Durante seu percurso para o
trabalho, que ele fazia a pé, cumprimentava todo mundo. Ele não fazia distinção
de quem por ele passava. Um sorriso, um desejo de bom dia. Nunca tivera nenhum
indício de orgulho, de preconceito, assim naturalmente não tinha dificuldades
em ser cordial com quem quer que fosse. Era fácil pra ele este comportamento.
Mas, nem sempre o é. Tem pessoas que tem dificuldades em olhar com equidade
para seu semelhante. Não é uma coisa legal de se falar, mas nosso banco de
dados pessoal é repleto de vícios e vicissitudes que fogem da ação consciente. Por isso não raro somos
sobrepujados por um comportamento indesejado. Tem pessoas que julgam pelo
traje, assim, se você não anda alinhado dentro do perfil que ela espera, bem,
você decai em sua graça. Outros julgam
pelo rosto. A beleza para estes é essencial. Nem preciso mencionar aquelas aberrações (racismo, discriminação social, xenofobia...) já tão discorridas e nunca
solucionadas e que são motivos de tantas distorções. Sobre estes, só resta
lamentar e aprender agindo de forma contrária a quem causa tanta dor aos menos favorecidos. Em suma, aquilo que fazemos espontaneamente é
intuitivo, é fácil. Nossas dificuldades,
e nossa superação começa quando não
vemos com naturalidade determinado comportamento, ação ou conduta. Aí, longe
daquilo que identificamos como comum, precisamos fazer mais do que o costumeiro
esforço para aceitarmos. Naturalmente que não é só reconhecer sua dificuldade
de aceitação, é preciso um enfrentamento pessoal de valores para que mediante
situação, saiba se portar
respeitosamente ante aquilo que causa-lhe estranhamento. Para melhor entender
pense em alguém que é bom em matemática, você fica admirado com sua lógica despretensiosa e
o admira por isso. Já a pessoa, não consegue entender porque algo que é tão fácil
parece ser tão difícil para você. Citei matemática,
mas podemos pensar num atleta que corre 10 km com facilidade e não entende a
limitação de quem se arrasta fazendo 3
km, podemos pensar na intolerância, podemos pensar nos hábitos irritantes de
pessoas próximas, etc, e nossas reações. Nossas limitações
superadas em outro, causa-nos admiração,
e nossos obstáculos que parecem intransponíveis tornam-se barreiras insuperáveis se não refletirmos
com introspecção e desnudamento sobre os motivos de nossos preconceitos inconscientemente
instalados em nossa mente. Existe um
ditado bem interessante que pode ajudar a galgarmos sobre nossas limitações: As
pedras grandes que vejo no caminho não são
problemas porque as noto e delas desvio. As pequenas que não vejo é que são.
someone lyke you
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
VAZIO
Procuro no baú das
minhas confidências
Algo que acalme minha consciência
Removendo, revirando o
indeterminado
Aquilo que nem sei se foi guardado
Procuro em pensamentos disformes aquiescência
Para sanar minhas divergências
Que nutridas causam este vazio
No coração que é terreno baldio
E cada item do coração retirado
Não satisfaz o coração desesperado
Que procura mas que não sabe o que
Se necessidades, vontades ou
prazer.
Eis, que continuo
procurando
O coração desarrumado organizando
Procurando entre tantas incongruências
O achado que traga-me ndulgência.
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Leviandade
Leviandade que me intriga
Velha conhecida, bom dia!
Os louros, que
acumulo
Espremem-me no submundo
Já cansei de té-té-té
Favor largar do meu pé.
Nada contra a candura
É que cansei de contraturas.
Estou mal de régua
Já andei mais que mil léguas
Em becos que já passei
Realçando os erros
que já errei.
Não beberei desta água novamente
Vai-se o tempo e faço-me leniente
E o castigo que me fustigou
Foi-se, nas sombras dissipou
E as advertências do perigo
Surgem com ares lenitivos.
Agora entendes o que são lágrimas de crocodilo?
Mesmo quando
apanhando ainda flerta com o perigo
Soldado bom não apanha no mesmo beco
Diz o ditado que ressoa como eco
Se há uma advertência esquecida...
O prazer não é maior que a vida.
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Dor alheia
Outras fronteiras
Talvez eu possa atravessar
Quem sabe.
As vezes basta precisar
Posso me perder quem sabe
Para me encontrar
Chamam destino
Mas são imprevistos
Que sobrevém no inesperado
Um dia bom e de
súbito, mudado
Não dá pra negociar
A vida arma cada arapuca
E qual remédio para tantos desencantos
Qual remédio para os desenganos
Que inundam as prateleiras dos sonhos
Com prazos vencidos
Um dia o vigor bem azeitado
Noutro, olhos
desmilinguidos
Todos os atributos conquistados
Partirem sem prévio
aviso
Sim, prazos vencidos ...
Sim, Excomungados
Um filho abandonado
Abandonado a própria sorte
Com cheiro de morte
Com requinte de crueldade.
E as lágrimas que com ninguém divide
Sob o solo fazem um convite
Se do solo foste tomado
Ao solo será devolvido.
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