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domingo, 14 de outubro de 2012

O exame



Jose acordou cedo. Ia fazer ultrassonografia ... Ao chegar no hospital,  reparou que a sala estava cheia, depois de se certificar que era ali mesmo o local, sentou-se, pegou uma revista para passar o Tempo.  Na sala tinha uma mulher gorda de cabelos curtos e parecia muito agitada,  andava de um lado para o outro como se algo  impulsionasse seus movimentos... Ela  levantava toda hora  para tomar  água, parecia ser uma recomendação médica, pois, era difícil imaginar que uma pessoa tomasse tanta água.  Perto da recepção, estava uma jovem senhora,  cabelos  compridos  de um preto admirável, bem tratados, talvez por isso ela passasse a mão tantas vezes. Ela, aparentava ter mais de 30 anos,   o que era facilmente notado pelas linhas de expressão que já despontavam e pelos poucos cabelos brancos notados apesar da longa cabeleira. Do outro lado da sala, havia 2 senhoras que papeavam descontraidamente, um jovem que parecia bastante tenso e 3 moças que pareciam serem apenas acompanhantes. A atenção de Jose estava voltada para a moça dos cabelos pretos  porque ele notou,  que os olhos dela o procuravam  sem nenhuma reserva. Num dado momento ela levantou-se para tomar água. O bebedouro estava  exatamente onde José estava.  Ela Falou qualquer coisa que ele não deu muita atenção, mas logo tratou de se retratar  quando percebeu que ela tinha ficado um pouco sem graça. Entre um meio sorriso  ele balbuciou qualquer coisa.  Ela então se sentou do lado dele.  Não agüento mais tomar água, - disse ela. Ele sorriu meio sem saber o que dizer, mas a moça parecia estar decidida a continuar o diálogo.  Assim,  logo começou a falar  sobre sua profissão  e o que a levou fazer a ultrassonografia , falou do marido, do cunhado... E entre um copo de água e outro, continuaram a conversar. De repente a mulher começou ficar inquieta. Ele achou engraçado, mas logo percebeu que tinha a ver com o estado de sua bexiga, resultado da quantidade de água tomada. Devia estar muito apertada, porque logo que    viu a   doutora,  que passava para chamar o próximo paciente, ela falou: Doutora, não agüento mais , estou muito... E fez um gesto que indicava que estava muito  apertada. A médica, fez um ar de surpresa, como se não soubesse o que dizer. Mas,  para sua sorte a próxima paciente não estava,  então ela foi fazer o exame.  Jose que até então  estava tranqüilo, começou  sentir vontade também,  e de repente o que era uma leve  vontade, tornou-se agonizante . Ele tentava ficar quietinho na mesma posição, mas nem assim ficava  confortável. Tentava segurar e parecia que piorava.. Levantava, sentava, e a vontade de urinar aumentava... A vontade aumentou a ponto de ele não conseguir ficar parado no mesmo lugar. Nunca imaginei  que vontade de urinar podia  tornar-se um  castigo, pensou ele. Mexia as pernas inquieto quase que dançando pra evitar que a urina descesse pernas abaixo.. Começou a suar frio pela situação constrangedora que passava..Levantou-se desesperado querendo entrar a qualquer preço na sala da médica para lhe falar do seu estado... De repente,  a porta da sala, que ele tanto vigiara,  abriu-se,  ele sem pestanejar foi ao encontro dela e  falou , quase que numa súplica: Dra, tá difícil de segurar, falou gesticulando pra mostrar seu desconforto e qual era o motivo da agonia.  Mas, ainda não era sua vez. Você precisava esperar, ainda preciso  atender um paciente da emergência, - falou a médica  impaciente.  Mas, Dra.! Não está dando mais, - retrucou  ele,  desesperado. Então  vai ao banheiro e urine um pouquinho,   - falou ela. Ele  ficou frustrado.   Esta médica maluca só pode estar brincando. Como é que vou ao banheiro nesta situação e faço só um pouquinho?  Dez minutos depois a sugestão dela não parecia tão ruim assim. De repente ele se viu marchando desesperado pela vontade de urinar.... Aquilo que ela falara, naquele instante parecia tremendamente agradável senão a única forma dele conseguir segurar... Dirigiu-se ao banheiro e enquanto caminhava , pediu a Deus, para que não houvesse ninguém no banheiro naquele momento, porque   não responderia por si.. ... Entrou no banheiro e fez um pouquinho, o suficiente para agüentar mais algum tempo, mas não o suficiente a ponto de deixá-lo aliviado.. Logo, ele estava no mesmo estado inicial, desesperadamente  apertado.. Tentou controlar a respiração, tentou pensar em outra coisa, mas nada... Nos seus pensamentos, implorava para que aquela porta se abrisse e fosse enfim sua vez. Realmente foi um alívio quando ela o chamou..  Dra, por favor, não aperte minha barriga, senão vai ser o caos, - falou entre um sorriso espremido ...Mas, não teve jeito. As mãos dela apertavam a barriga, um lado , depois outro e ele foi  ficando  roxo, azul, rosa, até que  enfim,  ela falou: Agora você pode urinar ... Ele levantou-se tão rápido que até assustou a médica... E,  urinou como nunca antes na sua vida inteira....

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