someone lyke you

terça-feira, 23 de abril de 2019

Um corpo: o corpo





E vi aquele corpo que não tinha rosto. Imediatamente acendeu  a curiosidade. Sendo eu homem,  certo pensar que aquele corpo era feminino. Tinha forma mas não tinha feição. Era bonito, bem torneado, robusto que indicava ser malhado, oposto do  desmilinguido,  não era franzino  prova inconteste que se a natureza fora generosa ela o aprimorara com a dedicação.

 Só me fugia o rosto. O resto muito bem observado. Não na essência mas na protuberância. Arquétipo desejável e arcabouço bem elaborado, simétrico para qualquer juízo, sem aqueles questionamentos superficiais: Prefiro as magras, pois de certa forma o era ou:  eu  prefiro as mais cheinhas, pois inexplicavelmente também.  Escultural se a definição encaixar em: para qualquer gosto. Não que se moldasse diante dos olhares mas que aos olhares se ajustava aquele colosso.  Mas, somos curiosos e o fato de não enxergá-la causou um abscesso. Seria ela bela, embora belo fosse seu corpo? Seria ela? Na forma antiga de definição? E se não fosse nem uma coisa nem outra seria ainda tão  estereotipada pelas ânsias masculinas... um outro estereótipo que perdura contra estereótipos.



 E as matutadas continuaram com suas nuances martelando sobre mim: Fosse ela feia de rosto,  teria tanto apreço? E se nada disso fosse como seria? Como a veria? Que conceito dela teria? Teria? Não teria? Ou seria como se visse um homem ali  cujos olhos olham e não veem? Cujo instinto ignora ao ver como se não visse. A não ser que algo além fizesse a atenção dar atenção ao que normalmente não é dado.  E lá estava eu procurando nos acervos do  cerebelo alguma razão para esquecer aquele ser, que era  meio ser e meio não ser.   

domingo, 21 de abril de 2019

Santa Matemática!




Matemática? Sim, matemática. O homem que escutava a conversa  não entendeu nada. Matemática numa padaria? 

O rapaz dos frios mencionou ao ouvir do cliente:  Dê-me  200 gramas de queijo prato. O rapaz:  Duzentas? O cliente:  Não,  duzentos. O rapaz: Duzentas, né? O Homem: Não, duzentos... 


O rapaz todo confuso não entendendo onde o cliente queria chegar: É  duzentas ou mais? O homem : É só duzentos mesmo. 
  O  rapaz dos frios já estava invocado  com  aquilo e estava evidente na  sua fisionomia.   Em pensamentos dizia. Este cara tá me tirando! 


 Foi quando o outro rapaz escutou.  Matemática? E,  mais alguma coisa como:  duzentos e não duzentas. Como gerou um estresse entre o cliente e o freguês ele ficou tentando entender.  O que a  matemática tinha a ver com aquilo? Parecia uma discussão sem motivo. Sem necessidade.  Até que depois  foi embora sem entender nada. 


Bem que tudo poderia ser matemática. Seria tão mais fáceis as coisas. Tudo seria tão mais claro! Esta coisa de ficar subentendido só dá problema. Os  animais  parecem mais práticos que nós humanos.   Se o bicho invade o território do outro, o pau come.

 Se uma fêmea está no cio os machos identificam seu estado e brigam por ela,   cônscios que terão seu prêmio.  Já nós seres humanos somos tão confusos. Nem sabemos  quando uma mulher está interessada.  Às vezes achamos que sim para nossa infelicidade. Conclusão,  levamos aquele fora. Outras vezes quando nem esperamos um colega vem e fala que a moça estava super interessada, claro você nem notou.  Vai entender.



Se tudo fosse matemática estaria na cara e pularíamos a etapa dos constrangimentos. Imagina aquele monte de jovens num bailinho tremendo de medo de abordar do outro lado o  grupo de meninas tão inseguras quanto, porque sabe lá o que vai acontecer.  Se antes da abordagem aparecesse  na nossa frente uma continha que bastasse darmos o resultado certo para a menina que estivéssemos interessado  os flertes ocorreriam com sucesso pratico a lá matemática. Olharíamos aquela menina ela emitiria uma conta no cérebro que seria transmitido para o rapaz ele daria o resultado e se estivesse  tudo certo, pah! Se errado, tudo continuaria   como se nada tivesse acontecido. Certo  se aproximaria  seguro para executar com firmeza seus intentos, errado, nada de mico.


  Poderia ser assim em todas as áreas. Se um político mal intencionado tentasse manipular alguém ficaria exposto pelo resultado imediato da somatória.  Um amigo que mentisse pra você seria desmascarado na mesma proporção. Claro que você precisaria ser um profundo conhecedor das artes aritméticas, analíticas para não ser malogrado pela má preparação mas, coisas comuns as  quais nos submetemos às cegas não seriam tão traumatizantes.  Imagina quão constrangedor é  estar recebendo os sinais de uma situação que está certo que é aquilo  e:   sair com uma quente e outra fervendo. Como são as coisas são muito imprevisíveis. Você pensa numa coisa e é  outra completamente diferente.



Não seria assim se funcionássemos á base da matemática como funciona o universo. Pássaros por exemplo voam e não se chocam em você por aí... Já pensou se fosse?  Exceto nos aeroportos quando sabemos de um acontecimento  medonho, mas isso porque aquelas turbinas enormes tem um poder de sucção não calculado pelos irracionais pássaros que se orientam pela matemática instintivamente. 



 Este negócio de emoção só atrasa, sofremos,  nos engajamos em propósitos errados, perdemos tempo investindo em coisas que não sabemos ao certo no que vai dar.  Santa matemática! Se tudo fosse calculável seria muito mais fácil. E certamente teríamos uma visão mais lógica das coisas.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Nossa vida e nossos fatos.


Todo mundo tem sua própria história sobre cachorro
Todo mundo tem sua própria história sobre bicicleta
Sua própria história sobre sua casa
Um relato  sobre comida
Sobre natal, sobre ano novo... Um dia de aniversário,
 Sobre páscoa!
 
Alguma experiência própria com igreja.
Talvez com gato, rato, barata, moscas
Espero que todo mundo um dia tenha ido ao zoológico,
Conhecido o mar. Praticado um esporte. Corrido por aí numa destas
Brincadeiras marcantes de criança.
Todo mundo já ouviu uma história na infância que jamais esqueceu
Um filme que você não cansou de ver até hoje.
Uma música que você considera sua.
Todos lembramos de uma história de infância que foi apavorante, mas que agora
Você acha engraçada.
Todo mundo já teve medo alguma vez de alguém que era maior que você.           
Todos tivemos uma professora inesquecível ou vai ter.
Um amigo especial .
Todos temos lembranças de um sapato apertado no pé... Um tênis que era sonho de consumo
Todos deveriam ter dito um urso de pelúcia, um brinquedo que brincou tanto até estragar.
Todos  lembramos do nosso primeiro dia de aula. Lembramos quando aprendemos a ler, embora seja pouco provável que lembremos quando começamos andar  e falar.
Todos temos muitas lembranças que vem e vão sobre nosso passado ate aqueles que o passado está bem pertinho do presente.
Todos já tivemos um resfriado e precisamos tomar remédio. Todos tivemos que tomar as vacinas que previnem outras tantas doenças mais sérias que um resfriado.
Todos lembramos de uma festa ou mais....
Todo mundo tem uma festa ou vai ter.
Todo mundo já achou uma menina estranha se menino e se menina um menino.
Todo mundo se não se apaixonou vai se apaixonar um dia.
Todo mundo já foi beijado, ou deveria ser.
Vai beijar, vai ficar, vai flertar e vai...Vai... Vai...
Até um dia que não irá mais.




quarta-feira, 17 de abril de 2019

Quem disse que acabou a censura?






Não sou político não da forma como definimos a palavra... Definimos, bom digo, a maioria das pessoas definem, quero dizer a maioria das pessoas comuns cuja definição de político é o homem que trabalha para esta finalidade.  Excluindo, claro, os mais acostumados pelo uso da palavra no  meio em que vivem... que segundo o dicionário é...  Mas, se ha outra qualquer definição que não consegui ser preciso na definição me perdoem aqueles que se sentiram ofendidos com minhas  palavras..

Mas, enfim... o assunto é censura... Hoje como sabemos lutamos ferrenhamente para termos livre expressão.. embora nossas próprias atitudes requerem replica, treplica até que sem notarmos estamos criticando aquilo que não concordamos... Mas, não para por aí, opinião diferente da minha pode ocasionar em morte. Isto é muito engraçado e infelizmente perturbador, somos a favor da livre expressão, somos contra a censura, mas a praticamos constantemente quando discordamos de uma frase, opinião, palpite diferente do nosso.  Se alguém mediante sua fé expressa algo que discordamos, nossa pra que? Se é uma opinião dada sem o critério de analisar tintim  por tintim  cada palavra mencionada, corremos o risco de sermos achincalhados. Piadas, comentários, observações, melhor se abster. Então, como assim? 

A palavra censura está mais viva do que nunca, e os cerceadores somos nós mesmos. Sim, nos mesmos  que queremos tanto liberdade.  Caramba, não dá pra entender porque tudo agora é motivo para encrencas e embates, obvio que não estamos preparados para este novo mundo virtual que navegamos livremente  a qualquer momento do dia, mas ainda assim é incompreensível porque tantas altercações, tantas contrariedades. Se tudo gera polêmica o que temos a dizer?   

Será que agora para cada frase que alguém interprete como racista, preconceituosa,  discriminatória teremos que incorrer numa série de afrontamentos ofensivos, ameaças de morte, xingamentos e difamações? É incrível como aquilo que repudiamos na história praticamos abertamente sendo até mais contundentes naquilo que não aprovamos. Sem a mão de ferro do governo criamos nosso próprio meio de cerceamento. E agora como ficam as palavras tolerância, aceitação de opiniões contrárias, liberdade de expressão? 

 Se observar acima sobre a definição de política notará que existiu um cuidado para amenizar qualquer tipo de interpretação errada da palavra, mas certamente por mais que nos cerquemos de cuidados para não agredir nenhum tipo de leitor isto é impossível pois cada qual tem sua maneira de ver e entender dentro do escrito aquilo do qual um significado pode estar comprometido com alguma parcialidade, falta de conhecimento e falta de profundidade para aceitação de  um leitor mais intelectualizado, mais traquejado com o uso da palavra no seu meio, sem levar em conta no contexto o que pode dá margem pra  más interpretações.  Sei lá, somos todos tiranos quando a questão discorda do nosso ponto de vista? Sentimos raiva de um pensamento que ofenda nossas crenças ou nosso modo de ver as coisas ou simplesmente não aceitamos que alguém que não sabe o que diz fica abrindo a boca pra falar merda? O que de fato intrinsecamente eleva nosso rancor  nas objeções, num comentário que achamos hediondo, ou num parecer de alguém que tem uma visão diferente da nossa?  


Não sei não. O que está acontecendo conosco? Ou sempre fomos assim e só agora nos damos conta por causa da maior visibilidade que a internet nos deu   e pela  invisibilidade que o meio nos garante... 

A leviandade, o ressentimento, a intolerância, a rejeição aquilo que fere nosso juízo, está alem do controle.. e quando isso acontece podemos pensar num corpo que perdeu a batalha para uma doença: Caso encerrado.

terça-feira, 9 de abril de 2019

NÃO DÊ O QUE TEM VALOR



De pouco valor é o que  é dado
Quem recebe não dá valor ao ofertado
Dado, vai-se o valor
Menosprezado  pra quem não custeou

Se não dá valor ao que é seu
Porque dará quem recebeu?
Valor é valor quando se dá valor
E  que  valor tem o  desvalor ?

O que é dado é um disparate
Venda a quem queira de verdade
Que sabe o valor que custou
Ainda que sinta que dançou

O dado é dado, não tem custos
E o que não tem custos parece furto
Não tem valor e pode ser menosprezado
E  quem deu parece desesperado.

Mas, se tem  ônus tem concepção
Ninguém  esquece  o valor da divisão
Se sua mente esquece o que é doado
Não esquecerá se lhe custou um bocado.

Assim serve também de aviso
Se é ofertado quem pagará o prejuízo
Se não se dá valor logo pode ser descartado
Não tem valor o que é dado.

Dê-se valor...  eu te peço por favor
Nâo  aja como um pedinte de amor.
Não vague como se fosse doação
Que roda sempre de mão em mão.

O dado é renegado, sem  custos
Porque o dado tem peso minúsculo
Diante daquilo que custou
Que mesmo inútil tem valor.

O valor tem peso  embutido
Vale mais quanto mais inconcebível
O ágio revela  necessidade
Diante de  cruel realidade.

Não dê pérolas aos porcos
Eles comem  qualquer negócio
Mas seu valor caberá a você.
Então não dê se vale  vender.