someone lyke you

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Olhos que veem.




Olhos que veem.. Ouvidos que ouvem... Pode-se dizer que vemos e ouvimos... mas, nem tudo parece ser o que é. Muitos por causa de suas crenças, de suas ideologias vão perdendo a capacidade  de ver e ouvir. Claro que isto pode ser entendido como uma forma de ajustar nossas conveniências ao que acreditamos.
 Assim, vamos fazendo ouvidos moucos e olhos altaneiros para impedir que a perpetração da luz e do som incomodem  aquilo que não queremos ver ou ouvir. Também é verdade que precisamos manter-nos atentos para não nos acharmos consagrados na capacidade intelectual de ver além dos olhos. Ora, basta que esqueçamos desta lição de humildade para sermos tragados pelo orgulho de ver com nossos olhos menosprezando o que outros veem de outra forma e  que podemos por causa de nossa miopia adquirida ignorar. 
 Seres humanos quando flagelados pelo iluminismo podem achar que veem e ouvem melhor do que os outros.  E ver é a capacidade de olhar, raciocinar, associar e concluir.. na falha do processo podemos comprometer o resultado.  Não que o mundo será visto pelos nossos olhos.. Cada qual enxerga o mundo a sua maneira...  Mas, não dá para ignorar a historicidade... que são passos dados por outros que vieram atrás de nós que desvencilharam a cegueira que tínhamos para poder continuar andando no caminho da luz e não retrocedendo nas trevas.   
Sim, fica claro que há muitas cegueiras e muitas estultícias no ouvir.  As vezes preferimos não ver e não ouvir.. as vezes apenas preferimos ignorar o que está claro como o sol.  Situações que poderiam nos fazer pensar, ter que reavaliar, ter que assumir a responsabilidade por nossas atos e mudar a direção... Outras preferimos não ver porque mexe com escolhas que fizemos e arredar o pé demonstraria que erramos... Como se não errássemos.  Mas, tem a ver. Dizem que o orgulho cega.  Mas, não só ele.  O poder, o prazer, a riqueza, a pobreza, a ignorância. Como pode ver a lista é longa. Uma coisa é certa ver e ouvir precisa de olhos, ouvidos e o cérebro...Ah, e se me permite, querer ver , ouvir e pensar

sexta-feira, 17 de julho de 2020

O espectro da mentira





O espectro da mentira pode ser tão real quanto
Se ela se incorpora num manto de verdade
Ela pode ser falsidade, uma cisma, um ponto
Ou ela pode ser no crer,  autenticidade.

O instinto fala alto na sua intervenção
Ele quer persuadir sua razão.
Insistente se faz presente
Saliente  capaz de bagunçar sua mente


Não se trata de querer  duvidar,
Quando a verdade parece titubear
Diante de provas que se fazem explicitas.
E o contra argumento  justificativas.  

Você ouve palavras distorcidas pela entonação
Que contraria as palavras como uma canção.
Um tom que desiguala, uma voz esganiçada
Revela a sintonia da mentira ocultada.

Mas, a  racionalidade fica a te condenar
Um jugo promíscuo pode um inocente incriminar
E sufoca o que havia revelado o instinto.
Fazendo da questão a repetição de um ciclo.

Na mente contrita não ha vitória a vista.
Quando a mente é  convicta o instinto duvida
E nasce a tensão perpetua da alma
Que vê, sente, julga e camufla a calma

Diante do dilema de crer ou não crer
De acreditar, desconfiar de ganhar ou perder.
De sofrer a ausência da pessoa amada
Ou de conviver nesta relação desgastada.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Olhe pra dentro de si.




É difícil abrir a caixa de ferramentas daquilo que verdadeiramente somos.  Isso implica em olhar nossos defeitos.. Olhar defeitos é fácil quando eles não afetam nosso orgulho próprio e estes servem como escudo daqueles que verdadeiramente fazem a diferença pois de fato revelam nossa limitações, nossa fealdade. Emergir nossos demônios que estão quietinhos submersos dá-nos um certo ar de bom moço que preferimos acreditar que somos... Ainda que de fato sejamos.  Verdade seja dita não gostamos de ver o lado tenebroso que há em nós. Assim, alguém que nos aponta como sendo falsos, afirmando  que não somos nada do que os outros pensam causa-nos um mal estar indigesto. Admitir abertamente não vamos a não ser que façamos este análise doloroso de emergir nossas fraquezas escondidas pela nossa vaidade. Fácil não é. É um exercício de exorcismo dos nossos segredos que de tão ocultos achamos que não temos.  Este confronto pode ser bem desagradável.. Mas, sem esta coleta de dados não vai existir uma transformação.  Basta lembrar que muitas pessoas vivem uma vida toda nunca sabendo quem de fato são e nunca saberão que é preciso ver o lado feio da nossa metade escondida para depurá-la e torná-la melhor.
Ver aquilo que nos envergonha é galgar um passo adiante. 

quinta-feira, 9 de julho de 2020

O riso que não gostamos



Sorrir é bom... Todo mundo sabe. Sorrir espanta os males.. seus músculos faciais provocam um bem estar gostoso. 

Neste país dos adversos somos pioneiros,  do riso forçado diante de absurdos. Andamos rindo à toa,  mas não de prazer, rimos igual ao riso que  provoca alegria:  nossa  mente é surpreendida por algo inusitado que faz cócegas na nossa imaginação e provoca em nós uma surpresa cômica, e hilária, só que esta não. Esta não tem  menor graça,  causa-nos uma surpresa antagônica ao que é sensato, o famoso rir para não chorar.   Estas cócegas que nos fazem rir dos absurdos, é a ultrapassagem da fina tênue que separa o prazer da dor, do engraçado para o que é de mal gosto, da inocência do dito para a dissimulação da realidade, e  se quiser numa única frase, da mentira como verdade.   Mas, diante dos absurdos cada vez mais absurdicos (a palavra não existe, mas como nosso país virou uma piada serve) ficamos assim boquiabertos: não, isso não pode ser. Não, não, tá errado. Sem noção. Os adjetivos são cada vez mais nesta linha diante ao desplante do que aqui acontece.  Só pode ser brincadeira,  fechamos.. É, mas não é. E se não abrirmos os olhos esta brincadeira vai terminar em chuva de prata. 

Agora, vamos  supor que quem nos faz rir forçadamente diante das adversidades não esteja brincando, que tudo que faz tenha  um objetivo. Que todo este caos não seja fruto da irresponsabilidade, ou de incompetência? Que é sim fruto de uma teoria conspiratória muito bem orquestrada? Coisa de um parasita  mal intencionado? Aí a coisa  perde  a graça.  E quando a brincadeira de absurdos perde a graça  é hora de nos atentarmos para o que realmente é.. hora de não ficarmos céticos tentando interpretar a motivação, pois ela já sabemos.  Temos que entrar no jogo e para cada peça movida bloquearmos suas intendências. 

Não devemos esquecer que estes piadistas do caos estão em todo  canto e a motivação pode ser pessoal, profissional entre outros cunhos mais ou menos relevantes não importa. Todos compõe um grupo que tem interesses manipulatórios bem definidos. São Pessoas que não são cegas, mas não estão nem aí para onde o  mar leva o barco ... Desde que estejam entre os sobreviventes. 

Nós que vemos, ouvimos e nada fazemos precisamos parar com este contorcionismo maxilar contra nossa vontade... Precisamos entender que piada forçada não é só  piada de mal gosto, traz consequências e pelo que vemos nada boas.  Saber que o piadista não é louco, sim um esperto com más intenções exige que tratemos com o devido respeito que se deve aos loucos. Louco que tem desenvoltura para o autoritarismo não é louco de manicômio é louco de contenção.  E para estes devemos parar de ficarmos  estupefatos cada vez mais incrédulos naquilo que vemos e ouvimos.  

 Devemos  olhar para a realidade como ela é,  e reconhecer que erramos na nossa apatia e perplexidade como se no alto escalão existisse uma mente despreparada, o que não deixa de ser verdade, sim, já constatamos isso.  Também constatamos outras disparidades que nos assombram.  A questão é vamos assistir de camarote as pretensões de uma mente despótica e insana ou vamos ver a realidade pelo que realmente é:   deliberada estratégia de destruição da Democracia.

 E  como hoje existe muitas interpretações para a palavra deixo claro que não é aquela que cerceia liberdade quando esta é acusatória, que não aceita oposição. Que diz que o inferno é o paraíso quando todo mundo está  sentindo o tormento do fogo.... Que quer falar,  mas não quer ouvir... Que diz que a imprensa livre é difamatória quando corre atrás da verdade. Esta democracia maquiada de ditadura já conhecemos, já vivemos e para quem não viveu não recomendamos porque sabemos suas consequências.  E uma delas reza que,  bom cidadão é aquele que é  cego, mudo e  surdo.