someone lyke you

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Suicida





A vida é bela, diz quem belo é.
A vida é bela, diz quem saudável está.
Sim, é bela,  quando tudo está no lugar
Num corpo belo, numa mente que sabe o que quer.

Areia nos olhos não é bom
Quem dirá se ela nos rins
Órgão que  prima por todo equilíbrio:
Daquilo que mexe no corpo e mata o juízo
É bom viver se há prazer
E se  não está bom, muda a formula da imperfeição
Se ainda há jeito para  consertar o defeito
E se não há prazer, nem empolgação, não há mais jeito

A vida se arrasta se o vivo está comprometido
Vive-se por viver, esperando o dia do veredicto.
E ele  se arrasta, se arrasta, se arrasta
O sol que era lindo  faz  pirraça, pirraça. 

Tanta vida girando  neste vasto oceano
De tanta vida, a vida medida parece desengano. 
Sorrisos circulando e   a vida se fez encosto
Vivo estou morto:  reclama o desconforto.

De hoje não passa,  acordei decidido
A vida que passa continua no infinito.
Há dias em que viver é morrer.
Segundo o meu  parecer.

domingo, 10 de junho de 2018

Ih, off



Tenho que fazer um curso de inglês..
Tenho, tenho  que parar de ser Ze ninguém
Nossa, tenho perdido tanto tempo!
Nãão dá,  tenho que correr contra o tempo

Hoje a morte de chamou,  neguinho!
Vá , vá larga tudo vá rapidinho
Seu tempo acabou,  foi seu tempo
E o que tinha que fazer? Sinto muito,  lamento

É assim tantos planos tantos projetos
Vire pro lado e um unguento
Que vem como esculacho para finalizar
Tudo que demorou para realizar

Se fez, muito bem tem seus méritos
Se não fez não fará por obséquio
Tome seu lugar A vida é dura é dureza
Acordar sonhando e morrer sem ter certeza

Na vida nada se leva a vida é um desacato
Sonhar pros desatentos é realizar para os fracos
Agora ouça um pouquinho veja quem esta chamando
As vezes ouvir um pouquinho aquieta os desenganos

Faça não pensa reaja não titubeie
A vida num solavanco não há cavalo que apeie.
Se vive só reclamando nada irá realizar
Quem quer cavalo domado não quer cavalo domar


Sim, nasci, aprendi, fiz a vida acontecer
Deparei com a ansiedade, quero acontecer
Injeção de adrenalina,   quero viver sob holofotes
Quero isso, quero  aquilo....Hum, quero...  Ih, off .

medo de perder






O medo de perder é louco
É louco o medo de perder
Por medo de perder perdi você.
Por medo de arriscar fiquei louco                        

Imaginei situações malucas
Pelo medo da insegurança anormal
Suas ações em que minha mente atua
Dentro da insegurança pessoal.

A forma de ver este mundo  me faz cruel
A história de todas  mazelas num mesmo painel
Julgo o mundo segundo... num segundo cego
E faço tudo parecer parte do  ego.

Estiro a crueldade sem ver
Que atrás daquilo que faço podem  ler
Pois se embalo suas ações naquilo que vejo
Há em minha imaginação um certo  medo.

Vivo denegrindo a sua cerviz
Com minhas atitudes varonis
De carne e osso de emoção de bolso
Onde minhas ações  fascínoras escondo.

E  tu  alma boa?  Que  morre a cada dia a toa
Quem não faz nada para  ti   merecer
O bom, agradável prato que vem de você.
Atua com brandura onde a sordidez povoa

Tudo começa tão bem, os planos que criamos no além
Mas, quanto o quadro se aproxima e nas intrínsecas lutas de cada dia.
Deparamos com um assombro ditoso
Confundimos o prazer  com o imperioso.

E  te confronto e te acuso, em minha entonação, uso e abuso
E faço uso do medo para controlar os seus passos
Ocupo seu espaço, querendo cada vez mais seus pensamentos
Que vagam na imaginação dos meus medos,  e te consumo.

O flor doce e perfumada estas murchinha
O seu cantarolar agora definha
Em pleno céu se vê o seu desgosto
Em sua servidão vê desafogo.


A química das químicas se alterou
E que antes definia-se amor
Agora alquimia da desilusão: De coração sofrer
Um sofre por ferir e o outro sofre  por perder

domingo, 3 de junho de 2018

Vida parva



Sim, este sou eu,  bicho do mato maior do que lagarto              

Come de tudo,  falo de tudo mas,  diante de mim fico mudo    

Sou feroz , sou indomável mas,  diante do mundo aplacável

Sou atroz , sou distinto, maior do  que um menino

Mas não sou  homem, qualquer coisa entre o nome e o sobrenome



Já me desiludi com a esperança mas,  quem luta sempre alcança

Eu não lutei, no tempo parei, nesta lambança eu dancei

Já tive sonhos, já quis estar lá, onde as estrelas  estão a brilhar

Hoje sou sombra, hoje sou dor e a esperança é dissabor



Procuro a formula para me encontrar falando outro linguajar

Ser outro cara refazer minha estrada onde tudo deu em nada

Cansei de ser eu, quero ser outro antes que o mar vire esgoto

Quero ser eu  quando não sou,  o cara que me roubou.



Este sou eu,  bicho do mato,  maior que um lagarto

Que fere com a calda  para se defender do odiar 

Cheio de sonhos diante ultimato do tempo que é escasso

Querendo os sonhos realizar antes da roda da vida parar.



E me reviro para não aceitar que este é meu lugar

Enquanto na  vida há frustração também há  insubordinação

Que  sonhos mortos virem semente para levar a vida pra frente

Para ver seu nome despontar  onde as estrelas  estão a brilhar.



Pois bicho do mato não aceita quem cabresto lhe assenta.

Se vira e revira para se libertar dos males que a vida apresenta

Não dobra na escada se está acuado

E pede pra vida o próximo ato:  sou bicho do mato.  

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Questão de ouvir


Blá, blá, blá... Ouvia impaciente a mesma ladainha de sempre.
Depois da terceira vez, sabe, é deprimente
A irritação beirando a borda do copo
E pra não estourar então:  sufoco

Você precisa entender,  por que  irá se exaltar
É  a maldita desinformação querendo acertar
Como  é dificil a  linha de frente
Quando quem fala é  próximo da gente. 

Se começo a falar logo vem  um soluçar
Ah, perfeito, como posso assim explicar?
Se fico quieto o tempo passa, passa e o assunto não acaba
Todo ouvido sabe quando está  numa cilada

Se não posso falar e ouvir é um desgosto
O que fazer para sair deste enrosco?
Formulei a questão, até a ameaça passar nada falo.
Mas, também não ouço.