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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ditados de Mami



Minha mãe parecia ter o ditado certo para cada ocasião. Quando uma vez eu falava sobre uma armação  que demostrava  crassa falta de consideração  ela me olhou com aquele ar de serenidade e falou:  Ah, meu filho, não liga pra isso não, praga de urubu magro não mata cavalo gordo. Fiquei pensando naquele ditado e  não é que ela tinha razão?  Depois, usei muito este ditado para rebater relatos de deslealdade e ambição desenfreada – os  famosos puxar tapete e tirar o pão da boca de criança - Olhava para meu interlocutor  tentando imitar os olhos serenos de minha mãe e tascava o ditado.  Minha mãe tinha a língua afiada, mas o raciocínio dela não ficava devendo nada pra língua. . Certa ocasião  ouvindo os dissabores de uma vizinha que sempre a procurava para  conversar sobre seu namorado-  Este dia especialmente lembro-me que a moça parecia muito triste porque suspeitava que o namorado estaria flertando com uma moça bem mais bonita -  Minha  mãe falou: Oh, menina você se preocupa a toa,  tem pessoas que gostam dos olhos e outras que gostam da  remela... Ao ouvir isso não me contive, ri muito.  Era um conselho um tanto bizarro. Depois fiquei imaginando a situação literalmente. Remela, olhos... Não conseguia enxergar alguém gostando  mais da remela do que dos olhos, mas  quanto mais pensava naquilo mais coerência via. Acontece! Quantas e quantas vezes deparamos com casais estranhos e internamente ficamos nos perguntando:  O  que será que esta moça viu neste cara?   De certa forma todos nos em alguma ocasião nos sentimos como se fossemos  a  remela do olho de algué. Parece nojento,  mas friamente falando, é  verdade!   Então se você  já  se sentiu assim, não esquente, você não foi o único...
Existem  outros ditados que ela usava  que gosto muito,  como:  Não jogue  pérolas aos porcos..Mais vale um pássaro na mão que dois voando... Diga-me com quem andas que te direi quem és..
Ah!. Que saudades desta mulher que fazia a vida parecer  tão  simples.  Certa ocasião quando eu curtia uma tremenda  fossa , andava  cabisbaixo,  desanimado, bisonho  por conta de   uma paixão infrutífera,   ela olhou pra mim com aquele olhar desafiador e disse:  Seja homem, cabra! Chore pelo que vale a pena. 

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