someone lyke you

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Lembranças



Hummm, o café estava saboroso. O primeiro café do dia parece ter um sabor especial... Provavelmente isto seja apenas mais uma das minhas maluquices... É, deve ser! Peguei dois pães.  Num deles passei  manteiga (aboli a margarina depois de um texto medonho que li na internet sobre sua nocividade), mussarela (de praxe), no outro atochei  mel (o produto mais antigo dos meus hábitos alimentares) e tahine (Nilma, obrigado por você existir) Eita, delícia! Ajeitei-me confortavelmente na sala, liguei a televisão para passar o tempo que já estava adiantado (acordei tarde e já era mais de 11). Confesso que não entendo,  minha mente voltou a tempos idos - meu último dia na praia, perto de Parati. Tinha tudo para ser um final de semana inesquecível, mas não da maneira que gostaria. Estava com a pessoa que mais queria no MUNDO, num lugar paradisíaco, num  hotel  satisfatório. Todavia o ar pesado que pairava em nosso convívio deixava claro que embora fosse tudo que queria  não era assim para a outra parte envolvida. Aquele semblante de quem comeu e não gostou era familiar nos últimos dias e para piorar eu não me fazia de rogado com meus questionamentos arbitrários. Ah, nunca pergunte a uma pessoa que o rosto evidencia  que nada está bem, se ela está bem... Esta certamente será uma das poucas ocasiões que a pessoa mentirá  duas vezes: para você  e para ela mesma. O corpo fala e não importa o quanto a boca fale ao contrário,  acredite sempre no que o corpo diz. Agora posso entender o cara que disse que do que adiantava ter dinheiro ter bens se a pessoa que você gosta já não é. Se é que um dia foi.
 Este dia o mar estava ousado e convidativo, mas dentro de nós o mar perdera toda graça - e o tempo parecia saber disso-  pois do nada fechou sua cara e mostrando sua solidariedade começou chover, aquela chuvinha chata mas que transmite  melancolia!
A noite caiu incógnita e numa tentativa de resgatar o que de todo estava perdido, tentamos a sala de jogos.  Depois fomos explorar aquela cidade que em outra ocasião seria um sorvete de nozes com banana derretida. Mas, imagina você dentro de sua casa com uma goteira persistente... Pois é! Era exatamente assim. Tentava de tudo mas a goteira, toc, toc, toc... Incessante, pederneira.  Se o clima estava nublado imagina como foi  a noite... Uma bosta! (gostaria de outra palavra). Escutava o riso de outros moradores na piscina. Parecia tão bom!  Mas luto precisa ser respeitado...
No dia seguinte, acredite,   o dia foi salvo. Uma destas brincadeiras do destino quando tudo parece estar perdido.  Um peixe maravilhoso e inesquecível contornou o que ouro e  prata não fariam com tanta finesse. Eu posso esquecer tudo, mas aquele peixe estava divino: badejo com brócolis e alho. Badejo era o nome do peixe, mas coincidentemente seu adjetivo (incrível, extraordinário, belo, vistoso)  fechava com chave de ouro. Baita coincidência!
Voltei dos meus pensamentos com o celular tocando... Nossa, entendi nada! Porque me lembrei disso agora? Talvez porque esteja me desfazendo de pensamentos de outrora, é,  uma  espécie de limpeza nos meus arquivos fragmentados e que agora podem ser descartados.

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