someone lyke you

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O que não era pra ser nos assola.





Tínhamos nos preparado para olimpíada no Japão. Depois da copa do mundo ansiávamos ver  as disputas dos jogos e das   tantas outras modalidades esportivas. Esperávamos curtir  a emoção dos nossos esportes prediletos e ter prazer em ver aqueles  que raramente temos contato.   Quando, de repente,  tudo muda. Antes mesmo de nos darmos conta somos surpreendidos por uma pandemia. 

 É,  esta que tem nos atormentado e causado reações adversas  pelo mundo no que diz respeito a comportamento, cuidados com a vida e  rotina. Parece que nossos dias foram surrupiados sem que nos déssemos conta. 

Vero que sempre ouvimos falar de pestes, doenças e outras epidemias ou pandemias  que dizimaram populações  mas isso só  nos livros de histórias. Agora é diferente, parece que estamos dentro de uma história como aquelas que líamos e não nos dávamos conta que era possível vivenciar o  olho do furacão.

 Parecia impossível  este  momento, no momento  em que a medicina parece tão promissora. Impressão que dá é  que fomos atropelados e  a cortina que fechava nossos olhos rompeu-se  mostrando o quão frágeis somos.  Estamos  desorientados nosso campo de ação tornou-se reduzido e batemos de frente com nossos maiores receios: a morte, a liberdade de ir e vir o trabalho e tudo que ele implica.

 O mundo está em pânico... os números de mortos dá-nos uma matemática surreal. Destas que a gente ouve e fica tentando entender o que está acontecendo. Torcendo para que a qualquer momento acordemos    deste pesadelo que nos assolou como se fosse um filme de ficção. A realidade dura exposta,  gera a  impressão que a morte nunca esteve tão próxima...

 Diante do quadro  fica difícil não notar que nada sabemos embora saibamos muito.  E que deste muito que sabemos formalizamos métodos que  nos serviam de guias, de porto seguro mas, que diante do novo mal que nos assola aquilo que nos orientava parece não ter valia  nem como referência nem como modo operante e,  esta falta de opção  abala os próprios pilares da sociedade capitalista que antes  ditava as regras e agora é confrontada nos solicitando  uma escolha. 

  Ainda sem saber como agir e estremecidos entre o risco de morte e os meios de sobrevivência ficamos a mercê da sorte, das medidas preventivas que também não sabemos serem  acertadas e das diretrizes usadas no passado como o intuito de preservar a vida. Não só a vida mas também os meios de sobrevivência.

 Parece estranho que a ciência tão meticulosa centrada nos seus conceitos orgulhosamente paramentados  agora tenha  que agir debaixo dos tentáculos tão severamente condenados,  submetida ao temeroso dilema de   tentativa e erros. Louvável, diga-se,  pela união e esforços em laboratórios do mundo todo na procura incessante de uma solução a curto prazo.  Porém não menos assustador.

-
 Verificamos tão claramente  as divergentes opiniões e crenças sobre os fatos. Uns acreditam, outros não, uns preferem ignorar e outros afrontar as medidas preventivas. Alguns acham ser um flagelo divino, ainda outros um atentado contra a humanidade deliberadamente criado com um propósito pouco louvável. Vemos o valor da vida medido por ganhos e perdas questões levantadas sobre o que de fato vale mais.

 A vida pesando numa ponta da balança e na outra  nossas necessidades confundindo nossos valores. Enfim, os meios de sobrevivências são mais importantes que a vida? Ou levantando a questão:  O que sobra da vida sem os meios de sobrevivência? 

Governos se mobilizando pela preservação da vida e,  outros nem tanto. Tendo como pano de fundo o número de mortos causando consternação.  Erramos? O que podemos fazer? O que acontecerá daqui pra frente? Agir diferente ou seguir o que nos diz a ciência?  Esta mesma ciência que agora se vê confrontada com o desconhecido e  de quem  esperamos tanto.  Não nos resta alternativa, pois qualquer alusão a outro caminho caracterizaria um retrocesso. Irônico saber que o mundo está de mãos atadas diante de um  inimigo promissor e que agora só podemos contar com a sabedoria de nosso sistema imunológico  que parece saber o que fazer. Embora não muito, Ou, então revela que,  muito pouco sabemos até de nós mesmos.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário