Eu quero ser bombeiro diz uma criança
admirada com aquele traje e postura que enchem seus olhos. Não se sabe como se dá, mas existe um encantamento naquilo que é
indefinido ou inexplicável quando se é criança. Aquele menino mudará muitas vezes de profissão abusando de sua
cabecinha infantil, mas, isto denota apenas uma fase. Desde a tenra idade temos uma identidade
única e muita vezes causam estranheza
nas pessoas. Uma criança que gosta de brincar com roupas mais do que qualquer outra coisa,
outra que não gosta de jogar bola como a maioria dos garotos, ainda outra que prefere a companhia dos livros ao invés de
brincadeiras infantis pode causar alvoroço. Esta unicidade que causa estranheza nos adultos muitas vezes é castradora porque
não entendendo esta mágica dádiva do ser diferente tentam a pulso “endireitar”
aquele comportamento mal compreendido. Logo surge a questão esta criança é
normal? Sim, somos diferentes e ser
diferente não é anomalia. Certo que existem aqueles que são muito
diferentes, como na estória do patinho feio, talvez estes que na infância
passam a ser hilarizados, tornam-se pessoas celebres em sua área de atuação
quando esta castração não é imposta sem conserto, o que em contrapartida o tornaria um adulto infeliz. Não quer dizer
que as pessoas comuns aquelas que trilham pelo caminho mais aceitável aos olhos
dos outros não terão destaques, só terão caminhos menos sinuosos. Também é verdade que
nem todos seremos aquilo que almejamos por falta de resiliência, por falta de
dinheiro, por falta de motivação, ainda, às vezes, somos impelidos para caminhos sem escolha como
alguém que vai para uma guerra e nunca mais volta, ou volta só que agora a
viver sua guerra particular, sua história
foi comprometida por uma guerra que não era sua em nome do patriotismo,
autoritarismo ou orgulho não importa, aquilo que decepa esperanças é sempre
danoso. Certo também que não sabemos onde estabeleceremos alicerces... Podemos
terminar num lugar onde jamais imaginaríamos, correndo atrás dos nossos sonhos
e, nossos sonhos não tem pátria. Nossos
sonhos também podem ser rasurados pelo dinheiro, pelo deslumbramento, mas
quando a cobiça nos leva onde não derivamos prazer; ou retomamos nosso caminho
ou vivemos infelizes e qual é o motivo de estarmos em sintonia com nossos
sonhos? Não é a felicidade? Não é atrás daquilo que nos faz pleno, que nos dá a
sensação de estar fazendo algo útil, nossas realizações que nos deixam mais perto da felicidade?
Nossas diferenças são partes da
constituição que nos faz ser o
que somos então da próxima vez que ver alguém diferente daquilo que você não
está habituado, não caçoe, não provoque.
Lembre-se: um estampido pode lhe
provocar um susto, mas também pode lhe deixar surdo só depende do tamanho do
barulho.
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