someone lyke you

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A história que se repete



Dificilmente deixamos de notar  a beleza e mesmo que nossa atenção se subtraia por um segundo apenas é quase inevitável não fazer um comentário ainda que  nos recônditos do inconsciente.  Foi assim que se deu com ele. Conhecer depois o convívio imposto pelo trabalho, depois a   admiração sem pretensões mas,  sempre em destaque a  notável e bendita beleza. Com o tempo veio a confiança e depois as brincadeiras indicando intimidade. Daí a certas liberdades foi  um salto. Conhece aquela estória do camelo que  vai colocando partes do seu corpo na tenda do beduíno até ele estar totalmente dentro  e o bondoso beduíno de fora? Assim, se deu com eles.  Você faz um gracejo aqui outro ali e se não há resistência você vai avançando o sinal e se não houver advertência vai avançando até... Sim,  sem mais delongas. Ela foi permitindo e ele foi se aproximando: toques, abraços roubados e finalmente: apertos, amassos e beijos. A mente então fica embotada, cheia de lasciva. Você não consegue enxergar além daquilo que o seu coração quer ver. Espere aí, você é casado? O coração não quer saber. Ele levianamente se atira de cabeça faz as bobagens emocionais impulsionadas pelo instinto comandado pelos hormônios que querem sassaricar.  Depois de todo círculo armado corações entrelaçados por uma magia de bolha de sabão, as mentiras sendo cultivadas  com cuidado em solo duvidoso,  você tem um insight que está fazendo merda.  Sua esposa começa achar estranho seu comportamento. Você justifica alegando uma desavença com seu chefe. Só que esta não pode ser a desculpa diária. E seu comportamento estranho passa a ser notado a olhos vistos. Então ela passa a te seguir. Pingo!  Sua consciência  começa pesar.  E cheio de remorsos  pensando em tudo que isto envolve resolve  por um ponto final. Mas resolver por fim não quer dizer que o corpo aceite sua decisão. Ele  se acostumou aos  benefícios daquele relacionamento paralelo. E não são poucas as vezes que pensa em continuar, pois seu corpo   reluta em abandonar o prazer leviano. A brasa da paixão quando  acesa parece se impor além de nossas forças.  Agora imagina se isto vai adiante? Não é difícil prever. O fruto proibido é doce, mas,  acaba saindo caro demais para continuar adoçando  a realidade.  

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