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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

UMA TEORIA SOBRE A POSSE



Às vezes você precisa atingir o auge da posse pra descobrir que você não possui nada.
E quando você perde você supervaloriza o que perdeu, mas depois,  com o passar do tempo você descobre que a coisa nem era tão valorosa assim,  então você entra numa fase de questionamentos: Como pude fazer isso? Como pude aceitar aquilo?  Deus onde estava com a cabeça!
Você questiona ações de uma ocasião que estava sob o efeito de um sentimento que tapava-lhe a razão. Agora, liberto, você se questiona, se tortura. Entramos numas de procurar culpados, de constestarmos nossas ações. Diante de crises emocionais como estas analisamos nossas atitudes e as atitudes do parceiro como acertos e erros.  Embora a idéia de posse seja algo oriundo de nossa constituição precisamos reavaliar nossas atitudes.  Quando consideramos as pessoas como se fossem  nossa propriedade fatalmente faremos sua vida miserável e  pouco aprazivel. Então quando o ciclo da posse termina costuma-se procurar razões. Sim, houve incompreensão, motivos para que não desse certo, mas do que adianta ruminar fatos passados causando uma indigestão nociva?  Ambos erraram e ambos colherão o fruto dos seus erros. 
Nos somos aprendizes de tempo integral  e aprendemos com nossos sofrimentos, com nossos relacionamentos desfeitos, aprendemos com nossas inconstâncias... Não erramos porque queremos, ou ate erramos, mas não é algo diabólico ou premeditado. Se erramos é por não vislumbrar as coisas como deveriam ser  por não estarmos preparados para aquela situação ou mesmo por sermos levianos em nossas atitudes,  mas,  nada coniventes com a premeditação.
Atingir o auge da posse é você achar que pode controlar a vida da pessoa amada.  Sim, achar que pode controlar seus pensamentos, vontades, etc. e  tal.  Não pode. Mesmo porque às vezes nem a própria pessoa sabe o que sente... Às vezes,  nem sabe o que quer. Então como pode controlar alguém? Mas, isto não é uma coisa que se aprende  da noite para o dia, é um longo processo de dor, angustia, questionamentos... Romper um  molde preestabelecido não é simples, não é fácil e muito menos inconsciente, você precisa estar imunizado dos efeitos deste sentimento para que então possa romper o molde da posse e isso exige tempo. Custa-se a entender que o tempo cura os males da alma quando sob o efeito da paixão. O  simples fato de admitir a perda é possessivo e posse é manipular a si mesmo sob as rédeas de uma cegueira claustrofóbica,  porque além daquilo, você não consegue ver mais nada e como não consegue ver sente medo de perder  até o que é ruim, o que está te tornando  pequeno, o que o  está descaracterizando. O que está te fazendo infeliz.  Eu sei parece confuso, mas quem disse que o sentimento de posse é fácil de entender? Passamos a vida toda aprendendo que o que é nosso é nosso e que não devemos confiar nas pessoas,   que não devemos dar margem para uma possível traição e que a forma de não perder é controlar.  Gerimos um medo por algo ainda não vivido e ficamos esperando que aquilo que não aconteceu vá acontecer e neste clima tão bem elaborado por nossa mente perversamente criativa entramos numa relação que poderia ser promissora,  armados até os dentes como se a pessoa que decidimos amar fosse nossa inimiga, o que, por conseguinte acaba sendo. É como alimentar um monstro em nossa imaginação e darmos vida a ele por conta do nosso medo. Como então  balizados neste aprendizado teremos doravante, um  conceito equilibrado? Isto realmente não é fácil. Mas não é impossível. Basta boa vontade e alguma dose de sofrimento caso você esteja no olho do furacão.
A liberdade da posse não garante que você não irá mais conviver com ela, pois as pessoas do seu convívio também desenvolvem este estigma  e isso lhe sobrevêm como aviso para uma vigilância constante dos seus sentimentos. E isto é muito bom porque toda lição aprendida precisa ser constantemente recapitulada porque senão você esquece... E a mente esquecidiça é outra arapuca que devemos evitar integralmente.

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