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domingo, 27 de janeiro de 2013

A briga




Dina era o melhor. Eu já presenciei ele bater em pessoas 2 vezes maior que ele. Era destes moleques que mete medo quando se conhece, mas que ao vê-lo simplesmente sem saber dos seus feitos, você julgaria capaz de descer o braço nele como se faz com irmão mais novo.  Uma vez vi Dina bater em 5 moleques ao mesmo tempo. Foi algo inacreditável! Eu mesmo não acreditaria se não tivesse visto.  Dina era pequeno, mirradinho mesmo, não tinha altura, não tinha muque, bom, pra resumir   não daria pra comparar ele com nenhum ator de filme de ação. Mas, o moleque resolvia. Resolvia tudo no braço. “Você pegou minha camisa, dizia alguém. E, Dina:   Peguei mesmo... Paf!!! Se reclamar apanha mais. Já vi aquele moleque dar tantos sopapos. Eu morria de medo dele, confesso. Mas, nunca, nunca na vida pensei que um dia seria minha fez. Estávamos no campo  de futebol onde mais uma vez preciso ressaltar que o moleque era bom, de repente a bola sobrou para mim. Peguei a bola e conduzia para cima do adversário quando de repente do nada, cataplum!!! Eu e Dina no chão. Como era de se esperar, ele veio para cima,começou me peitar e dizer: O que foi, vai encarar? Meu coração querendo sair pela boca, comecei resmungar baixinho, quase inaudível: você é folgado! Não sei porque  disse aquilo, mas eu  sabia que ia apanhar e quando ele começou tirar a camisa, tive certeza.  Mas, novamente alguma coisa estranha tomou meu corpo e quando a camisa estava no meio do rosto dele, desci o braço na fuça do moleque.  Ele tombou como se um trem tivesse passado sem apitar. Quando levantou do chão, já sem a camisa veio como uma bala na minha direção e novamente minha mão teimosa foi mais rápida e mandou o moleque pro chão novamente desta vez acertando seu olho em cheio... Pra minha sorte apareceram os moleques maiores para separar..Dina parecia um demônio de tanta raiva, eu acho que vi uma fumaça sair da sua cabeça naquele dia, mas não sei ao certo, eu estava com muito medo. No final das contas ele me ameaçou , falou que ia me pegar depois da aula... Durante a aula não conseguia pensar em mais nada, minhas pernas tremiam como vara verde. Quando bateu o sinal, pernas pra quem tem, corri feito um louco pra fora do alcance do Dina... Mas, não teve jeito. Mais tarde  quando eu vinha subindo a rua ele vinha descendo, poxa,  eu poderia  dar meia volta e sair correndo,  foi o que deu vontade de fazer, mas não daria mais tempo. Então resolvi enfrentar o moleque. Quando passei por ele, achando que ele ia me decepar vivo, o moleque não falou uma palavra, passou quieto como se ele fosse o cordeiro e eu fosse o lobo mau . Mas, também pudera,  o olho do moleque estava todo inchado. Daquele jeito  ele mal podia enxergar se por acaso resolvesse  tiras as diferenças. Depois daquilo eu virei herói. Todo mundo queria falar com o cara que arrebentou Dina, o demônio.

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