Estamos numa caminhada às cegas sem saber aonde vamos parar. Como se náufragos estivéssemos abandonados a própria sorte. E aqueles poucos que parecem sensatos escorraçados e desacreditados como se esta desordem fosse desejada em detrimento a ordem que almejamos, juntamente com a segurança, bem estar e ...
Noutra situação parece que muitos estão numa disputa de cabo de guerra cada um puxando para um lado que lhe favorece ainda que presumindo que o caos não interessa a ninguém pois se assemelha ao fim da história do escorpião e do pato. Estamos sem diretriz, estamos apoplético tratando-se de pensamentos diferentes dos nossos ao ponto de sentirmos que estamos lidando com uma orla enfurecida de pessoas que transformadas em zumbis por uma vírus desconhecido, agora querem exterminar tudo que for diferente, chicoteador ou divergente. Estamos perplexos pelas pessoas não verem como vemos o rumo que as coisas estão tomando. Sim, as coisas, sugere que várias coisas em várias áreas.
Parece incompreensível tudo que gira em torno deste entorno que se chama democracia. Falamos em não confundir liberdade com libertinagem, falamos em não confundir liberdade de expressão com falar qualquer coisa ofensiva que dá na veneta ou pensada ainda que depois das consequências justificadas como ditas num impulso. Falamos em não misturar fatos concretos de suposições que agora parecem não fazer a menor diferença pois o tal vírus emburreceu as pessoas e não só isso embruteceu também, que esquecemos que colhemos o que plantamos. E que nossas perniciosas escolhas e intolerância, que nosso agir por pura raiva nos assemelha a animais selvagens lutando pela sobrevivência num mundo que nossa razoabilidade faz toda diferença.
Estamos atônitos. Nostálgicos com as etiquetas da boa vizinhança que agora escanteadas servem apenas para nos lembrar o quanto eram importantes. Por que ainda tínhamos o cuidado de não ofender nosso semelhante. Pessoas agora falam abertamente que desejam o fracasso de alguém que luta para diminuir a desigualdade entre as pessoas. Desejam a morte de alguém sem nenhum remorso por este ter um comportamento que difere do comportamento que adotam como sendo superlativo do mesmo jeito que faziam os fariseus que batiam no peito ufano, com o ser supremo.
Olhamos a previsão dos nossos tempos e vemos o ódio por todos os lados, a desinformação falando mais alto que a boa informação. Diante de toda desordem estabelecida e as que ainda nos atormentam não é difícil concluir que alguma coisa está muito errada. Muito mesmo. Quem sabe uma força externa e espiritual escamoteando nossa sensatez?
Talvez estejamos retrocedendo mesmo. Como explica certa teoria: querendo voltar ao útero depois de nascidos. Para não precisarmos agirmos com responsabilidade e sempre termos alguém tutelando nossas ações para enfim termos um caminho a seguir sem precisar lidar com tantos conflitos. Conflitos estes, criados pela nossa própria forma de viver, de consumir, de desmerecer o próximo, de destruir outras espécies... Como se não houvesse amanhã.