A palavra nos lembra ação sem medir consequências. E, se bem observarmos, a palavra paira em todos os meios da sociedade e permeia ações humanas muito rotineiramente. Tomando apenas como modelo, nossa conduta a dois, logo veremos o tamanho do estrago que atitudes frívolas podem gerar. Não tenho nada contra frivolidades, aliás acho que grande
parte de nossas atitudes são norteadas por nossas ações egoístas o que
incrementa bem o termo. Ouço muitos
dizerem que nós homens somos polígamos, pluralistas ou infiéis por natureza. E tentamos justificar nossas ações pegando como exemplo os animais, como se o fato de os observamos e concluirmos que no reino animal é comum a infidelidade justificassem nossas ações pouco ortodoxas. Só lembrando que animais não tem consciência moral que nos distingue e que causam
sentimento de culpa quando nossos desdobramentos causam dor. Homens contam como saldo positivo suas
aventuras amorosas, fruto de nossa ânsia pela satisfação da carne, dos nossos
impulsos primitivos, de nossa procura de suprir nossas necessidades de ser
amados. Com o tempo sentimos uma necessidade
de um relacionamento extra conjugal e este tem muito a ver com nossas
dificuldades no relacionamento a dois. Lógico que há um leque interminável de
fatores que contribuem para terminamos entre lençóis... E sobre eles selamos um
ciclo de dor, angustia, infidelidade e ruptura da confiança e, nossos motivos, ainda que justificáveis trazem consequências dolorosas. Sim, as vezes confiamos que ficará oculto, que ninguém
descobrirá... Mas, quando envolvidos ficamos tão discretos como um elefante
numa rua movimentada. Fazemos coisas irrefletidas que selam com neon nossa
discrição. A verdade é que banalizamos valores em prol da nossa satisfação e
jogamos perigosamente um jogo que pode nos custar caro.
Neste ínterim a palavra
frivolidade, caí muito bem, porque
desvalorizamos os valores que alicerçam uma nação: a família. E isto está tão intimamente inserido em nós
que desejamos a vida a dois ainda que
digam que é um modelo falido. ... Temos necessidade de preservar a continuidade
da família e tudo que ela implica. Talvez a certa altura, cansados da vida
rotineira almejamos ter um casinho aqui, ou dar uma fugidinha para sair da rotina...
Mas se pensarmos que ao opinar por uma ação fortuita, corremos o risco de
perder tudo e ainda deixarmos um lastro desastroso de dor, ressentimentos e
toda sorte de coisas que pra falar verdade não tem nada a ver com sorte,
pensaríamos duas vezes antes de lançar mão e considerar algo tão importante com
frivolidade.