Amor
e máquina de lavar. Nada a ver.. Amor é um nobilíssimo sentimento já a máquina
de lavar tem que engolir cada sujeira. Se bem que o amor engole algumas. Bem,
vamos ao trabalho. Programamos o tipo de lavagem desejada e nos desligamos,
quero dizer vamos cuidar de outros afazeres até que tudo termine. Digo, termine o processo de lavagem a qual
programamos. Salvo algum imprevisto tudo
acontece sem maiores problemas. Dias atrás se eu fosse uma máquina de lavar
teria entrado no modo triste... A lavagem é lenta, as coisas demoram para
acontecer entra água, sai água, centrifuga, enxagua e o coração ainda pesado. O
processo no modo triste é lentidão pura. Eu particularmente prefiro girar o botão
no modo contente. Sim, uma lavagem
rapidinha que não dura muito tempo não,
embora tenha que passar pela rotina, encontrar um momento específico e inesperado para usufrui-lo é demais.
Este é o momento que imagino que todos preferimos. Quem não gosta de uma enxurrada de
felicidade que pode até não durar muito, mas limpa direitinho. Entretanto há um porém só funciona
se a coisa não estiver muito encardida. Tem também o modo delicado este é cheio
de cuidados. Pode ser descrito como o
modo sensível, porque é todo cheio de
não me toque, não me irrite, não mexa
nas minhas coisas, não fale nada, não me
encha o saco, assim por diante... Neste modo como nome diz qualquer coisa pode
desfiar uma relação e transformá-la em trapos. Aconselho
nunca usar este modo a não ser pra lavar suas roupas que por definição requerem
cuidados especiais. Tem relações que são
verdadeiros turbilhões o que também cabe perfeitamente no contexto de uma máquina
de lavar. Sabe quando ela chocalha as roupas de
um lado para outro como numa disputa sem fim de uma discussão? As coisas são ditas mas ninguém
ouve nada, compreende nada e pior os ânimos ficam acirrados... Distorcidos demais para que termine num acordo de paz. Por falar nisso tem o modo lava
cobertores, cortinas... Este sim, o must – na vida amorosa, seria por
equivalência a fase do divorcio...É tanta sujeira. É tão casca grossa que parece que o fim torna-se tormento. Parece? Emociona-se como no começo, chora-se como no
começo, fazem-se promessas como no começo, porem tudo ao contrário.. Emociona-se
pelo ressentimento, chora-se de raiva,
faz-se promessas tipo nunca mais quero ver sua cara. Deus há de lhe dar tudo em dobro. Chego a conclusão que
diferenças a parte, se olharmos para
programação de uma máquina de lavar poderemos adapta-los perfeitamente ao modo operante de nossos relacionamentos
amorosos.... A programação de roupas do dia a dia representa o cotidiano, aquele que faz nossa relação segura, estável mas, também o faz uma merda.
A lavagem delicada pode ser bem aquela que nos ensina empatia, é tipo se não gostamos que ponham o dedo na nossa
ferida então não colocaremos na ferida alheia,
assim, xingar a mãe da amada nem pensar. O modo rápido, explica muita coisa
e não estou falando de dar uma rapidinha, estou falando de coisas práticas
como, como, como o que? . O modo bruto
para roupas pesadas e muito sujas cabe para representar as crises consideradas ameaçadoras como divórcio
ou coisas que beiram a ele. Você por acaso não sente falta de uma programação para hora que travamos? Que ficamos engasgados com
aquilo que não compreendemos, quando as dúvidas nos tomam por completo e achamos que
não somos mais amados, que nosso cônjuge esta tendo um caso, que nossas dívidas
nos atropelam e por isto deixaremos de
cumprir nossas obrigações financeiras. Para estas porque não
existe um botão foda-se? Porque não? Seria tão purificador. Não
tem hora que você tem vontade de meter o pé em tudo e deixar tudo pra lá? Pode-se
até por tudo a perder mas seria de lavar
a alma.
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