Dificilmente
deixamos de notar a beleza e mesmo
que nossa atenção se subtraia por um segundo apenas é quase inevitável não
fazer um comentário ainda que nos
recônditos do inconsciente. Foi assim
que se deu com ele. Conhecer depois o convívio imposto pelo trabalho, depois a admiração sem pretensões mas, sempre em destaque a notável e bendita beleza. Com o tempo veio a
confiança e depois as brincadeiras indicando intimidade. Daí a certas liberdades
foi um salto. Conhece aquela estória do
camelo que vai colocando partes do seu
corpo na tenda do beduíno até ele estar totalmente dentro e o bondoso beduíno de fora? Assim, se deu
com eles. Você faz um gracejo aqui outro
ali e se não há resistência você vai avançando o sinal e se não houver advertência
vai avançando até... Sim, sem mais
delongas. Ela foi permitindo e ele foi se aproximando: toques, abraços roubados
e finalmente: apertos, amassos e beijos. A mente então fica embotada, cheia de
lasciva. Você não consegue enxergar além daquilo que o seu coração quer ver.
Espere aí, você é casado? O coração não quer saber. Ele levianamente se atira
de cabeça faz as bobagens emocionais impulsionadas pelo instinto comandado
pelos hormônios que querem sassaricar. Depois de todo círculo armado corações
entrelaçados por uma magia de bolha de sabão, as mentiras sendo cultivadas com cuidado em solo duvidoso, você tem um insight que está fazendo merda. Sua esposa começa achar estranho seu
comportamento. Você justifica alegando uma desavença com seu chefe. Só que esta
não pode ser a desculpa diária. E seu comportamento estranho passa a ser notado
a olhos vistos. Então ela passa a te seguir. Pingo! Sua consciência começa pesar. E cheio de remorsos pensando em tudo que isto envolve resolve por um ponto final. Mas resolver por fim não
quer dizer que o corpo aceite sua decisão. Ele se acostumou aos benefícios daquele relacionamento paralelo. E não
são poucas as vezes que pensa em continuar, pois seu corpo reluta em abandonar o prazer leviano. A brasa
da paixão quando acesa parece se impor
além de nossas forças. Agora imagina se
isto vai adiante? Não é difícil prever. O fruto proibido é doce, mas, acaba saindo caro demais para continuar adoçando
a realidade.
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