Eu não conheço
nada sobre ela... Onde nasceu, quem eram seus pais, sua origem e o que pretendia.
Só sei que
vendo o que via, só chegava a uma
conclusão: cometeria suicídio. Isso era evidente. Olhava seu pequeno corpo carregando aquela imensa folha com pelo menos 4 vezes seu
tamanho que dificultava muito sua locomoção e a direção que rumava, ah, era certo, seria
fatal. Passei por ela as pressas e quase que instantaneamente calculando o
desastre. Deveria por acaso interferir no
desfecho que presumia? Quer dizer se a
salvasse, se a pegasse e mudasse sua direção ou retirasse aquele fardo dos seus
ombros, ajudaria de alguma forma? Quem
garantiria que novamente ela não se poria no iminente risco cujo final eu podia prever? Segui meu rumo, imaginando a cena... A rua que
ela começava a atravessar era movimentada, carros passando ininterruptamente e
ela a torto e a direito desafiando o imensurável e poderoso desfecho: chance zero de sobrevivência. Sim, um homem racional sem a
posse da visão, a dela era obstruída pela folha, teria alguma chance, não ela. Aquele pequeno
ser insignificante ser estava com seus dias, que já poucos, contados. A minúscula formiga na sua jornada, cumprindo suas obrigações dos
quais não sei porque tomava aquela direção estava à beira do seu abismo.
Nada
parecido com os passos tomados por nós seres humanos sabidos, sabudos, sabichões
que sabemos sempre que direção tomar.
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