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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Estória sem fim.



Caso estranho o daquela mulher,  o marido havia desaparecido e isto a levou a abrir uma ocorrência policial. O Delegado muito gentilmente pediu uma descrição do marido sumido.  A mulher pensativa como se dali ausente balbuciou  a descrição como se ao longe pudesse vê-lo belo e formoso: Alto, moreno, cabelos negros, olhos cor de mel.  O delegado compadecido, após cumprir o tramite legal, se levantou  e como ultimas palavras de consolo  se dispôs a dizer  que faria  todo possível para saber do paradeiro do homem.  Todavia dentro dele não podia pensar em outra coisa a não ser o obvio para aquela região,  o sem vergonha fugira  com outra mulher. Não que o conhecesse, mas naquela cidade pacata, onde o índice de criminalidade era baixíssimo e onde o que havia de mais atrativo eram as mulheres solteiras, não poderia pensar em outra coisa senão  que o matuto se engalfinhara certa noite com uma mocinha cheia de fogo e sob seus lençóis fizera juras de amor e agora mediante os fatos, tudo indicava que fora mais que juras.  Não havia muito a ser feito, mas ele precisava investigar. Ultimamente não havia nada de  interessante e este caso daria alguma credibilidade já que fora nomeado a menos de um ano e ainda nao mostrara nenhum serviço importante. Pensou: um tempero para  seus dias que  iam pra além de monótono. Chamou um dos seus auxiliares e relatou o caso pedindo que perguntasse nas redondezas sob o paradeiro do sujeito.
 As investigações corriam solta e o tempo avançado trouxe várias interrogações.. Todavia, solução nenhuma. O homem fora visto dia anterior pelo dono do pequeno empório local, tinha sido visto pelos vizinhos que nada fugia da visão,  não pela especulação.  mas pelo tamanho do vilarejo. Nenhuma das jovens solteiras da cidade havia desaparecido... O casal não tinha filhos o que complicava ainda mais.. Não havia como se fazer perguntas  que de alguma forma pudesse direcionar o fato para algo mais concreto.  A viúva (pretensa viuva)  que dantes quase não dava as caras na cidade agora ainda menos, sua presença quase não era percebida, exceto quando uma vez por semana se dirigia ao pequeno empório para compras semanais de mantimentos. O dono do empório que a esta altura havia sido interrogado casualmente pelo delegado, lamentou o desaparecimento do marido. A moça meio que entorpecida agradeceu e foi-se quase como sempre fazia. Repentinamente o homem se lembrou que a última vez que vira o marido desaparecido ele parecia muito estranho. Lembrou  dele ter dito algo sobre a mulher algo como : ela anda estranha. Fazia pouco mais de 1 ano que o casal havia mudado para o vilarejo e embora o homem fosse falastrão a mulher quase não aparecia, excedo a igreja, mas ainda assim muito raramente. Lembrou também que o homem dissera que as vezes sentia um pouco de medo da mulher. Aquela história estava pra lá de confusa e o pensamento lhe remoia angustiantemente. Naquele dia resolveu ir a delegacia contar o caso ao delegado. Este por sua vez, vendo que suas investigações levavam a lugar nenhum e os poucos fatos relatados indicavam que havia algo de misterioso no desaparecimento do homem. Como sumira se ninguém sabia do seu paradeiro ? Porque ninguém sabia dizer nada sobre a mulher? E porque ela agia tão estranhamente? Mesmo que a imagem do delegado sempre o levava para aquela noite onde ela o procurara, ele não tinha  outra alternativa a não ser desconfiar dela.  Na manha seguinte uniu sua equipe e  foi até a casa da mulher, faria uma varredura cabal no local e mesmo que isso significasse ver lágrimas faria seu trabalho. Mas nada disso foi necessário. Quando chegou a porta estava aberta, cautelosamente o delegado e seus homens começaram a vasculhar a casa.. quando enfim alguém gritou do quintal.. O delegado imediatamente correu para o local. Sob uma cova recentemente aberta estava o corpo da mulher ensangüentado, e mais abaixo ainda coberto por um pouco de terra, o corpo do marido desaparecido...

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