Ela
era quente... O sonho de todo homem. Inteligente, humorada, e, tinindo quando o assunto era sexo. Quente do tipo chuveiro no inverno, e não calor do Rio de Janeiro no verão. Solteira aos
38 anos que se podia pensar que sabia o que queria, embora talvez pensasse que
muito rodada.
Ele pensou, bom, nada é perfeito, algum defeito tinha que ter...
Mas, fazer o que, o mundo anda tumultuado, os valores mudaram, uma mulher não
quer mais casa, comida e segurança, uma
mulher hoje quer ser independente , ah, isto ela também era. Então o que se
podia esperar mais? Sim, era demais, e a
cada pensamento sobre suas qualidades parecia que escapara-lhe alguma tornando
injusta a sua totalidade de adjetivos.
Boa demais para ser verdade. Ou talvez algum problema omitido? Sei lá, o
muito rodada voltou-lhe a mente,
é , talvez isso. Talvez a quilometragem conte..
Não, desde que isto não
continuasse após pit stop pensou, achando graça.. Não sabia se o pensamento
fazia sentido, mas ficou imaginando um carro desgastado que se torna pronto para mais uns bons quilômetros, após reajustes e abastecimento. Riu de si mesmo. Sua mente era tão inoportuna
. Vira e mexe enfiava-lhe pensamentos profanos misturados com sei lá, tudo que
parecesse se encaixar ... agora os pensamentos estavam naquela mulher ... que
desnudou todos seus medos em tão pouco tempo, parecia uma coisa boa demais para
seus tantos tombos ... Foi-se compenetrando
entre o que poderia acontecer e o que já havia acontecido.
Lembrou da
sua primeira conversa, quase nada, lembrou-se da primeira vez que conversaram,
falaram sobre o que mesmo? Repuxou pela memória
nada parecia consistente... Daí lembrou do sexo e, neste campo os detalhes pareciam dar um
livro, sim, seria um livro erótico dado a riqueza dos requintes... Mas, um
relacionamento precisa de um conjunto de afinidades além destas para contrariar
os números desastrosos das estatísticas sobre relacionamentos.
Porque pensava nisso? Ela não ligara
aquele dia. Pensou se tinha feito alguma presepada que culminasse em ela não
querer falar... Repassou a conversa do dia anterior.. procurando o que poderia
ser motivo. Se mal interpretado... foi filtrando,
filtrando, e ? Humm, lembrou de um Aff, após um boa noite meio abrupto resultado da queda do sinal que ele interpretara como um silêncio proposital.
Pareceu ter encontrado a lacuna , do tempo,
que agora vilanizava seus intentos...
Sempre criamos nossos inimigos ou eles aparecem inicialmente introduzidos pela nossa intuição
nos alertando... Ficamos meio com o pé atrás baseado numa frase que aparentemente
foi dita sem maiores pretensões, mas que nos abrem um precedente que se
realocá-lo na lógica do assunto faz sentido, mas que deixamos correr solto e
nos cria um ponto de reticência.. Achamos estranho e ele abre nossa sempre presente
mania de desconfiar...
Somos assim não somos? Devemos dar ouvidos aos nossos atos
suspeitos que despontam do nada, afinal porque despontaram se nem pensávamos neles. Assim, começamos a fase do
detetive sem causa por uma causa que poderá ser, mas apenas se constatarmos que
estamos seguros e assegurados que não estamos lidando com nenhum
psicótico.-socio-cultural-emocional problemático
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