someone lyke you

domingo, 31 de março de 2013

A Morte de Cristo



A morte de Jesus foi algo bem significativo, embora hoje este reconhecimento esteja relegado a segundo planos. Raramente encontro pessoas que vêem isto como uma data marcante ou com alguma importância considerando seu real valor.  Não que as pessoas ignorem o fato,elas realmente desconhecem. Sério, desconhecem a importância desta data... Data, dia.. O que realmente importa?  Nesta data as pessoas estão preocupadas com ovos de chocolate, na tradicional festa de trocas de ovos de páscoa. As crianças adoram isto,  ora, os adultos também porque não? É tão bom. Indiretamente se no recôndito de minhas informações acumuladas por anos procurar fazer uma conexão  eu iria pela lógica voltar ao passado lá quando Jesus sentado numa mesa com seus 12 apóstolos comemorava uma outra data – a libertação do seu povo da escravidão do Egito. Data memorável e até hoje muito significativa para os Judeus. Naquela data memorável só para citar o clímax dos acontecimentos, o mar vermelho ( uma massa de água considerável) se partiu no meio para que toda uma nação passasse para a liberdade.  Jesus agora sentado à mesa dava àquela comemoração um novo emblema, uma nova representação,  acontecimentos iminentes marcariam para sempre a vida da humanidade, e ali, naquele momento Jesus representava  o cordeiro  de Deus(Agnus Dei) que remiria os pecados  da humanidade.  Jesus então partiu o pão e ofereceu a seus discípulos e acrescentou: este é meu corpo. Depois pegou o vinho e mencionou: este é meu sangue, depois concluiu: persisti em fazer isso em memória de mim. ( 1 Coríntios 11:24-26) Estava ali estabelecida a mais importante data para os cristãos, importante porque o sacrifício que Jesus estava prestes a fazer  nos libertaria da  condição morredoura destinada a toda humanidade e porque tal como para  os Judeus representava a libertação da escravidão como nação, ali Jesus se punha em pés de igualdade como libertador mas em um grau definitivamente mais significativo. Mediante sua misericórdia estávamos ganhando a graça da liberdade. Por falar em liberdade aí entra  o  coelho e o ovo de chocolate  que representam a fecundidade , a renovação da vida, o recomeço ( Entre os povos da antiguidade a fertilidade era sinônimo de preservação da espécie de melhores condições de vida.) Já no Antigo Egito , o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas. Mas o que a reprodução tem a ver com o significado religioso da Páscoa?  Esperança de vida nova.. Lá no passado a igreja adotou o ovo  símbolo da Ressurreição . Uma santificação imprópria de cultos pagãos, mas enfim, hoje norteamos a morte de cristo com ovos de Páscoa que obscurecem a natureza real da data, mas que iluminam os olhos das crianças e dos adultos. Ora,  porque não?

domingo, 24 de março de 2013

Avessos




Procuro um advento
Que apazigúe turbilhoes
Da alma.
Porque o vazio
Sob pressão
Míngua a aura


Sigo na contra mão
Destilando intenções
E pairo sob flores
Onde está o amor?
Onde está a cumplicidade?
Sugo o néctar do pecado
Encontro o procurado

Há desatino na devassidão
Entre mil corações
Quem é usurpado?
- A flor inspira ilusão
- A flor transpira pecado
O rei ou o pobre coitado?

Sou  o avesso?
Corrompido pelo desejo
Sou obstinado?
Corrompido pelo pecado
Arremesso perfídias
Ou o néctar benfazejo?
A paz ou a beligerância?
Clamor  ou bem aventurança?

A fina tênue proferida
É a medida da cura ou da ferida?
A ilusão é a cura  da icterícia?
O Emblema de  Deus ou do Diabo?
 O canal do bem ou do pecado?
A hóstia que abranda a fúria?
O  salamandra que põe fim a penúria?
Ou a torpor lactante da dor?

Alardeiam que andam próximos
Avessos, em lados opostos
Diante de ti a remissão ou degradação.
Escolha seu endereço.
De mãos dadas ou  separados?

quinta-feira, 21 de março de 2013

O Banho



Estava frio o corpo parecia petrificado, tirar a roupa não parecia boa opção e estava bem difícil. Lembrei-me dos dizeres de alguém que dava aconselhamento sobre relacionamentos que dizia que deveríamos procurar prazer em coisas simples como um banho. Humm, como de repente  noto o quão agradável pode ser...Ligo o chuveiro antecipadamente para que o vapor dê uma pré aquecida no ambiente e para me certificar que a água estará quente o suficiente. E lá estou eu... Os pensamentos fervilham misturados. Penso em Clarice Lispector falando sobre sua empregada que queria ler um dos seus livros. Não sei por que, este pensamento tem sido recorrente. Eu não entendo. Pensei em Thomas Thallis  com seu coral de 40 vozes cantando Spem In Alium, lógico que nem saberia o que era isso se não tivesse lido "50 tons de cinza"... Descobri que sou ruim pra isso e que meu gosto musical é questionável.  Não vi tanta graça como o casal parece ter achado no seu momento solo.  Pensei em Joana... Caramba! Tenho dado tão pouca atenção para ela e não sei por quê. Só sei que preciso me retratar. As vezes penso que o fato de ela achar que estou sempre ocupado e  eu, de minha parte achar o mesmo,  acabamos nos falando menos que, a princípio,  eu gostaria. Pensei na dita cuja. As mesmas cenas de sempre, às vezes me recrimino por não ser mais criativo, pensar sempre nas mesmas coisas? É tão enfadonho... Já que tenho que conviver com eles deveriam ser mais elaborados, exemplo: numa destas,  eu deveria enforcá-la na Torre Eifel  ou jogá-la da Ponte Rio Niterói... Sei, lá, o lugar não importaria, mas que fosse mais criativo. A água quente caindo sobre minhas costas me fazia quase  esquecer do horário de trabalho... Pensei em Anne. Tivemos uma conversa pra lá de desagradável e, de certa forma os pingos nos ” is” não aconteceram.  Estou bem ciente dos meus muitos defeitos e infelizmente não estou vacinado como pensava de certas picuinhas e do passado com todos os seus rabiscos. Afinal que borracha consegue apagar  erros passados? Aproveitei o calor da água pra fazer a barba.. Acho que vi esta recomendação em alguma destas revistas que garantem que esta é a melhor forma de não irritar a pele. Hummm, acabei. Reluto pra desligar o chuveiro, mas se não o fizer vou chegar atrasado. Quanto tempo será que fiquei aqui?  Se o ônibus tiver passado estou ferrado, penso. E corro pra cair nos braços gélidos de mais um dia.

segunda-feira, 11 de março de 2013

A Infalível Abordagem de Ana Luiza



Adultos são seres estranhos, eles até escrevem livros  ensinando formas de abordar alguém do sexo oposto.  Durante nossa passagem de criança para adultos  esquecemos como se faz isso, então depois de algum tempo sofrendo com nossa falta de habilidade interativa, recorremos a técnicas de como fazer isso ou aquilo, de como impressionar e como chegar numa garota e até como  se enturmar num grupo..
Ana Luiza não. Ela me deu uma aula gratuita de como fazer isso ser simples e eficaz.  Estávamos na piscina e eu adulto com regras, formas e tabus, estava preocupado. Com quem ela iria brincar?  Era uma preocupação de pai que quer que a filha se divirta, mas também era uma preocupação boba. Não havia muitas pessoas naquele dia, mas tinha um casal com suas 2 filhas... Uma era bem pequena por volta de seus 6 ou 7 anos, a outra já por volta dos seus 12 anos. Ana Luiza simplesmente entrou na água e se aproximou das gurias. E quando menos esperava lá estavam elas brincando, batendo papo.  Adultos... Porque complicam tanto?  Seria insano descrever a técnica que ela usou, mas garanto que temos muito que aprender com as crianças. Elas fazem coisas que os adultos acham complicado parecer tão simples!  A questão do tempo, da vergonha, do desconhecimento são  irrelevantes. Eles chegam e se enturmam tão naturalmente que deixaria muito marmanjo experiente boquiaberto.  Talvez porque não sintam  medo de outros humanos, não fiquem  procurando qualidades ou defeitos e nem tampouco se sintam desajustadas a ponto de se fecharem em si mesmos procurando questionamentos que só nos fazem ser cada vez menos sociáveis... Ao vê-las ali pulando, brincando jogando água uma nas outras, achei patético a ideia preconcebida de técnicas para  ensinar como abordar alguém . Acho que as empresas poderiam investir nas crianças quando sumariamente contratam homens que precisam reaprender  como executar abordagens precisas  com técnicas sofisticadas quando na verdade se contratassem uma criança atingiriam o mesmo objetivo e sem custos. Adultos!!!  Porque esquecem e desaprendem o que foi dado gratuitamente?  A espontaneidade num adulto geralmente soa falsa, sim, lógico, pra brincar só se for valendo, pra respirar corretamente só fazendo Yoga,  para conversar só se houver algum interesse por detrás.. Vivem correndo, sem tempo para nada, aí quando cismam  querem reconquistar o que já tinham e perderam.Vai entender... Talvez precisemos ressuscitar a criança que já fomos um dia.. Não estou querendo dizer que deveríamos voltar ao útero materno. Mas só na essência... Porque brincar de ser adulto o tempo inteiro, é chato pra caramba!!!

segunda-feira, 4 de março de 2013

Estamos evoluindo?



Às vezes me pergunto se estamos evoluindo e o que significa realmente evolução...  Livrarmo-nos  de nossos preconceitos, padrões morais, apegos? Existem muitas coisas que podemos ter como base para dizermos: “Estamos evoluindo.”... Por falar nisso, hoje eu lia algo como a sociedade perfeita... Onde não haveria mais a noção de casamento como vemos hoje. Os casais seriam mais abertos – o que significa que o homem teria direito a ter outras parceiras e a mulher, outros parceiros.. Seria uma espécie de sociedade anônima conjugal. Dentro desta teoria, as pessoas seriam mais felizes, porque segundo explicação:  não fomos feitos para monogamia...É,  isto é evolução!!  Segundo pormenores da teoria, isso evitaria a dissolução dos casamentos porque tendo ambos outros parceiros e, isso sendo  de comum acordo, não haveria necessidade de um divórcio já que o entrelaço matrimonial  não configuraria insatisfação.  Pra que nossa ideia de evolução funcione precisamos nos livrar dos ditos conceitos ultrapassados, precisamos professar que novas teorias refletem  melhor  o mundo atual. Tomemos como base a religião, porque termos apenas uma?  Porque não podemos ser crentes, católicos, espíritas e ainda assim frequentarmos uma seita que nos oriente naquilo que “nossas religiões não nos supre”.  Porque não? Assim, quando não estivesse de acordo com  alguma diretriz que considerasse ultrapassada, simplesmente mudaria para uma das outras opções. Seria tudo mais simples e prático.  Seguindo esta linha de pensamento, porque reprovar crianças mesmo quando não saibam nada?  Não faz sentido. Num dado instante ele se conscientizará e recuperará o tempo perdido... Precisamos evoluir e não ficar presos a dogmas e crenças que dificultam tanto a vida.. Então porque os pais batem nos seus filhos?  Lógico que isso não deve acontecer.. Crianças precisam de amor e não de surra... Precisamos pensar concordemente. A Bíblia fala contra homossexuais, mas a Bíblia é um livro ultrapassado... A igreja é contra o aborto, está na hora da igreja repensar.  Deveríamos repensar também a questão de vida e morte, drogas, refrigerantes, fast food, ... Pra que disciplinar nossos filhos isto é perda de tempo. Na sociedade evolutiva teremos robôs pra agendar nossos compromissos, preparar nosso café, arrumar nossa cama... Pagar nossas contas e se comer um pouco a mais, engulo a pílula do emagrecimento. Simples assim.  Então vamos fazer sexo sem prevenção, Aids, doenças, filhos  indesejados?  Isso é bobeira, afinal Aids  tem cura, e tem a pílula do dia seguinte.. Tudo é  solucionável...  Peraí, mas o que faremos com aqueles que não concordam com está evolução?  Bom, se estamos lutando contra preconceitos acho que teríamos um novo: os anti evolução. Talvez tivéssemos que fazer um plebiscito para definirmos o que fazer com eles... Como foi feito sobre as armas... Mas assim, se perdermos, fazemos outro no ano seguinte até ganharmos... Se estamos evoluindo  eu não quero ouvir não... Se meu pai me disser  não, eu saio de casa, se meu chefe falar não eu compro atestado..  A evolução exige que não sejamos contrariados... Mas e  a vizinha que quero fazer sexo? Se ela me disser não? Eu mato ela?
Aquele livro ultrapassado adverte: Não é do homem terreno dirigir seus passos. Porque toda vez que o homem pensa que sabe mais que Deus... Ele faz cagada!!!  É..., mas esta palavra é feia!!!
Uai, não estamos evoluindo?