Sim, este sou eu, bicho do mato
maior do que lagarto
Come de tudo, falo de tudo mas,
diante de mim fico mudo
Sou feroz , sou indomável mas,
diante do mundo aplacável
Sou atroz , sou distinto, maior do que um menino
Mas não sou homem, qualquer coisa entre o nome e o
sobrenome
Já me desiludi com a esperança
mas, quem luta sempre alcança
Eu não lutei, no tempo parei,
nesta lambança eu dancei
Já tive sonhos, já quis estar lá, onde as estrelas estão a brilhar
Hoje sou sombra, hoje sou dor e a
esperança é dissabor
Procuro a formula para me
encontrar falando outro linguajar
Ser outro cara refazer minha
estrada onde tudo deu em nada
Cansei de ser eu, quero ser
outro antes que o mar vire esgoto
Quero ser eu quando não sou, o cara que me roubou.
Este sou eu, bicho do mato, maior
que um lagarto
Que fere com a calda para se defender do odiar
Cheio de sonhos diante ultimato
do tempo que é escasso
Querendo os sonhos realizar antes da roda da vida parar.
E me reviro para não aceitar que
este é meu lugar
Enquanto na vida há frustração também há
insubordinação
Que sonhos mortos virem
semente para levar a vida pra frente
Para ver seu nome despontar onde as estrelas estão a brilhar.
Pois bicho do mato não aceita
quem cabresto lhe assenta.
Se vira e revira para se libertar
dos males que a vida apresenta
Não dobra na escada se está acuado
E pede pra vida o próximo ato: sou bicho do mato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário