Dina era o melhor. Eu já
presenciei ele bater em pessoas 2 vezes maior que ele. Era destes moleques que
mete medo quando se conhece, mas que ao vê-lo simplesmente sem saber dos seus
feitos, você julgaria capaz de descer o braço nele como se faz com irmão mais
novo. Uma vez vi Dina bater em 5 moleques
ao mesmo tempo. Foi algo inacreditável! Eu mesmo não acreditaria se não tivesse
visto. Dina era pequeno, mirradinho
mesmo, não tinha altura, não tinha muque, bom, pra resumir não daria pra comparar ele com nenhum ator de
filme de ação. Mas, o moleque resolvia. Resolvia tudo no braço. “Você pegou minha camisa, dizia alguém. E,
Dina: Peguei mesmo... Paf!!! Se
reclamar apanha mais. Já vi aquele moleque dar tantos sopapos. Eu morria de
medo dele, confesso. Mas, nunca, nunca na vida pensei que um dia seria minha
fez. Estávamos no campo de futebol onde
mais uma vez preciso ressaltar que o moleque era bom, de repente a bola sobrou
para mim. Peguei a bola e conduzia para
cima do adversário quando de repente do nada, cataplum!!! Eu e Dina no chão.
Como era de se esperar, ele veio para cima,começou me peitar e dizer: O que
foi, vai encarar? Meu coração querendo sair pela boca, comecei resmungar
baixinho, quase inaudível: você é folgado! Não sei porque disse aquilo, mas eu sabia que ia apanhar e quando ele começou
tirar a camisa, tive certeza. Mas,
novamente alguma coisa estranha tomou meu corpo e quando a camisa estava no
meio do rosto dele, desci o braço na fuça do moleque. Ele tombou como se um trem tivesse passado
sem apitar. Quando levantou do chão, já sem a camisa veio como uma bala na
minha direção e novamente minha mão teimosa foi mais rápida e mandou o moleque
pro chão novamente desta vez acertando seu olho em cheio... Pra minha sorte
apareceram os moleques maiores para separar..Dina parecia um demônio de tanta
raiva, eu acho que vi uma fumaça sair da sua cabeça naquele dia, mas não sei ao
certo, eu estava com muito medo. No final das contas ele me ameaçou , falou que
ia me pegar depois da aula... Durante a aula não conseguia pensar em mais nada,
minhas pernas tremiam como vara verde. Quando bateu o sinal, pernas pra quem
tem, corri feito um louco pra fora do alcance do Dina... Mas, não teve jeito. Mais tarde quando eu vinha subindo a rua
ele vinha descendo, poxa, eu
poderia dar meia volta e sair correndo, foi o que deu vontade de fazer, mas não daria mais tempo. Então resolvi
enfrentar o moleque. Quando passei por ele, achando que ele ia me decepar vivo,
o moleque não falou uma palavra, passou quieto como se ele fosse o cordeiro e
eu fosse o lobo mau . Mas, também pudera,
o olho do moleque estava todo inchado. Daquele jeito ele mal podia enxergar se por acaso
resolvesse tiras as diferenças. Depois daquilo eu
virei herói. Todo mundo queria falar com o cara que arrebentou Dina, o demônio.
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