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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A viagem



Ai, ai... Ela me disse que não usa banheiro de ônibus de viagem!! Comecei rir, minha mente fez um link com o passado. Acho tão divertido quando volto ao passado mediante algo que alguma pessoa diz no presente.  Tabajara era um amigo muito querido, ele sempre fora foco acontecimentos inusitados e  interessantes. Uma vez ele chegou sem um dedo  da mão, ele chorava muito, na ocasião foi desesperador ver aquilo. Ele  perdera o dedo numa máquina manual de cortar cana. Outra vez o menino apareceu do nada gritando, esperneando. Ele tinha ido pegar seu  tênis dentro do armário e um rato que descansava dentro do tênis,  mordeu seu dedo.
Neste dia, estávamos todos indo para um congresso  onde nosso conjunto faria uma apresentação. Além de nós tinha um grupo da mesma igreja. Éramos todos músicos e durante a viagem íamos cantando, contando casos. A viagem era longa e já a noitinha quando todos pareciam estar já tomados pelo cansaço  subitamente começou um burburinho: Hum, que cheiro é este? Eita, será que passamos diante de um esgoto a  céu aberto?  Não estávamos indo pra Ribeirão, onde é comum um cheiro ruim por causa da fábrica de papelão.  O cheiro do ônibus se tornou insuportável e como num  apelo coletivo todos os pares dos 46 lugares do ônibus começaram a querer saber de onde vinha aquele cheiro.  Uns acusavam seu vizinho do lado por uma possível flatulência acidental, mas como o cheiro persistia, logo tinham que concluir que a fonte do mal cheiro era outra.  Depois de muitas teorias de onde vinha aquele cheiro, num instinto coletivo simultâneo todos voltaram sua atenção para o banheiro do ônibus. Juro, não queria estar na pele do pobre coitado. Passaram 15 minutos e nada do gambá humano sair do banheiro. De repente a descarga do ônibus é acionada, coisa inacreditável porque o silêncio era tanto e todos estavam tão concentrados naquele momento que o barulho da descarga parecia um trovão anunciando o final do mundo. Quando sai aquele menino do  banheiro  que não esperava aqueles  45 olhos o fuzilando pela sua apresentação solo tão mal cheirosa.

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