someone lyke you

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Abacate estragado

 

Não gosto de pessoas parecidas com abacate estragado.  Consistência duvidosa,  cor amarronzada   e molenga.  Não desce.    Bom é verdinho, tenro, viçoso... Cheirinho de coisa boa. 

 Ver um abacate estragado  assim não apetece. Urgh!  Se muito  abrirá tentando salvar alguma coisa.  É raro. Acontece! É raro.  

Pensa na fruta neste estado e transforme o ser humano nele.   Como se ele fosse este abacate desarranjado. Como vai comer uma fruta assim? Tu não vai comer. Joga fora. Agora!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Mudar o mar de lugar.

 

Você não vai mudar a cabeça de um  racista negacionista. Não, não vai! Não adianta argumentar.  Se o levar ao começo  da história onde tudo começou:  escravidão avançando depois pelo despreparo pós  lei Áurea. Negros abandonados a própria sorte. 

Se quiser continuar fazê-lo engendrar pelos caminhos parvos que a raça tem sofrido desde então  ele ainda vai contra-argumentar.  Ah, correndo o risco na sua explanação de  acabar justificando esta desigualdade como inferiorização da raça. O que nesta conjuntura torna-se  obvio. Se não há racismo e se há igualdade em todos os campos:  estudantil, empregatício e campo social  o que  justifica existir poucos negros em posições sociais expressivas?   Não há favelas? E quem mora nelas? Qual a  cor dominante? Quem são os empresários no nosso país?  Faltará pouco para lacrar  que a raça foi feita para ocupar posições  servis.

Como definimos quando a  polícia para um negro num carro de luxo suspeitando ser ele ladrão?  Se num supermercado, shopping  e lugares que estampam a marca do alto nível social  são os negros que os olhos dos seguranças perseguem... Se entre um branco e um negro, numa escolha as cegas,  quem diremos ser o   criminoso?  Num grupo de adolescentes que saem juntos quem semeará suspeitas se trombarem com um carro viatura policial?  Porque os negros são sempre vistos como trabalhadores braçais  e associados a profissões de sobrevivência? Porque um motorista de aplicativo a caminho de uma chamada ao defrontar com dois possíveis passageiros, um negro outro branco presumirá que foi o branco que o solicitou?  Porque recusam uma chamada em andamento ao identificar de longe que o passageiro é negro?

 Se quer saber quando começa esta agressão desmedida vamos direcionar nossa visão ao perfil de uma criança  negra. Quantas barreiras  ela terá que ultrapassar se comparado com um branco?  Ofensas hediondas por causa da sua cor , do seu cabelo, do seu nariz,  da qualidade de sua roupa, da sua origem... Comparações que começam na sala de aula por crianças no mesmo ambiente e se estende a adultos  viciados em olhar o negro como de classe inferior.  Como uma criança pode se desenvolver assim se,  dividida entre o útil e o deplorável.   Dentro do lar  sofrem o abandono dos pais que hoje tão comum entre tantas famílias, mas aos negros não é uma opção cordial seletiva. Ou é isso ou é fome. Ou  aluguel não pago. E quem não sabe que o nível cultural acompanha o meio que habita? Cego. Ou fingidos a cego.

A situação não muda por afirmar não existir. Ela está  inserida nos poros pela  perspiração. 

 De uma expressão bobinha de desconsideração a uma agressividade escancarada. De um singelo não sou racista até um:  não namoro com negro.  Do confundir um empresário com faxineiro a um não aceitar a ascensão deste.  E com eles suas justificativas que seriam aceitáveis se não fossem enganosas. Se não fossem subterfúgios que ocultam a verdadeira questão ou   verdades distorcidas  escondidas por trás da motivação. E ela está num olhar, num pensamento que dispara a verdadeira  intenção e que é negada  para camuflar  o subjetivo que desmascararia  o que tanto se quer  esconder para não manchar a imagem q  se tem.  Do  correto.  De bom moço.    

Deveria causar vergonha a quem fala que não existe. Esta presunção de não enxergar a dor alheia. Fazer vistas grossas  aos desmandos frequentemente noticiados pelas mídias.  Verdades entrelaçada com a história que expõem através de  fatos  e  relatos do cotidiano descritos   em livros que não podem ser simplesmente ignorados  em prol de alucinação proposital em detrimento da verdade expoente que desnudaria esta pseudo visão que fere a dignidade do nosso povo bem como  a inteligências daqueles que querem fazer alguma coisa em nome da equidade.   Ah, estamos importando legendas de fora? Estamos sim. Que bom.  Que bom que padecemos por dores parecidas. Que bom que nos comovemos quando enxergamos a malfeitoria ignóbil que constrange e consterna e nos dá a oportunidade de nos colocarmos no lugar do outro. Que nos faz ver a selvageria infame e desmedida contra pessoas de igual direito e não aprová-la.

 Se sua cabeça acumula pensamentos que o faz acreditar que você é superior comparado a outro  ou é movido por  uma súbita ira quando alguém de cor ocupa uma posição que o faz pensar não ser merecida, amigo, você é um racista.  Se lhe aprouve esconder a  verdade  com  alegações utópicas,    sua distopia é da pior espécie.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Há quem Diga.

 

Há quem diga que amizade é sagrada
É, sagrada. É sagrada até que caia na água.
Sim, há amizades sinceras que duram a vida.
Há amizades sinceras que vão a míngua.

Então  como medir a sinceridade?
Não permitindo que passe pelo crivo da ingenuidade.
Encurtar sua atuação. Confiar desconfiando.
Não torná-la rotineira . Pressupor o dano.

Amizade pode sim ser verdadeira.
Para que continue assim é melhor não dar bobeira
O tempo alterna o rumo da prosa.
E a mente com o tempo faz-se enganosa.

Valores são trocados por interesses.
E a ferrugem toma conta da engrenagem nas correntes
E os princípios que antes em valores balizados.
Pela gripe das ganâncias agora contagiado.

Atende-se a placa: mantenha à distância.
A traição só precisa de uma pequena implicância
Que nasce como nasce um pensamento.
E vai crescendo até seu amadurecimento.

Se não quer se deparar com:  Aconteceu!
Aja com prudência preserve o que é seu.
Se não quer ser vítima do: casal trocado.
Não faça do amigo um confidente aliado.

Se você não é cego não confie cegamente
A coisas que acontecem  porque somos persistentes.
Fingimos que estamos num mundo perfeito.
E não enxergamos o que é mais que suspeito.

Quem quer permanecer de pé vigia.
Não dá espaço para o engano ao entardecer do dia.
Não faz do lazer sua porta  de ocasião
Que invade  seu espaço com a sua concessão.

Pior escutar do traidor  - não planejamos.
O que tramado  no viés dos desenganos.
Que quem fere usa para enganar o próprio ser
E malograr o que as evidencias deixam transparecer.


sábado, 21 de novembro de 2020

humor é melhor que ranzinzice



Humor é tudo e  me falta.
 Altivo sempre em  minha alma.
Quando  perco o rebolado
Fico   vazio e  desorientado.

Quem tem os males espanta.
Quem nele se inspira   se adianta
Diante da futilidade
Humor  causa saudade.

 

É  fácil dar asas ao laço
Quando a raiva inflou o recato
É  fácil chafurdar  na tristeza
Diante de qualquer incerteza

Não há nada mais beligerante
Conviver com alguém broxante
Que usa a boca bafafá
Que fala sem pensar.

Humor é melhor que ranzinzice
duvidar desta verdade é tolice
Humor atrai, o ranço afasta
Humor distrai,  a ranzinzice castra

Veja com humor  as mazelas
Humor é a mãe das donzelas
Que semearão a vida
Esperança quem em dor  contrita.
.
O que é  azedo provoca azia.
Má indigestão e dislexia.
Azedume  traz dor- desconforto
E se erradia para desgosto.

Humor custa igual ao ranço
O primeiro é terno e manso
O segundo é tiro no pé
Ouça quem quiser.

Humor preenche as lacunas
Do humor pode vir a cura
Humor é encanto desejado
Refaz o coração dilacerado.




 







A dor de ser visto como complemento e não essencia

 

A violência perdura em detrimento da sabedoria. Quando para alguns só resta  este  recurso.   Não é difícil imaginar que para estes cujo único recurso a violência é a solução costumam resolver situações similares do mesmo jeito.   A profissão em si ajuda muito. Quando se tem o pagamento mensal associado a vigiar o patrimônio alheio todo mundo passa a ser suspeito  principalmente aqueles cuja cor expira maior desconfiança.  Nestes casos a desconfiança não surge por uma motivação, ela é subalterna a condição social e racial.  Noutra situação olhos aguçados passam de longe se a cor da pele for  outra.

O reflexo da violência quando extrapola a razão  as vezes habita os noticiários e a repercussão acaba expondo a ferida aberta que sangra.  Por um lado enquanto vozes dissonantes clamam por mais igualdade, outras evocam a frivolidade negando ou tornando menor o engasgo das gargantas sufocadas.  Estes sopradores de bolha de sabão nunca sentiram na pele sua liberdade diminuída quando eternamente debaixo de suspeitas são vigiados   no exercício de tentarem usufruir o direito de ir e vir. Parece que certos ambientes  tem um  cadeado  de advertência alertando que:  pode entrar mas você não é bem vindo.   Ou : aqui é uma casa de família branca não é ambiente para minoria.  Velado como é: o ambiente em si causa um desconforto que parece que a aceitação é obra da lei e não da civilidade. A opressão é fruto de anos viscerais de aceitação passiva ou negação dos fatos.  Atitudes evidentes de desconfiança e não aceitação sofrem  uma deturpação  que é para ocultar o que esta clarividente.  Assim, a arte de manipular as evidências minimizam a criminalidade  dupla: racismo e violência.  Ambas não andam de mãos dadas  mas continuamente  aparecem juntas.  Entenda-se por violência, cabe ressaltar, algo mais do que sopapos. Ela vem em forma de discriminação mediante palavras, gestos, rejeição, afastamento, menosprezo,  caras e bocas e medo.  Dá pra imaginar que se há um criador onipresente, este deve lastimar  as diferenças que culminaram nas barbáries vistas lá de cima.  De ver que a diversidade  que mostraria a beleza da criação transformou-se num amargo e feio quadro  em nome da arrogância. Que se expele a custa do outro que é  vitimizado, vilanizado, subjugado   em  perjúrio que tornou  sua historicidade maculada e subserviente. 

Há dor, há vergonha e há receios. Há dor quando  a violência explode contra a cor da pele que transparece além do ser. Há vergonha quando   palavras são usadas como arma  que ferem a dignidade por causa da  origem étnica.  Há receios de  andar livremente em  certos ambientes que anseiam expor quem resolve quebrar este estigma.

 O crime da desigualdade vai além da aparência pois perdura na atmosfera marcando  a ancestralidade.  Instala-se  veladamente em todos os meios. Perdura na exaltação de vozes que não admitem que a   máscara da benevolência piedosa mascara a essência do racismo ocultado no autoengano. 

  Estes pelo menos procuram  exorcizar os males infringidos contra seu semelhantes,  de cor de pele diferente.  Que não uma escolha! Se esta fosse requerida seria ultrajada como opção em virtude do massacre impingido a quem por direito só quer o direito de ser livre dentro do corpo que    lhe foi confiado.