someone lyke you

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Coração traiçoeiro, quem o pode conhecer?




 Falar de coração é entrar num terreno desconhecido em todos os sentidos. Mas nossa relação  com o coração traiçoeiro, pouco tem a ver com nosso coração  físico. Sim, este mesmo:  dos  BPM  por segundo, dos enfartos do miocárdio, dos ventrículos esquerdo e direito. Tem a ver com nossas motivações. E estas,  tão complexas como, tem um histórico com uma lista bem grande de atos falhos  que constituem sua formação. Desde tenra idade nossas motivações mais íntimas são desenvolvidas e solidificadas por eventos, fatos, experiências, constatações que vivenciamos  e que consciente ou inconscientemente aprendemos.  Nosso coração pode ser retratado com aquilo que temos no mais intimo do nosso ser. Motivações erradas a primeira vista são dominantes e quando nos deparamos ou exercitamos este lado inerente em nós,  agimos compulsivamente ou  como que para agradar nossos anseios carnais.  Parece que temos um molde pré definido que articula nossas necessidades carnais e que nos submete quase que imperativamente. Se perguntado se, você se envolveria com uma mulher casada, provavelmente repudiaria a idéia se  tão somente se colocasse no lugar da pessoa, o marido,  e pudesse sentir toda dor da traição na sua  carne.  Por outro lado se acabassse se enolvendo sem a menor pretensão de traição, por conta de uma admiração mútua, certamente diria que aconteceu e que não foi nada planejado.  O coração é assim, arma sutis artimanhas e ingênuas armadilhas. Nunca é escancarado. Nunca é: se isso aquilo. Um descuido que a situação aparentemente ingênua lhe direcionou. Nosso consciente prefere se manter ingênuo numa situação de perigo. Porque admitir que pode culminar num desastre não é agradável e  obrigaria você  a se afastar de uma situação que te dá  prazer. Já  seu subconsciente é acusatório e releva situações alarmantes,  perigos iminentes, revelando  verdadeiras motivações.  Por isso numa situação que todos vêem perigo você está  cego como que inebriado pela inocência embriagadora predisposta por seus anseios primitivos que por alguma razão são  ocultados pela sua consciência que sabota toda advertência.   É sabido que o toque agradável e  palavras melífluas,  liberam  ocitocina que é o hormônio  dá  sensação de prazer e,   esta sensação embota sua razão, efeito parecido ao das drogas alucinógenas.  Seria o mesmo que estar diante de um leão, numa selva  e  não perceber a urgência da fuga. Ou do rato que perde o  medo do gato.   Isto não o faz corajoso. Isto o faz vítima. A paixão é munida de efeitos semelhantes. Do nada você se torna improdutivo, irracional, cego, vulnerável as demandas do amado. Você cria expectativas baseadas naquilo que você quer ver e não do que realmente é.  Parece absurdamente improvável a comparação, mas, ela é a mais pura realidade. Pode ser vista como uma forma de disposição que facilita a perpetuação da espécie, mas é uma armadilha que muitas vezes causa  arrependimentos.  Filhos indesejados, ações que trazem questionamentos como: Como pude fazer isso? Não acredito que fiz tudo isso por causa desta pessoa? Não acredito que me permiti agir assim.  Entre outras.
 Esta é apenas uma pequena explanação de onde nossas motivações podem nos levar. Ter a mente vigilante para os perigos de confiarmos no coração nos protege de situações que poderiam culminar em prejuízos pessoais e de outrem. Mesmo quando isso se trata do nosso próprio coração.Sim, o coração é traiçoeiro. Quem o pode conhecer?

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Coisas de chat



Há anjos  nas trevas.
Procurando  redenção?
Nas tribos modernas pode ser ou não.
Ali conheci:  ela.
Tamanha inspiração
O que te  faz vê-la  entre tantas na multidão?
O que faz você querer além da tentação?
Do obvio, da fome, da satisfação.
O que te faz ver que  vai te inspirar?
Querer  ser melhor, pro inferno voltar,
Rever conceitos, consertar seus defeitos, se realinhar?

Que faz você dizer: Com você quero ficar?
Distinção seria a palavra?
Pode ser.
Mas qual seria a apalavra pra você?

Aquele detalhe que te atrai,
Aquela ínfima  distinção que forma um todo.
Um todo  do mínimo que te deixa louco
Um detalhe, um entalhe, uma tirada,
Ou  quem sabe um nada.
No inferno onde  alguns  querem tudo,
Outros refugo, alivio pra alma,
Ser amados, sexo depravado.
Comiseração ou apenas canção.
 Será?
É digno querer chamar atenção.
Será que a alma  faz interpretação?
Pra palavra solidão?
Pra si mesmo enganar?
Qual a verdadeira motivação?

Mas, lá estava ela
Foi ali no meio das trevas,
Dos escombros, mentiras, sonhos e sendas..
Entre feras
Deusa, Angel, demônio,
Uma flor do campo,
Uma trepadeira, uma avença, um dolo?
Talvez  carpideira?
Não pensei, só desejei.
Quis saber mais um pouco.
E o pouco virou colosso.
E o colosso sofreguidão
Entreguei-lhe meu coração.
Entre quimeras, diatermias
Foi ela, entre elas,
Ali no meio do caos,
Rixas, contendas, poesias e parafilias,
A deusa: Afrodite, Judites,  Anas, fulanas,
Mulheres de fama.,
Homens do  mau.
Ela: entre janelas.
E pronto. 



Divagando



Jogo de palavras que matam
Sentimento diluído eu sinto
Eu vou tentando o salto
Porque sozinho
A solidão reflete a alma
E vai me confundindo
A mercê dos meus devaneios
Pareço um menino
E se não falas
Vou deduzindo.
E os medos se manifestando, guerreando
Vou me redimindo.
Mas em segredo a alma não se cala.
E entrementes submisso
Um desacerto, sim, conclusão maledicente
Esta dor que vai o peito comprimindo
E falo, falo:  é o falo, é o falo.
Indignado mas nada conseguindo
E  num instalo vem o desacato
Expurgo o mal me exprimindo
E as palavras como bumerangue atingem o alvo.
De todo mal me aspergindo
Provo o caos,
estou saindo
Apago a luz, me prostro
Peço perdão pro infinito
E  o coração duro como pedra
Como sabão se diluindo
Estendo a mão procuro redenção
Os meus pecados assumindo
Faça-me bom, faça-me sábio.
Vou concluindo.
O coração e o que falo
Estão me denegrindo
Na escuridão tudo tão claro
O sentimento é genuíno.
E nos seus braços me calo
E tudo retorna fluindo
Como Sísifo desesperado
Recomeça o estribilho


domingo, 19 de outubro de 2014

Subordinação



Tratamos a palavra subordinar ao que me parece,  numa relação chefe empregado, dominador  submisso.. Estar subordinado é estar numa escala,  abaixo daquele a quem nos subordinamos.Hoje acordei  me questionando. Sabe,  estes pensamentoss que aparecem  voluntariamente do nada, como pré-formulado  pela sua mente?   Preciso subordinar meus impulsos, preciso subordinar meus medos, meu ciúme. É relevante já que são coisas que o faz escravo daquilo que você sabe não ser bom.  Sim, porque não?  Quando você permite que  suas fraquezas o dominem está fazendo delas senhor das suas ações.  E quando você decide subordiná-las é como se dissesse a si mesmo que não quer que seja assim. Naturalmente esta reflexão é fruto de algumas desilusões que causam perdas. Se for bom observador verá que a as pessoas ao seu redor servem como termômetro para dizer como sua conduta as atinge, basta que para isso esteja  atento  as suas queixas, suas considerações, expressões corporais quando você chega num ambiente e principalmente  quando você mesmo vê necessidade de mudanças. Precisar mudar, eis aí, uma frase pronta que quase todos pronunciamos  mas que quase não surte efeito enquanto  realmente não decidimos subordinar nossa zona de conforto. Por incrível que pareça nossa  zona de conforto traz muito mais prejuízos que benefícios. Sim,conforto  é bom? Claro que é. Quem não gosta? Mas também nos dá a ânsia  de estacionar, de parar e ficar apreciando. Tudo,  menos de agir. De buscar, de arriscar. As vezes precisamos encurralar a zona de conforto e deixá-la presa para que possamos nos arriscar em terrenos desconhecidos. Subordinar aquilo que nos faz pequenos  não é algo fácil.  Fazer mudanças pessoais nos dá a incrível dimensão do quanto é difícil mudar. Quando você está subordinado a seu chefe, se quiser manter seu emprego é obrigado a andar debaixo das normas por ele estabelecidas. Porque? Sua manutenção dentro da empresa depende disso. Aprendemos subordinação cedo. Não raro nosso lar é o aprendizado básico de subordinação. O  respeito a nossos pais, aos nossos irmãos -  quando o temos, ao nosso  vizinho, aos nossos colegas de escola e assim consecutivamente. Assim nossas subordinações em campos específicos da personalidade vão se moldando indiretamente quando somos ensinados  e as vezes até subjugados pelos nossos tutores. Isso se faz necessário para que possamos manejar com coerência o que nos acompanhará por longos anos no convívio com pessoas.  A espiritualidade é outro tutor muito expressivo. E provavelmente o grande mentor que nos induz a querer ser  pessoas  melhores. Para ser uma pessoa melhor precisamos subordinar nossos defeitos que se destacam diante dos outros.  Ele pode ser simples, como falar alto ou pode ser grave como querer  se aproveitar dos outros. Quando você resolve subordinar alguma falha de personalidade você está fazendo,  visando um aprimoramento do seu caráter .Da sua persona. E  isto reflete positivamente na vida as pessoas que te cerceiam.

domingo, 12 de outubro de 2014

Disparate



Um dia conversava com uma moça que acabara de conhecer. Ela dizia:   Não sei  como alguém  pode  não ter um carro. Eu não tinha. Senti-me mal  quando aquelas palavras desceram pela minha garganta como se tivesse tomado algum tipo de remédio amargo. O fato de não ter  parecia uma aberração como não ter uma perna, ou não ter sei lá, alguma parte essencial do corpo. Despistei. Não me lembro como respondi, mas provavelmente  menti, algo como:    Pretendo comprar. Estou ajuntando para  comprar um carro zero.. Sei lá.  Hoje talvez diria: Da mesma forma que é inadmissível  alguém não ter um pedaço de pão. Sim,  um simples pedaço de pão para saciar a  fome. Talvez a pessoa que não tem, me olharia desnorteada. Afinal há quem se indigne com o fato de   alguém  não ter um carro ou um pedaço de  pão.  Pode parecer aberração, mas entre uma coisa e outra parece fútil imaginar   que há pessoas  que não imaginam alguém não ter um carro quando lhe falta o  pão. E como tem. Embora seja inadmissível. Imagino um pai, cuja família se alargou demais. Os frutos sagrados ultrapassaram a cota da sustentabilidade. O salário apertado que mal da para as despesas mais simples e,  sobre a mesa, além das moscar famintas não há mais nada. E viável que em vários cantos do mundo encontre pessoas nestas condições e que jamais  sonhariam com a possibilidade de um carro, que para muitos é uma necessidade  indispensável, estacionada na garagem, Por sinal,  sonham como uma mesa farta, onde o filho para encher a barriga não  tivesse que tomar água. Mas, enfim a desigualdade social é uma realidade doída de aceitar. Talvez o governo pensando neta dicotomia tenha criado seus planos de assistência para diluir um pouco estas diferenças. Mas a idéia do carro perambula mentes juvenis, motivadas por filmes de Hollywood  e a ascensão ainda que entre a escolha entre o pão e o carro, seja estapafúrdia, é bem atraente.  Então a concepção da idéia carro versus pão torna-se realidade. E as ditas palavras reverberam como o som da flauta ludibriando a fome ; ou  o governo,  como queira. Claro que a cogitação da idéia da troca do pão pelo carro nem é concebível em lugares do mundo em que ter um carro é tão desnecessário quanto ter roupa de marca. E onde a fome não é apagada pelas luzes de neon de cartazes com uma oferta de um modelo do ano completo.