Final de tarde, entrei no mercado procurando algo para comer. Algo diferente. Sabe estas vontades que dá, inexplicáveis. Você sente vontade
de comer algo que nem ao menos sabe o que é. Pois... este era o meu dia. Na
vitrine onde ficam exposto os produtos
para consumo imediato estava ele, o
cobiçado bolo salgado. Parecia bom, a aparência era formidável. Eu o
desejei assim que meus olhos toparam com ele ali. Eu não gosto da batata palha,
mas ela salpicada sobre aquele recheio fino
esbanjando frango molhadinho com maionese, inebriava a minha dieta
vegetariana. Meus neurônios estavam ázimo de desejo (brincadeira, trocadilho
desnecessário). As portas do mercado tirei-o da embalagem e quando mordi: Azedo! Não é
possível! Estava azedo. Nestes casos onde a vontade unida a fome tira a lucidez
você não pensa o quanto é importante olhar a data de validade. De súbito pensei num colega que acabara de ter um novo ataque cardíaco. Que
conexão mais maluca! Honestamente ? Pensei
se como meu bolo salgado ele não estaria com o seu prazo de validade vencido. Anelei de todo coração que não. Infelizmente como os produtos que ingerimos, também temos
data de validade. A bíblia costuma fixar esta data como 80 anos. Parece razoável, embora duvide
muito que alguém queira viver somente isso. Temos um apego natural pela vida que ao
pensarmos num dia definido para a morte assusta-nos muito. A verdade é que como
tudo estamos rotulados como prazo de
validade. Só não estamos marcados
como os produtos que disferem data de fabricação e data de validade.
O que na verdade nem sei se é bom,
existe uma certa flexibilidade ou se preferir imprevistos que deixam o
nosso término em aberto, isso é dependente dos meios que permeamos, isto quer
dizer que ha prazos de validade muito curtos..(Bebes recém nascidos, que partem
tão cedo e tanto outros que morrem tão cedo). E há prazos de
validade bem longos, que chegam a ultrapassar o prazo determinado em nosso rótulo. Como pode ver temos estabelecidos o dia da
fabricação mas não o último dia de
validade. Por outro lado imaginar que
somos tão suscetíveis a acontecimentos alheios a nossa vontade imagino que
deveríamos vir com uma etiqueta tipo estas de produtos frágeis. . Mas do que adiantaria não é mesmo? Às vezes foge-nos da compreensão tantas coisas.
Fico a imaginar estes malditos ditados que tem tudo a ver como: o peixe morre pela boca. Mas porque mesmo sabendo disso fazemos tantas besteiras? Acabei devorando o abençoado bolo
salgado azedo mesmo. Que droga! Porque às vezes sou tão burro.
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