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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Tantas coisas me fogem da compreensão e tantas aceito porque me parecem sensatas



 Estes dias enquanto me dirigia  para a pista onde costumo correr  me deparei com uns guris que atiravam pedra num vespeiro.  Imagino que se a pedra   fosse certeira em estaria em maus lençóis, eu me encaminhava exatamente para onde se localizava o enxame. Como  o tiro não fora certeiro, um dos guris acenou com a mão me alertando do que estavam prestes a fazer.  Eu poderia ter me dado mau, pude imaginar enquanto desviava do itinerário das abelhas  o que aconteceria  se entre elas houvesse eu, um  itinerante desavisado.  Certos assuntos são exatamente assim,  as vezes seria melhor deixá-los quieto.  Você pode ter boas intenções  em querer trazer a tona determinados questionamentos e causar uma efusão catastrófica por palavras ditas irrefletidamente ou refletidas mas que  pela polêmica e  consequências não deveriam ser ditas. Mexer com um vespeiro nem sempre é uma boa decisão. Certos assuntos devem ser falados numa conversa  mais pessoal  mas nunca escritos. As palavras são eternas elas ficam ali e podem ser esmiuçadas e saboreadas prazerosamente ou desprazidas...Alguns assuntos delicados tem a ver com preferências alheias e muitas destas me fogem da compreensão.  E por não entendê-las  me pergunto:  As coisas que me fogem da compreensão serão tabus que incuti pelos princípios aprendidos?  Serão por acaso indícios de minha imaturidade e egoísmo? Minhas conveniências?  Resultado de um machismo exacerbado?  Falta do conhecimento dos fatos? Fico a me perguntar se o que para mim é tão constrangedor aos olhos dos outros assim o são. E se o são porque ficamos submissos, temerosos , calados , amofinados, indignados . Não sei . Nem sempre calar é consentir, só para variar, calar pode ser não polemizar, não levantar bandeiras, não massacrar a quem acredita num ponto de vista diferente, a quem viva um  modo de vida diferente. Fazer isto pode   ser indigesto porque quando eu jogo pedra num vespeiro é de se esperar que as abelhas reajam. E pra que polemizar  quando o assunto é tão delicado, tão ambíguo?   Não sei, vivemos cheios de tantas incompreensões e é tão difícil termos clareza em cada um destes questionamentos que realmente não sei porque certas coisas nos aflige.  Pensei se isto seria uma espécie de seleção natural ,  a lei do mais forte, mas, será que o mais  apto a sobrevivência faria algum sentido aqui?  Hoje num mundo onde a igualdade, o estilo de vida, o prazer , a busca da felicidade é tão decantada de valores que ao falar neles pode-se causar uma tremenda polêmica que podem custar bem mais  do que alguns picadas doídas.  Na verdade cada dia que passa sinto que nada tem valor, nem as próprias verdades ditas como absolutas parecem sólidas, parece que mui facilmente somos movidos pelo que queremos acreditar muito mais do que pelo que  realmente é a verdade.  Por outro lado a verdade liberta de tantos tabus, de tantos hábitos e temores que soa até estranho saber que existem pessoas que preferem a mentira, como forma de cócegas no ouvido,  para não terem que mudar suas atitudes. Neste sentido minha sensatez  é então   um dedo de cuidado para não ir de encontro a um vespeiro

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