Se pois diante dela vigiando seus olhos, e em sua cabeça vários pensamentos o perturbavam,
imaginava que ela podia estar dando confiança a um e outro, pensava que ela não gostava dele
mediante aquilo que ele julgava ser o que ela pensava. E alimentando sua mente
com aquilo que sua imaginação descarregava foi lhe subindo uma desconfiança
como se sob suspeita tudo fosse verdade.
Imputou-lhe toda as mazelas despertadas pela insanidade de sua mente.
Logo ela não lhe causava o conforto necessário em um relacionamento de
confiança, e afetado pelos seus pensamentos começou tratá-la com frieza e subsequentemente uma raiva
afetou-lhe o comportamento. E num
instante não era mais o homem carinhoso que costumava ser. Estava quieto,
emburrado, esperando apenas uma palavra dela para que soltasse sua avalanche de
rancor. Pensava Controlar seus olhos como se pudesse através dos
olhos dela ver o que se passava na sua mente, e dada a vazão que sustentava sua
insegurança foi formando uma teia de relacionamentos inexistentes, mais verazes
para si. O que prevalecia era a interpretação da verdade que criara e não a
própria. Toda racionalidade que tinha deixara de resistir e o mundo negro de
transgressões que pairava seus instintos sobrepujaram o homem vil que ocultava. Como controlar este
gênio indomável que habita em nós quando estamos transformados por nossos próprios sentimentos? Noutra ponta seus olhos passeavam
indiscriminadamente sobre outros, um vaivém incontido de observações sem necessariamente ser aquilo ruim....
olhava mulheres voluptuosas, olhava homens e reparava que os olhos são
incontroláveis na sua espreita a vida alheia.... Concluiu ser impossível controlar
os olhos naquele estrondoso universo de
olhares que se colidem ou investigam sem serem notados. Olhamos, sim, olhamos
por instinto, por interesse, olhamos para aprender.. até mesmo para nos prevenir dos perigos... E claro que nossos
olhares não traduzem o que se passa em nossa mente. Quando afetados negativamente pelos olhos ou
quando há um interesse em comum não dá para ler os pensamentos logo não dá para
levar ao extremo do que poderá acontecer... Mesmo porque também conhecemos o
processo de esticar nossa imaginação a uma fonte que nos traz a esperança da
sede saciada.. mas nem por isto nos atiramos nela sedentos. Somos sim, vítimas
das nossas paixonites que nos desiquilibram na esssência mas não na razão. Sim,
facilitamos e queremos a fascinação, sim almejamos um desejo oculto, um flerte
as escondidas que faz referência a nosso coração... sim, somos impelidos a
vileza de deixar nossa mente divagar em
possibilidades proibidas, e não podemos lançar mão de nossa humanidade
imperfeita para coibir que aquilo que não controlamos em nós mesmos, nos leve a
querer controlar o que nossa imaginação induz acreditar tendo como parâmetro
nosso comportamento. Se o fazemos incorremos num erro de achar que podemos
frear ações, mediante nossa vontade.. Achamos que podemos na nossa
concupiscência abortar o inevitável . E quando nossos desatinos nos dissecam,
nos sujeitamos ao que pode ser, mas não é.. porque para ser tem que ser mais do
que aquilo que nossa mente doentia rege, precisa ser real, e se o for, não será
nossa contrariedade que impedirá.
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