Jose acordou cedo. Ia fazer
ultrassonografia ... Ao chegar no hospital,
reparou que a sala estava cheia, depois de se certificar que era ali
mesmo o local, sentou-se, pegou uma revista para passar o Tempo. Na sala tinha uma mulher gorda de cabelos
curtos e parecia muito agitada, andava
de um lado para o outro como se algo impulsionasse
seus movimentos... Ela levantava toda
hora para tomar água, parecia ser uma recomendação médica,
pois, era difícil imaginar que uma pessoa tomasse tanta água. Perto da recepção, estava uma jovem senhora, cabelos compridos de um preto admirável, bem tratados, talvez
por isso ela passasse a mão tantas vezes. Ela, aparentava ter mais de 30 anos, o que era facilmente notado pelas linhas de expressão
que já despontavam e pelos poucos cabelos brancos notados apesar da longa
cabeleira. Do outro lado da sala, havia 2 senhoras que papeavam
descontraidamente, um jovem que parecia bastante tenso e 3 moças que pareciam
serem apenas acompanhantes. A atenção de Jose estava voltada para a moça dos
cabelos pretos porque ele notou, que os olhos dela o procuravam sem nenhuma reserva. Num dado momento ela levantou-se
para tomar água. O bebedouro estava exatamente onde José estava. Ela Falou qualquer coisa que ele não deu
muita atenção, mas logo tratou de se retratar quando percebeu que ela tinha ficado um pouco
sem graça. Entre um meio sorriso ele
balbuciou qualquer coisa. Ela então se
sentou do lado dele. Não agüento mais
tomar água, - disse ela. Ele sorriu meio sem saber o que dizer, mas a moça
parecia estar decidida a continuar o diálogo.
Assim, logo começou a falar sobre sua profissão e o que a levou fazer a ultrassonografia ,
falou do marido, do cunhado... E entre um copo de água e outro, continuaram a
conversar. De repente a mulher começou ficar inquieta. Ele achou engraçado, mas
logo percebeu que tinha a ver com o estado de sua bexiga, resultado da
quantidade de água tomada. Devia estar muito apertada, porque logo que viu a doutora, que passava para chamar o próximo paciente,
ela falou: Doutora, não agüento mais , estou muito... E fez um gesto que
indicava que estava muito apertada. A
médica, fez um ar de surpresa, como se não soubesse o que dizer. Mas, para sua sorte a próxima paciente não estava, então ela foi fazer o exame. Jose que até então estava tranqüilo, começou sentir vontade também, e de repente o que era uma leve vontade, tornou-se agonizante . Ele tentava
ficar quietinho na mesma posição, mas nem assim ficava confortável. Tentava segurar e parecia que
piorava.. Levantava, sentava, e a vontade de urinar aumentava... A vontade
aumentou a ponto de ele não conseguir ficar parado no mesmo lugar. Nunca
imaginei que vontade de urinar
podia tornar-se um castigo, pensou ele. Mexia as pernas inquieto
quase que dançando pra evitar que a urina descesse pernas abaixo.. Começou a
suar frio pela situação constrangedora que passava..Levantou-se desesperado
querendo entrar a qualquer preço na sala da médica para lhe falar do seu
estado... De repente, a porta da sala,
que ele tanto vigiara, abriu-se, ele sem pestanejar foi ao encontro dela e falou , quase que numa súplica: Dra, tá
difícil de segurar, falou gesticulando pra mostrar seu desconforto e qual era o
motivo da agonia. Mas, ainda não era sua
vez. Você precisava esperar, ainda preciso atender um paciente da emergência, - falou a
médica impaciente. Mas, Dra.! Não está dando mais, - retrucou ele, desesperado. Então vai ao banheiro e urine um pouquinho, - falou ela. Ele ficou frustrado. Esta médica maluca só pode estar brincando. Como
é que vou ao banheiro nesta situação e faço só um pouquinho? Dez minutos depois a sugestão dela não parecia
tão ruim assim. De repente ele se viu marchando desesperado pela vontade de
urinar.... Aquilo que ela falara, naquele instante parecia tremendamente
agradável senão a única forma dele conseguir segurar... Dirigiu-se ao banheiro
e enquanto caminhava , pediu a Deus, para que não houvesse ninguém no banheiro
naquele momento, porque não responderia por si.. ... Entrou no
banheiro e fez um pouquinho, o suficiente para agüentar mais algum tempo, mas
não o suficiente a ponto de deixá-lo aliviado.. Logo, ele estava no mesmo
estado inicial, desesperadamente
apertado.. Tentou controlar a respiração, tentou pensar em outra coisa,
mas nada... Nos seus pensamentos, implorava para que aquela porta se abrisse e
fosse enfim sua vez. Realmente foi um alívio quando ela o chamou.. Dra, por favor, não aperte minha barriga,
senão vai ser o caos, - falou entre um sorriso espremido ...Mas, não teve
jeito. As mãos dela apertavam a barriga, um lado , depois outro e ele foi ficando roxo, azul, rosa, até que enfim, ela
falou: Agora você pode urinar ... Ele levantou-se tão rápido que até assustou a
médica... E, urinou como nunca antes na
sua vida inteira....
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