamente gastamos lábia com frases de efeito. Coisas que nem ao menos temos noção da sua amplitude. Imagine um cara indo pra um motel com alguém casado? Da sua boca ouve: vou sair pra levar minha esposa ao médico. Ah, sim, vá com Deus! Você diz na sua ingenuidade. E aí, como fica?  Somos ingênuos sim por acreditarmos que esta frase seja protetora e que indica  preocupação. Mas, o que? Colocamos Deus numa cilada. Se tivéssemos autoridade. Pra entender é como  se dissesse pra seu motorista levar sua mulher para casa. E eles fossem pro motel. Captou?  Na próxima pense:   Se falar isso?  Pode acontecer  isso, aquilo, aquilo outro. Se não falar? Posso passar imagem de não me importar. Mas, nem me importo vou ficar quieto na minha. Se o cara está indo para praia... Você bondosamente deseja um ótimo dia e chove? A culpa é sua? Porque então não  ficou quieto? Pra que correr o risco de: Vai com Deus e a pessoa bater o carro? Ou: bom treino e cinco minutos depois a pessoa machucar? E ainda te chamar de seca pimenteira?   Ou: Vou torcer por você... E a pessoa perder aquele jogo que estava no papo? Ah, não.  Opine pela prudência melhor errar pelo silêncio e se falar diga mais que palavras e em situações que realmente não vá se comprometer. Tipo: Hi! Nem me veio nada de útil na cabeça agora.. Mas acho que você entendeu. ;-

terça-feira, 14 de novembro de 2017

O instante e agora



O pé de goiaba por onde passo todos os dias está com as folhas verdinhas e exuberantes. Enquanto as observava questiono  se nunca antes  havia  reparado em  suas folhas verdejantes  nas tantas outras vezes que ali  passei. Lembro-me   dos frutos tantas vezes colhidos, o pé recheado tão abundantemente que era  difícil não encher os olhos e as mãos.  Agora tentando lembrar da exuberância das folhas nada me ocorria, a mente vazia como se nenhuma  recordação perdurasse. Repriso em pensamentos as inúmeras vezes que percorri aquele mesmo caminho, garimpando na memória algum resquício de uma lembrança perdida. Nada. E desconfio daquele espaço vazio.  Será que por nenhuma vez as folhas tão belas não me chamaram atenção? Será que nunca dera a devida atenção a beleza que subitamente meus olhos agora viam? Ou não fiz noutras ocasiões o mesmo comentário?  Sei que o instante e agora se faz presente e se impõe com maior rigor. Sei que o presente num passado recente apaga o passado remoto com bastante ênfase. Ainda assim, um varredura na mente deveria trazer a tona algo adormecido se procurado com ímpeto.   Como quanto amamos. 
Não importa o quanto gostamos de alguém no passado o do instante e agora é sempre mais marcante sempre mais vivaz, sempre mais pungente. Sempre mais... E esfumaça o passado sobrepondo-o. Não que antigos amores perderam a importância. O que se foi foi. Ido deixam saudades mas não a perpetuidade. Não que foram menos  relevantes e sim porque já não atuam no agora,  porque se  perderam no seu instante  presente. Como  olhar  uma bela mansão de quem ali recorda  quando aquele lugar era  somente um terreno. Não há referência do passado  se não consultada na memória. 

  O instante e agora só perde para o passado quando sofremos alguma decepção, quando já vividos ou em vias de fato comparamos e relembramos o quanto estávamos bem antes de nos envolvermos com a decepção.  Mas, até neste caso, da mesma forma que sentimos com mais veemência os benefícios somos confortados com o presente nos lembrando de com providencial foi sua intervenção. Caso contrário estaríamos amargando os resultados de uma realidade não vivida e tirando conclusões  com base no que não vivemos.   O instante e agora   é sempre determinante para definirmos o que de fato é importante a ser considerado. O passado não evapora.  N presente é dele que vem a   experiência para nossas ações. 
 Aquelas folhas viçosas que indicam uma nova estação e que posteriormente trarão  os frutos tão apreciado perdem em importância quando sobrepostas pelos frutos que mostram o instante depois. No dado momento que  as folhas reinam absolutas e que os olhos batem e reconhecem nelas tanta beleza é o instante e  agora,  que quando os frutos vierem já estarão no passado.

Buscando a paz



O paz zelosa que em minha alma habita
Onde estas agora que minha alma frita
O paz que tanto almejo em calabouços
Ando surdo, perdido, sua voz não ouço

Andei em caminhos tenebrosos eu sei
Sobre turvas águas confesso, naveguei
A paz tão minha que naquelas águas
Agora perdida nos olhos deságuam

Além da paz perdi o rumo,  rumo em vão
Onde andarás o mundo, só na  escuridão
Os meus pés vacilam em bebedeiras
Hoje trovador flertando fronteiras.

A solidão galopa com sua espada
Pra me livrar  fujo em vil estrada
Em desespero tentando encontrar
A paz perdida que consigo  achar. 

DEUS deve estar cansado




O laboratório de exames estava abarrotado de gente.  Ao chegar e ver aquele monte de gente era desanimador imaginar o tempo  ali perdido. Procurando se orientar você  se informaria para saber  a ordem de chamada e,  outra pessoa no mesmo barco, senão uma das  assistentes lhe indicaria o local para retirada de uma  senha. Depois procuraria um local para se sentar  munido de paciência.  A observação do funcionamento meio que obrigada pela falta do que fazer lhe atentaria para  as pessoas, o atendimento e a dinâmica do ambiente senão por curiosidade  pela mera  abstração do estar ali presente, atento ao painel digital que indicaria  o próximo número de chamada que também determinaria o  tempo que  ali ficará, salvo contratempo que notaria acontece comumente em qualquer local em que o tempo parece conspirar contra.  Ali preso pela circunstância atrelada a necessidade  nada a fazer a não ser esperar... Os olhos vagueando entre um e outro, definindo a esmo a beleza dos presentes  e os que depois de você passarão pelo mesmo martírio,  a indumentária, a classe social e outros rompantes que sua mente em funcionamento vai observar furtivamente. Observará aqueles que aparentemente estão saudáveis e ali estão por obrigação para atender demanda de uma  empresa  e aqueles que estão capengando visivelmente,  os impacientes que lhe causarão impaciência ou uma critica e os que como você por motivos que só você sabe.  Alguns mais exaltados que outros.
 De repente você sai do seu mundo...E divaga: Deus, deve estar cansado. Com  sua onipresença observar tudo deve ser cansativo. Tantos laboratórios como aquele;  hospitais, agências bancárias, escritórios, restaurantes.,. e complemente com feitos mais pessoais:  casamentos, aniversários, churrascos e  vá adiante. Sempre as mesmas buscas, os mesmos objetivos.  Imagine você vendo o mesmo filme 40 vezes. A rotina das pessoas adoentadas, desesperançadas, gerações e gerações buscando o que chamam de sobrevivência sobressaltada pela rotina.  Acuados por uma enfermidade ou qualquer outra atividade,  ora buscando o prazer altaneiro, ora buscando assegurar um futuro mais estável,  ora planejando, ora tramando, ora se submetendo aos desmandos comuns da humanidade.  Sempre achando que somos especiais, contando que contamos com uma proteção que não temos e considerando que somos o que não somos.  Anos á fio geração após geração... Se infiltrando em guerras, clamores, petições. Mudando apenas o CPF mas com as mesmas indagações, aspirações e conduta. Para quem retém a capacidade de tudo ver deve ser tudo muito maçante.  Sim, Deus deve estar cansado. De ver e rever incessantemente erros e acertos de presenciar nossas futilidades, nossos quereres, nossos aspirações, nossos sonhos, nossos devaneios, nossas dores, nossas maluquices, nossos dramas, nossos anseios, nossos... Constatando que fazemos tudo igual  embora acreditemos que não. Ou você acha que é o único que passa por isto?

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Coração nao se brinca



Aceitei um convite pra brincar com você.

Sem saber o que ia acontecer
não se brinca com a emoção
Não se dilacera um coração







Este e um jogo perigoso
Que só faz sofrer e é impiedoso
Brincar de sofrer é um jogo extremo
como roleta russa ou tomar veneno 





Faça uma receita para alguém sofrer
Aceite um convite para brincar com você
faça de tudo para seduzir e enganar
Depois saia ileso sem ninguém reclamar  




Se,  rega o engodo ela fica dengoso

Se lhe da o poder ele fica famoso

Enraizado ele não  pode arrancar

Sem um coração ele machucar



Se quer brincar com o coração de alguém

Saiba que alguém pode tornar-se ninguém

Se,  cabe um conselho é melhor não brincar

Brincar com coração também pode matar.