Augusto era um rapaz calmo, tranquilo. Tinha
hábitos profissionais parcos e era comumente manso, cordial, gentil.Tinha já
uns 40 anos de idade, um corpo privilegiado. Sim, era vaidoso e isso era
notável pela seletiva alimentaçao e constante preocupação com atividades
físicas. Seu esporte predileto era futebol, jogava 3 vezes por semana. Como de costume,
terças ferias à tarde, Augusto foi jogar
seu futebolzinho, como todos ali conheciam as partidas de futebol, e numa
disputa de bola o adversário entrou mais
forte e acabou machucando Augusto.
Augusto embora sempre pacato fora do jogo, quando estava em campo mudava de
figura, de quieto passava a falador e sua calma deixava de existir. Nao raro as
pessoas que o conheciam estranhavam aquela mudança e falavam: "O cara se transforma
em campo." Augusto não gostou nada daquela entrada, mas também nao demonstrou.
Passado algum tempo de jogo, o rapaz que o tinha machucado pegou na bola,
Augusto que esperava aquela oportunidade nao perdoou, veio com tudo e chutou o
menino mesmo sem bola. Ai apareceu a turma do deixa disso, para com isso, e conseguiram contornar a situaçao.
Assim como Augusto, nao
gostamos de levar desaforo pra casa. E
numa situaçao ou outra torna-se incontrolavel deixarmos a situaçao pra la.
Lembro-me de uma ocasião que estava tendo um bom dia. Me sentia
alegre, o dia no trabalho era bom, e nao tinha passado por nenhum imprevisto
desagradavel, nao sei porque mas aquele dia eu estava feliz. No horario do
almoço resolvi passar no mercado pra comprar alguma coisa que precisava.
Cumprimentei a caixa com cordialidade, ela parecia estar tendo um dia oposto ao
meu e demonstrou isso quando fiz uma pergunta meio patética que talvez nao
deveria ter feito. Foi como se ela soprasse minha vela do bom
astral, fazendo isso ela provocou 2 reações|: apagar meu bom astral e ascender a
brasa da discordia que vive latente em nos, apenas esperando o sopro certo para se manifestar. Me deu uma raiva, uma raiva tao grande, comecei a falar
chamei-a de incompetente, falei que se ela tinha tido um dia horrível e que se
era mal amada nao era problema meu, que se tinha problemas que resolvesse seus
problemas fora do seu horario de trabalho e
nao viesse com petulância pra cima de mim que era um cliente e
desejava ser bem atendido.. Rsrs, mentira! Nao falei absolutamente nada, mas
deu vontade viu? Por nao ter falado ou por nao ter aceitado o comportamento
dela, fiquei com aquele bolo indigesto me corroendo por horas à fio. Se tivesse
falado, talvez pudesse desencadear outras reaçoes em cadeia. Ela talvez
refletisse que talvez tinha pegado pesado comigo e prometesse pra si mesma que
nunca mais ia levar os problemas pessoais pro serviço. Se, tivesse levado tudo
a ferro e fogo talvez levasse o caso pra seu superior e ela até poderia ser
demitida, sei lá, possibilidades.
Em mim a reaçao foi
aquele ar de discordia indigesto me assombrando e num zaz tirou minha alegria daquele dia. Tem
situaçoes que e fogo, por mais que queiramos agir com galardia torna-se demasiadamente dificil suportar um afrontamento e queremos
revidar... Rsrss.. As vezes me pego contando até 20 pra nao agir
incontidamente...E depois vejo que foi melhor ter ficado quieto, engolido aquele sapo enorme que parecia até estar
gravida de tão grande que era.. Mas é uma droga! Se nao for assim acabamos
brigando com o mundo. Até agir com sapiência as vezes incomoda. Exige esforços
mais do que os costumeiros pra nao agirmos impulsivamente... Pois é, exige
mesmo. Augusto depois foi pro banheiro
tomar seu banho e pediu desculpas pro rapaz, seu desafeto? Vai saber, acontece, as vezes, do clima de
discordia permanecer e nunca mais vermos a pessoa como viamos antes do entrave.
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