Uma dose de remédio para curar o
tédio. As vezes é bem indigesto acordar 8:00 da manhã em pleno sábado com seu vizinho martelando não sabe-se lá o que. Um horário nada propício. Sábado alheio deveria ser
respeitado. Bom, pelo menos enquanto se refere ao seu. Mas ainda que seja pelo
mais nobre motivo ninguém deveria acordar ninguém sábado 8:00 da manhã. Ah, tá certo, todo mundo sabe que Deus ajuda
quem cedo madruga. E claro, um dia
produtivo começa quando os galos cantam. No meu caso, quando o vizinho começa
a dar porrada como disse: sabe-se lá
onde. Estou criando certa antipatia pelo formiga no rabo. Sim, foi o apelido que
arrumei pra ele. Se o conhecesse entenderia o porquê disso. Todo sábado é a
mesma coisa. E olha que aprecio muito quem valoriza cada minuto do seu dia. É
até estimulante. Bom, acho que sim. Outro dia foi o caso do telhado. E noutro
foi o quintal sujo, Deus, quintal sujo? Por aí vai. É, eu sei, pura implicância. Estes dias parecia
que o cara chamava chuva. Isso mesmo, assim como índio quando dança batendo
tambor. Pelo menos era a impressão
cinematográfica que dava. Era o barulho ensurdecedor de uma placa de alumínio. Como se na casa do cara, alguém gritasse: Barulho de trovão!! Agora serra elétrica! Tá bom, estou implicando. Mas, entenderia se morasse aqui. Mas, hoje estou tentando ver as coisas
por outro prisma. Tentando ficar ZEM diante das porradas não se sabe lá no que, alheia. Tentando
aprender me concentrar em meio a tanto BARULHO. Comecei a pensar no lado bom da
coisa. Pensei, pensei, pensei. Como estava demorando pra achar alguma coisa
boa... (Ainda estou tentando) Pensei em mudar o foco. Retaliação? Humm! Isto
é do mal. Foi algo que me passou pela
cabeça, mas só pra me confortar. Pensei no que poderia fazer. Rádio! Sim,
rádio alto na maior decibel que pudesse. Horário? 6 da manhã no domingo.
Funcionou com um colega meu. Segundo ele seu vizinho acordava 5 da matina e
começava bater a porta. Imagina você sonhando com aquela bela gata, quando de
repente uma barulho de porta persistente entra no seu sonho. É como se do nada a garota
começasse a berrar e chamar você de tarado! Socorro Tarado!, pah, pah, pah!
Mas a cena já passara e o barulho da porta não. Tinha razão de acordar p da
vida.
Uma semana foi o que ele aguentou
sem reclamar, ele disse. Depois resolveu contra -atacar. Dizem que chumbo
trocado não dói. Mas doeu. O vizinho foi tirar satisfação. A música que espanta os
males incomodava mas as bateções de porta não? Concordaram numa trégua. Sem
barulho de portas sem músicas. Barulho na porta, música. Um belo acordo. Mas no meu caso se colocar música alto vai
acordar a vizinhança toda. E tenho impressão que minha aura vai ficar
negra por causa de tanta energia
negativa. Você sabe, como juiz de futebol.
Não, não ia dar certo. Preciso de outra ideia. Talvez eu devesse ir lá
conversar. Não, não daria certo. Oito horas é a hora que a lei diz que se
pode fazer barulho. E o vizinho amparado
pela lei tripudiaria. Ideia
descarada. Estou sem ideias. Acho que por enquanto não há nada a se fazer. Ah
não ser praguejar. Boa ideia! Praguejar. E se o feitiço voltar contra o
feiticeiro? Melhor não. Vou pensar mais
um pouco quem sabe estas batidas matutinas, sabe-se lá onde, faça-me criar o hábito de acordar cedo e arrumar alguma
coisa pra fazer. Quem sabe também não arrume alguma coisa pra bater. Talvez aí
ele entenda o que sinto.
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