Um belo dia você descobre que não
é imortal. Talvez uma dorzinha que parecia nada, que você tratou com descaso. Não por relaxo, mas simplesmente porque por
algum motivo desconhecido tratou aquilo como algo passageiro. Seu instinto de
urgência não estava alerta para que aquilo fosse de real preocupação. Bom, você
deveria ter, mas não teve. Ou, foi
vitimado por um acidente incomum, sei lá, estava viajando para algum lugar e
numa ultrapassagem imprudente cuja
responsabilidade foi sua ou não culminou num acidente que agora faz você se ver
as coisas com mais cautela.Um familiar próximo que você conhece bem a história
e que repentinamente foi assolado por uma enfermidade. Há inúmeras situações que servem como um
despertador para chamar sua atenção para
a fragilidade da vida. Fragilíssima. E não importa quanto cuidado você possa ter ... Ainda
assim não pode tapar os buracos da fragilidade nem brindar sua vida de forma
que você esteja protegido do imprevisto que abrirá sua mente para o quão frágil
é. Costumamos ver a advertência cuidado frágil
em embalagens que carregam produtos que a manipulação inadequada podem-se
quebrar. Mas, muitas vezes agimos como se nossa vida fosse inquebrável. E
enquanto caminhamos para a maturidade parece que somos tomados por uma
redoma inconsciente de herói (síndrome indestrutível) e perdemos a noção do
quanto somos vulneráveis a esta nossa empolgação
proveniente da nossa jovialidade. Assim motoristas imprudentes arriscam suas
vidas e a dos outros levianamente. Assim nos embebedamos enveredados. Assim andamos com os pés descalços, tomamos águas
de rios, fazemos manobras incríveis em nossos skates, bicicletas... Claro, isto
não deveria nos engessar num medo sem precedentes coibindo nossa volúpia...
Infelizmente nossa cultura ocidental não nos prepara para as seqüelas do futuro
que nos assolarão por causa de nossas atitudes no presente. Um boxeador no auge
de sua carreira não pensará que anos a frente sofrerá de demência. Um jogador
de alta performance não pensará que sofrerá sérios problemas nos joelhos daqui
a 20 anos... Sei,sei, pareço um prenunciador de catástrofes... Não é esta minha
intenção, ela por sinal é advertir para o que negligenciamos por pura
ignorância. Você foi e comprou aquele
produto que foi indicado como o melhor do mercado porque seu vizinho disse que
era excepcional.. Mas você pensou ou
parou pra pensar em todos os aspectos envolvidos na aquisição? O produto é
cancerígeno, tem selo de garantia, foi aprovado como seguro pelo governo, é
seguro para seu filho menor, o valor está dentro do orçamento, ele será útil em
longo prazo, é funcional para sua família ou é apenas uma aquisição para saciar
a sua disputa pelo poder. Não é certo
que deveríamos pensar nisso quando pretendemos fazer qualquer atividade em nossas vida? .Não é certo que
deveríamos ter a perspicácia reflexiva em longo prazo para prevermos os danos
assim como os benefícios para nossa
saúde como um todo? Claro que isto não nos assegura e nem nos dá a garantida de
prosperidade, mas faz com que tomemos as devidas providências para assegurar
que anos a frente não amargaremos nossas decisões motivadas pelo esplendor dos
anos dourados onde parecemos imortais e nem trataremos com descaso aquela
dorzinha incomoda que se arrasta por dias.
Como pai temos grandes responsabilidades quanto a
pensarmos no futuro de nossos filhos. Meu filho não tem o hormônio responsável pelo
crescimento, mas se ele não tivesse um acompanhamento médico que indicasse
isso, ele não poderia ser tratado adequadamente. Este exemplo mostra o quão
vigilantes precisamos estar para minimizar os danos que ocasionalmente possam nos sobrevir.
Vale lembrar aquele velho clichê: É melhor prevenir do que remediar.
Simples, batido, mas, funcional.
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