someone lyke you

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Unilateral

OBS:

Acontece de você não estar mais no mesmo canal que a outra pessoa.  Ou você ama e já não é amado ou não ama embora ainda amado. Mas o que acontece até chegar neste processo?





Há um ditado que diz que o coração dita regras que a razão desconhece. Sim, faz sentido. Fato é que motivado por esta incompreensível força vinda do coração as pessoas deixam de se amar.  Claro que isto não acontece como  um click numa lâmpada,  e talvez não sem a força da   razão como gostaríamos de  acreditar. Apenas não temos consciência que nossos impulsos mais secretos surgem pelo trabalho mútuo da razão e nossas recônditas motivações. Mas, para nós que temos a tendenciosa mania de não admitirmos francamente que temos  fraquezas colocamos um véu sobre nossos olhos e manipulamos nossas verdadeiras inclinações  para que possamos sair incólumes ou sem o peso da culpa. Admitimos que é horrível o preconceito mas,  admitir em voz alta que somos preconceituosos é outra coisa. Isso macula a imagem complacente que temos de nós mesmos e como repudiamos o preconceito não admitiremos tê-lo. Assim, este  filtro oculto  das nossas tendências determinam o rumo que iremos seguir... Influenciando nossas decisões. Não enxergamos este processo  e compactuamos com nossos atos inconscientes como sendo vontade aleatória do coração,  que não tendo dele as rédeas nos impõe a penúria de não mais sentirmos o sentimento que nos motivava na relação. O processo é quase invisível  porque em sã consciência não manipularíamos outro ser humano sabendo que isso lhe causaria dor somente para continuarmos sendo  amados com sua constante solicitação. Não faríamos coisas que magoam,  que diminuem o próximo. Não tolheríamos sua liberdade, não a prenderíamos numa teia de acusações e possessibilidade   e nem tampouco faríamos proveito dos seus genuínos sentimentos com o único propósito de ter  prazer. Dizem que só erramos quando temos consciência que aquilo que fazemos é errado. Mas, fecharmos os olhos para dor alheia, fazermos  de conta que nosso comportamento não causa sofrimento e não assumirmos ter responsabilidade pela forma como influenciamos a vida das pessoas é uma  ingenuidade  muito hipócrita. A unilateralidade acontece quando  alimentamos o amor se  não  temos pretensão de correspondê-lo e   quando deixamos de amar ainda sendo amados... Neste rumo parece que estamos fadados ao sofrimento. Não,  não estamos. O amor é um fruto e não a semente. Para colhermos o fruto é preciso cuidados, esforços,  dedicação e acima de tudo  saber se livrar das ervas daninhas que surgem pelo caminho.  Mas, se apesar de tudo ainda resolvermos tomar da água de outra cisterna nada mais justo que não ser injusto com a pessoa que é inocente.  Porque pior que a dor da traição é a dor dela associada  a mentira.


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