Hummm, o café estava saboroso. O
primeiro café do dia parece ter um sabor especial... Provavelmente isto seja
apenas mais uma das minhas maluquices... É, deve ser! Peguei dois pães. Num deles passei manteiga (aboli a margarina depois de um texto
medonho que li na internet sobre sua nocividade), mussarela (de praxe), no
outro atochei mel (o produto mais antigo dos meus hábitos alimentares) e
tahine (Nilma, obrigado por você existir) Eita, delícia! Ajeitei-me confortavelmente
na sala, liguei a televisão para passar o tempo que já estava adiantado (acordei
tarde e já era mais de 11). Confesso que não entendo, minha mente voltou a tempos idos - meu último
dia na praia, perto de Parati. Tinha tudo para ser um final de semana
inesquecível, mas não da maneira que gostaria. Estava com a pessoa que mais
queria no MUNDO, num lugar paradisíaco, num hotel satisfatório. Todavia o ar pesado que pairava em nosso convívio
deixava claro que embora fosse tudo que queria
não era assim para a outra parte envolvida. Aquele semblante de quem
comeu e não gostou era familiar nos últimos dias e para piorar eu não me fazia
de rogado com meus questionamentos arbitrários. Ah, nunca pergunte a uma pessoa
que o rosto evidencia que nada está bem, se ela está bem... Esta
certamente será uma das poucas ocasiões que a pessoa mentirá duas vezes: para você e para ela mesma. O corpo fala e não importa
o quanto a boca fale ao contrário, acredite sempre no que o corpo diz. Agora
posso entender o cara que disse que do que adiantava ter dinheiro ter bens se
a pessoa que você gosta já não é. Se é que um dia foi.
Este dia o mar estava ousado e convidativo,
mas dentro de nós o mar perdera toda graça - e o tempo parecia saber disso- pois do nada fechou sua cara e mostrando sua
solidariedade começou chover, aquela chuvinha chata mas que transmite
melancolia!
A noite caiu incógnita e numa
tentativa de resgatar o que de todo estava perdido, tentamos a sala de jogos. Depois fomos explorar aquela cidade que em outra ocasião seria um sorvete de
nozes com banana derretida. Mas, imagina você dentro de sua casa com uma
goteira persistente... Pois é! Era exatamente assim. Tentava de tudo mas a
goteira, toc, toc, toc... Incessante, pederneira. Se o clima estava nublado imagina como
foi a noite... Uma bosta! (gostaria de
outra palavra). Escutava o riso de outros moradores na piscina. Parecia tão bom! Mas luto precisa ser respeitado...
No dia seguinte, acredite, o dia foi salvo. Uma destas brincadeiras do destino quando tudo parece estar perdido. Um peixe maravilhoso e inesquecível
contornou o que ouro e prata não fariam
com tanta finesse. Eu posso esquecer tudo, mas aquele peixe estava divino:
badejo com brócolis e alho. Badejo era o nome do peixe, mas coincidentemente
seu adjetivo (incrível, extraordinário, belo, vistoso) fechava com chave de ouro. Baita
coincidência!
Voltei dos meus pensamentos com o
celular tocando... Nossa, entendi nada! Porque me lembrei disso agora? Talvez
porque esteja me desfazendo de pensamentos de outrora, é, uma espécie de limpeza nos meus arquivos
fragmentados e que agora podem ser descartados.
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